“CRENTE ARMADO” (João Filson Soren)

Por atualíssimo, reproduzo parcialmente uma mensagem oferecida pelo pastor João Filson Sorem (1908-2002) por ocasião de um batismo em sua igreja, a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro.

 

“Para o apóstolo Paulo, ser crente era ser combatente. Era estar engajado em uma luta sem trégua sem quartel. Uma luta que só terminaria quando ele depusesse as suas armas aos pés do seu divino comandante, Jesus Cristo, a quem ele servia.

Cidadão romano embora de sangue israelita, o apóstolo Paulo conhecia as circunstâncias da vida de Roma. E frequentemente ele compara a vida cristã a situações então existentes inclusive as atividades bélicas das armas romanas. E ele se lembra de dizer que o crente em Jesus Cristo está engajado em uma milícia divina e lutando, e lutando sempre.

Estranham algumas pessoas que os crentes tenham problemas. E por vezes, aparentemente, mais problemas que os ímpios e digo aparentemente. É que os ímpios, os incrédulos, não têm e nem conhecem as lutas do crente. Eles passam incólumes pelos maiores perigos, pelas maiores dificuldades, pelas maiores adversidades como se elas não existissem. Nem sequer lutam contra o diabo, pois estão sob o comando dele. Mas o crente tem uma luta a lutar, um combate a vencer, sempre, continuamente.

E frequentemente os seus problemas as suas dificuldades surgem do fato de ele ser um combatente, estar engajado perenemente numa luta. E, quando o crente supõe que já não tem mais lutas e nem combates a realizar ele está periclitante, porque ainda falta a derradeira vitória de sua jornada.

Na vida do crente, ele há de saber defender-se das influências do maligno, dos dardos inflamados do maligno, como diz a Escritura.Ele terá que defender-se contra tendências e influências que residem nele mesmo quanto as quais ele terá que bater-se para vencê-las, as suas fraquezas, as suas propensões humanas carnais, as suas falhas, os seus defeitos. O crente em Jesus Cristo está num discipulado, ele está sempre aprendendo, sempre corrigindo-se, sempre avançando. Ele não termina a sua carreira, não completa o seu estágio no dia de sua conversão, não, ele apenas então inicia a sua luta, apenas enverga o uniforme, apenas toma as armas para então tensá-las contra o inimigo.

O crente há de defender-se e proteger-se nessas armas da oração, da comunhão com Deus, da presença divina que permite que o anjo do Senhor se acampe em derredor daqueles que o temem e os livra. Como afinal somos de nós mesmos fracos e insuficientes para esta luta! É necessário que confiemos sempre na divina ajuda, na assistência de Deus, no amparo celestial para que não venhamos a fracassar onde somos certamente insuficientes. As armas ofensivas do combate; a espada, a lança e outras que são mencionadas pelo apóstolo, nós temos que combater o mal. Nós temos que tomar posição contra a iniquidade. Nós temos que atacar as cidadelas do pecado da corrupção neste mundo.

Poucas coisas destoam tanto do teor de um crente autêntico como falta em firmeza, e de insegurança, de hesitações em que facilmente ele é influenciado e levado por corrente esta, doutrina aquela e vós encontrareis crentes assim. Porque desarmados, são arrastados; porque sem segurança, são conduzidos; hoje por uma influência amanhã por outra corrente, sem essa firmeza que o apóstolo almeja para todos eles”.

 

Pela reprodução,

Israel Belo de Azevedo