SER GRANDE NO REINO DE DEUS É SER SERVO (Sylvio Macri)

Os parâmetros de sucesso vigentes no mundo em que vivemos são poder, riqueza, posição social, títulos, fama, glória pessoal, honrarias, etc. Pessoas bem sucedidas estão no topo da escala social e não na base, são importantes e conhecidas e não insignificantes e desconhecidas. Existem para dar ordens e ser servidas e não para receber ordens e servir. Ter sucesso em nossa sociedade, portanto, é escalar a pirâmide social até a posição mais alta e mais compensadora.
 
Por causa desse conceito vivemos em uma cultura de competição, na qual, por exemplo, são exaltados os que alcançam o primeiro lugar, os que ganham a medalha de ouro, ou mesmo, mais modestamente, os que conseguem uma vaga no serviço público, após disputar com milhares de concorrentes. É a lei do mais apto, não necessariamente o mais apto em termos morais ou quanto à aptidão para o cargo, mas o melhor preparado para fazer uma boa prova, ou o melhor apadrinhado.
 
Embora inseridos nessa cultura de competição, os cristãos, entretanto, vivem paralelamente a cultura do reino de Deus, na verdade uma contra-cultura. João e Tiago, discípulos de Jesus, não entenderam bem isso, e pensando que os parâmetros de sucesso do reino de Deus eram iguais aos do mundo, pediram a Jesus o direito  de assentar um à sua direita e outro à sua esquerda, quando ele assumisse o seu reino. E só por pensarem do mesmo modo e desejarem a mesma posição, é que seus colegas se indignaram.
 
Jesus percebeu nisso uma excelente oportunidade de ensinar-lhes o grande princípio de sucesso do reino de Deus. Reunindo todos ao seu redor, disse-lhes: “Quem quiser tornar-se poderoso entre vós, seja esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro, será vosso servo.”  (Mt.20.26,27). E afirmou isso fazendo o devido contraste com os reinos do mundo na época, em que os critérios de grandeza baseavam-se em poder pessoal e domínio despótico.  
 
Como um corolário do seu ensino, Jesus apresentou seu próprio exemplo: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos.” (Mt.20.28). Como diz Paulo, foi porque Jesus esvaziou e humilhou a si mesmo, assumiu a forma de servo, foi obediente até a morte, e morte de cruz, que Deus o “exaltou com soberania e lhe deu nome que está acima de qualquer outro nome.” (Fp.2.9).
 
Pr. Sylvio Macri