Há muitas décadas atrás, quando ainda tínhamos alguns poucos seminários, foi instituída a comemoração desse dia. Na ocasião levantava-se uma oferta em dinheiro para os seminários mantidos pela Convenção Batista Brasileira – o do Sul (Rio de Janeiro), o do Norte (Recife) e o Equatorial (Belém do Pará). Nesse dia havia nas igrejas um momento de homenagem especial aos seminaristas, quando também eles recebiam pequenos presentes, tais como sabonete, creme dental, meias, lenço, etc.
Entretanto, ao longo das últimas décadas, as convenções estaduais foram criando seus próprios seminários, em busca de facilitar a educação teológica, pois apoiar seminaristas numa cidade distante, em outro Estado, tornou-se cada vez mais difícil. Assim, a educação teológica tornou-se muito mais disseminada e popularizada. Porém sua qualidade começou a cair vertiginosamente, devido à dificuldade de se ter bons professores, por um lado, e de se ter boas instalações e boas bibliotecas, por outro lado.
A par disso surgiram muitos seminários criados por iniciativa particular de um ou mais pastores, na sua maior parte movidos por vaidade pessoal. Pessoas despreparadas, mas supondo-se capacitadas, passaram a fundar verdadeiras “escolas teológicas de fundo de quintal”. Nas grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo existem centenas delas, em todas as denominações, principalmente nas do segmento pentecostal. Essas “escolas” atraem muita gente boa, mas também recebem muita gente mal intencionada, que busca o ministério com interesses escusos.
Dessa forma, a educação teológica tornou-se uma questão crítica, que precisa ser urgentemente equacionada. Há o risco de se ter cada vez mais pastores mal treinados, verdadeiros “analfabetos do púlpito”, que sequer são capazes de escrever um pequeno texto sem cometer vários erros de português. Sem falar dos desvios doutrinários, das aberrações e das invencionices que cometem nas suas pregações. Também desconhecem a eclesiologia batista e não sabem como celebrar um casamento ou uma cerimônia fúnebre.
É tempo de vigiar e orar a respeito da educação teológica em nossa denominação. É tempo de adotar uma atitude mais crítica quanto este assunto, do qual depende o futuro do ministério pastoral e, consequentemente, também o futuro de nossas igrejas.
Pr. Sylvio Macri