Refletindo: Gálatas 5.16
Tornou-se lugar-comum sugerir que as pessoas devem revelar suas emoções, sobretudo as negativas (como irritação e medo), para terem uma vida melhor.
Não faltam pesquisas, vindas das ciências, para corroborar a percepção popular. Assim, se levamos uma fechada no trânsito, devemos xingar o outro. Se alguém pisa no nosso calo, mesmo que involuntariamente, devemos protestar aos berros, na hora.
Então, podemos concluir que engolir sapos faz mal à saúde e que liberar as emoções traz longevidade. Se, em lugar de segurar a sua irritação, você xingar, viverá mais.
Quanto a isso, no entanto, cabe perguntar: como nos sentimos quando somos ofendidos por pessoas que estão liberando suas emoções? Precisamos também saber como vivem aqueles a quem nós xingamos. Eles vivem mais? Não será a nossa longevidade construída sobre os escombros da infelicidade deles? Viver mais à custa dos outros é explicitar o nosso velho egoísmo. Não podemos ter outro padrão senão fazer aos outros o que gostaríamos que fizessem conosco. Certamente, não desejamos que gritem conosco, que nos xinguem ou que nos ofendam.
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