Um pouco mais de “onde” (Adalberto Alves de Sousa)

                Um pouco mais de “onde”
             Por Adalberto Alves de Sousa
Prof. Adalberto

Conforme foi visto no texto anterior, “onde” é usado em referência a lugar. Mas o curioso é que, atualmente, nos textos que leio, ele tem assumido valores que nada têm a ver com lugar. Talvez o seu uso equivocado mais frequente seja com o sentido de tempo. São abundantes os exemplos deste tipo: (1) “O inverno é uma época onde as pessoas se recolhem cedo”; (2) “O outono é a estação onde as folhas caem”. Se a pergunta fosse “onde as folhas caem?”, uma resposta possível seria “no chão”, nunca “no outono”. Se a pergunta fosse “quando as folhas caem?”, a resposta “no outono” seria coerente. Então, vamos às correções: (1) “O inverno é uma época em que (na qual, quando) as pessoas se recolhem cedo”; (2) “O outono é a estação em que (na qual, quando) as folhas caem”. Um outro procedimento equivocado é usar “onde” no lugar de “que”, sinônimo de “o qual”: (3) “O grupo promoveu um encontro onde foi uma bênção”; (4) “O colégio onde temos visitado tem muitos alunos”. Além desses usos de “onde”, há outros em que não se consegue identificar um valor para ele. A receita é muito simples: sempre que você escrever um texto e usar a palavra “onde”, certifique-se de que ela foi usada em referência a um lugar.