Terça, 19/04/16 — A MORTE DO MÉRITO

Refletindo: Gálatas 2.16
 
Temos dificuldade em viver a graça. A maioria dos sermões e dos textos bíblicos está mais para a lei do que para a graça. 
Nossa dificuldade em entender a graça advém da nossa dificuldade em olhar a vida sob a perspectiva de Deus, que é radicalmente diferente da nossa. Ele vê com graça; nós vemos com justiça. Isto é verdade em nosso relacionamento com os outros e mesmo em nossa autocompreensão. Ele vê a sua Igreja com graça; nossos olhos são os da justiça. Ele me vê com graça; eu me julgo com justiça, até mesmo com severidade.
Nós não conseguimos viver fora de uma visão meritocrática das relações humanas. A graça de Deus é a abolição do mérito.
Afinal, qual foi o mérito de Noé, em quem Deus achou graça (Gn 6.8)?
Qual foi o mérito de Abraão para ser tornado pai de todos os que têm fé (Gl 3.7)?
Qual foi o mérito de Moisés para poder falar face a face, como se fala com um amigo (Êxodo 33.11)?
Qual foi o mérito de Davi para ser um homem segundo o coração de Deus (1Samuel 13.14)?
Qual foi o mérito de Maria, para que Deus a contemplasse (Lucas 1.47)?
Qual foi o mérito de Pedro para ser escolhido como líder principal da nascente Igreja contra a qual as portas do inferno jamais prevaleceriam (Mateus 16.18)?
Qual foi o mérito de Paulo para ser chamado de perseguidor a perseguido (1Timóteo 1.13)?. 
Eles eram tão valiosos como cada um de nós é. No entanto, Deus lhes infundiu graça, como a infunde a nós.