MORRER DE COERÊNCIA A VIVER NO ERRO (Oswaldo Jacob)

O cristão autêntico tem um compromisso com a coerência da Pessoa e Obra de Cristo. Ninguém foi mais coerente do que o nosso Senhor. Na verdade, Ele morreu de coerência. A Sua morte na cruz é uma demonstração da lógica do amor de Deus Pai, o Autor da nossa salvação (Efésios 2.4-7). O Pai nos amou tanto que entregou soberanamente o Seu Filho por nós (Romanos 5.8). O centro de toda a revelação de Deus Pai é a Pessoa de Cristo. Toda a Revelação de Deus é a base da nossa coerência cristã. Ao recebermos a natureza divina pela obra de Cristo na cruz passamos a viver a coerência do Evangelho numa vida santificada pela verdade. A incoerência do nosso pecado levou o Pai a enviar o Filho, a coerência do Evangelho, para morrer por nós, perdoando os nossos pecados e nos dando vida em abundância, esta é a vida lógica.  Paulo não se envergonhava do Evangelho de Cristo porque ele cria na coerência da mensagem (Romanos 1.16).

Para o mesmo apóstolo, o viver é Cristo e o morrer, lucro (Filipenses 1.21). A vida de Cristo em nós é uma vida de coerência. Viver no erro é experimentar a incoerência da natureza humana, de Adão, na contramão da natureza divina. Sabemos que a corrupção, imoralidade, injustiça, o adultério, violência, são manifestações do pecado, de um ser incoerente, que vive no erro. A natureza de Adão, que é natureza da desobediência, é ilógica. Sabemos que o pecado trouxe morte espiritual, limitação da vida, doenças físicas e emocionais, problemas de relacionamento e outras mazelas. São manifestações da incoerência.

            Muitos santos, homens e mulheres de Deus que O amavam acima de tudo, morreram por causa do Evangelho, por causa de Cristo, da Sua mensagem. A coerência da Pessoa e Obra de Cristo na vida dos crentes os levou a sofrer e morrer. Mas Jesus nunca nos enganou. Ele mesmo deixou claro várias vezes que o discípulo não é maior do que o seu mestre e nem o servo maior do que o seu senhor. Em 8 de janeiro de 1956, cinco índios da tribo Auca, no Equador, mataram 5 missionários americanos, entre eles Jim Eliott. Este amado irmão havia dito: Não é tolo aquele que abre mão do que não pode reter para ganhar o que não pode perder”. Aqui está uma declaração lógica em conexão segura com os ensinos de Jesus de Nazaré. No desejo de pregarem o evangelho àquela tribo, foram mortos. O ensino coerente do Senhor Jesus está bem claro: “Portanto, quem quiser salvar a sua vida ou pele perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á (Mateus 16.25). 

            A cada dia, o cristão autêntico morre coerentemente para si mesmo e vive para Cristo (2 Coríntios 4.9,10; Gálatas 2.20). A lógica do Evangelho está em priorizar a Pessoa de Cristo e o Seu Reino (Mateus 6.33). Quando Cristo não é a primazia da nossa vida, estamos vivendo no erro da natureza humana, dos nossos caprichos e egoísmo. Cristo deve ser sempre tudo em nós (Colossenses 3.11). Não podemos viver uma vida de erro como Ananias e Safira, mas devemos viver uma vida de coerência como a de Barnabé. Que apresentemos para o Senhor um sacrifício vivo, santo e agradável, que é o nosso culto racional, lógico ou coerente (Romanos 12.1,2).

Deus nos chamou à vida de coerência pela obra do Seu Filho na cruz. Sejamos coerentes em todo o nosso proceder. Uma vida santa, comprometida, intrépida, ousada e abnegada, é o que Ele deseja para nós. Vivamos como filhos da obediência e não do erro ou desobediência. Filhos do amor e não do ódio; da graça e não do legalismo; do perdão e não do ressentimento; de relacionamentos saudáveis e não de relacionamentos doentios. Somos filhos de um Pai que sempre foi coerente em Seu proceder. Vivamos a coerência das Escrituras. Que elas norteiem as nossas atitudes e os nossos atos. Que nos pareçamos com Jesus, vivendo a coerência do Evangelho para a Grande Glória de Deus Pai, nosso Criador e Autor da nossa salvação.