ADMINISTRANDO O SUCESSO, A PROSPERIDADE E O CRESCIMENTO MINISTERIAL

ADMINISTRANDO O SUCESSO, A PROSPERIDADE E O CRESCIMENTO MINISTERIAL

Por 
ALTAIR GERMANO

Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso” (2 Cr 26.16)

Uzias foi constituído rei de Judá com 16 anos de idade, por todo o povo, em lugar de seu pai, Amazias, assassinado em Laquis.

Seu governo foi iniciado com ações que promoveram a edificação restituição de Elate a Judá. Ele começou bem, fazendo o que era reto perante o Senhor. Escolheu buscar a Deus, e, como conseqüência natural dessa busca, Deus o fez prosperar (2 Cr 26.4-5). Tal prosperidade envolveu:

 

1. Sucesso militar. Diz a Bíblia que “Saiu e guerreou contra os filisteus e quebrou o muro de Gate, o de Jabné e o de Asdode; e edificou cidades no território de Asdode e entre os filisteus. Deus o ajudou contra os filisteus, e contra os arábios que habitavam em Gur-Baal, e contra os meunitas.” (2 Cr 26.6-7). Perceba que o texto diz claramente que as conquistas de Uzias foram resultados da cooperação e da ajuda do Senhor. É maravilhoso saber que podemos contar com a ajuda de Deus em nossas realizações e conquistas. É necessário, também, entender que sem Ele nada podemos fazer (Jo 15.5);

2. Projeção Internacional. Deus, quando assim determina, pode fazer com que o nosso nome ou ministério seja reconhecido nos mais distantes rincões da terra. Os amonitas presentearam Uzias, “cujo renome se espalhara até à entrada do Egito, porque se tinha tornado em extremo forte” (2 Cr 26.8). Muitos buscam desesperadamente em nossos dias pela “fama”, pela “projeção” no Reino de Deus, mas esquecem que o verdadeiro sucesso, crescimento e reconhecimento ministerial é concedido pelo Senhor. Não depende de marketing pessoal, artifícios midiáticos, estratégias de publicidade ou outras práticas semelhantes. O verdadeiro e duradouro reconhecimento vem de Deus e é para a glória dele;

3. Fortalecimento do Sistema de Segurança Interno. Uzias, de maneira inteligente, não preocupou-se apenas em expandir o reino. Prudentemente tratou de investir na segurança interna (v. 9 e 10). Tal ato nos ensina que ao mesmo tempo em que devemos buscar a expansão do Evangelho, da Igreja e do nosso ministério, precisamos nos preocupar com o sistema de defesa. O diabo, o secularismo, as falsas doutrinas, os modismos teológicos, as liturgias mirabolantes, as inovações diversas descabidas, tem fragilizado qualitativamente obreiros, igrejas e ministérios. É preciso pensar e investir em crescimento, sem, contudo, negligenciar o sistema de defesa contra os inimigos do Evangelho;

4. Poderio Militar. Os avanços e conquistas militares de Uzias se deu em razão de uma grande exército de homens valentes, fiéis e corajosos (v. 11-14). Nossas conquistas não são méritos de um homem só. Onde quer que chegarmos, chegaremos porque alguém nos ajudou, militou ao nosso lado, nos apoiou. Isto é verdade nos ministérios pessoais e também na vida das comunidades cristãs. Chama-me a atenção o final do versículo 13, que afirma: “…que faziam guerra com grande poder, para ajudar o rei contra os inimigos”. Quando alcançarmos grande projeção, quando o nosso ministério florescer e se fortalecer, não nos esqueçamos dos que nos ajudaram. Por não serem apenas nossos, deveremos compartilhar os méritos das conquistas;

5. Desenvolvimento Tecnológico. A continuidade de um processo de crescimento depende muito da nossa percepção e investimento numa constante atualização tecnológica. As mudanças rápidas e radicais da atualidade exigem de nós uma disposição para uma constante formação pessoal e aplicação dos recursos tecnológicos disponíveis em nossos ministérios e igrejas. Uzias foi um rei “antenado” às transformações, pesquisas e descobertas tecnológicas em sua época. Ele preparou e manteve o seu exército munido de equipamentos de última geração, necessários para as os grandes embates (Ef 6.10-13). “Fabricou em Jerusalém máquinas, de invenção de homens peritos, destinadas para as torres e cantos das muralhas, para atirarem flechas e grandes pedras…” (v. 15). Quando sabiamente utilizadas, as novas tecnologias são bastante úteis para nós;

6. Mais notoriedade e ajuda. A última parte do versículo 15 nos remete ao ponto máximo do sucesso, da prosperidade e do crescimento de Uzias. Diz a Bíblia que: “…divulgou-se a sua fama até muito longe, porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou forte”. Há belíssima verdade, que amplia o que já declaramos no tópico 4, sobre o ser ajudado. Quanto mais longe chegarmos, é porque mais ajuda e apoio recebemos. Quanto maior o sucesso, mas gente envolvida com o mesmo. A idéia de sermos “o cara”, é falsa, mundana e diabólica;

 

Uzias chegou ao topo, e aí reside o máximo perigo.  O que acontecerá quando o nosso ministério pessoal ou eclesiástico chegar ao topo? Qual será a nossa atitude? Que sentimentos serão alimentados em nosso coração? Quais desejos fluirão? Quais serão concretizados? Estamos preparados para conviver com a fama?

Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso.” (v. 16)

Sabe qual foi o grande e fatal erro de Uzias? Ele não reconheceu ou percebeu os seus limites! Como rei, poderoso e famoso que se tornou, achou que tinha o direito de fazer o que era prerrogativa dos sacerdotes (v. 17-18)

Quando movidos pela vaidade, pelo orgulho, pela arrogância, e deixamos de nos contentar com aquilo que Deus reservou para nós, passamos assim a querer mais, e mais, e mais…

Deixamos de dar ouvidos para os sábios e prudentes conselhos: “nem será isto para honra tua da parte do Senhor Deus”. Indignamos-nos quando somos repreendidos e alertados.

O fim do grande rei Uzias foi trágico. Ferido pelo Senhor de lepra (v. 19-20), tendo em vista sua insensatez e loucura, terminou os seus dias sozinho, isolado, esquecido, enquanto outro ocupava o seu lugar (v. 21).

Este é o fim de todos aqueles que não reconhecem seus limites, que são traídos por sua vaidade e dominados pela sua insaciável sede de ser, querer e poder mais.

A trajetória de ascensão e queda de Uzias infelizmente é reproduzida na atualidade na vida de muitos cristãos, líderes, ministérios e igrejas.

Que o Senhor nos ajude, e que possamos aprender com os erros do passado, e do presente.

Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão.” (Lc 12.48b)