Os parâmetros de sucesso vigentes no mundo em que vivemos são poder, riqueza, posição social, títulos, fama, glória pessoal, honrarias, etc. Pessoas bem sucedidas estão no topo da escala social e não na base, são importantes e conhecidas e não insignificantes e desconhecidas. Existem para dar ordens e ser servidas e não para receber ordens e servir. Ter sucesso em nossa sociedade, portanto, é escalar a pirâmide social até a posição mais alta e mais compensadora.
Por causa desse conceito vivemos em uma cultura de competição, na qual, por exemplo, são exaltados os que alcançam o primeiro lugar, os que ganham a medalha de ouro, ou mesmo, mais modestamente, os que conseguem uma vaga no serviço público, após disputar com milhares de concorrentes. É a lei do mais apto, não necessariamente o mais apto em termos morais ou quanto à aptidão para o cargo, mas o melhor preparado para fazer uma boa prova, ou o melhor apadrinhado.
Embora inseridos nessa cultura de competição, os cristãos, entretanto, vivem paralelamente a cultura do reino de Deus, na verdade uma contra-cultura. João e Tiago, discípulos de Jesus, não entenderam bem isso, e pensando que os parâmetros de sucesso do reino de Deus eram iguais aos do mundo, pediram a Jesus o direito de assentar um à sua direita e outro à sua esquerda, quando ele assumisse o seu reino. E só por pensarem do mesmo modo e desejarem a mesma posição, é que seus colegas se indignaram.
Jesus percebeu nisso uma excelente oportunidade de ensinar-lhes o grande princípio de sucesso do reino de Deus. Reunindo todos ao seu redor, disse-lhes: “Quem quiser tornar-se poderoso entre vós, seja esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro, será vosso servo.” (Mt.20.26,27). E afirmou isso fazendo o devido contraste com os reinos do mundo na época, em que os critérios de grandeza baseavam-se em poder pessoal e domínio despótico.
Como um corolário do seu ensino, Jesus apresentou seu próprio exemplo: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos.” (Mt.20.28). Como diz Paulo, foi porque Jesus esvaziou e humilhou a si mesmo, assumiu a forma de servo, foi obediente até a morte, e morte de cruz, que Deus o “exaltou com soberania e lhe deu nome que está acima de qualquer outro nome.” (Fp.2.9).
Pr. Sylvio Macri