"Mas agora, diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o coração, com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o coração e não as vestes; convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em amor; arrepende-se da desgraça que enviaria." (Joel 2.12,13)
Na psicologia hebraica o coração era comumente considerado como o centro da vida moral, espiritual e intelectual. É o órgão supremo do propósito e da resolução moral.. É nele que as ideias são geradas e concretizadas. O primeiro mandamento estabelece que todas as atividades do espírito humano (afeições, pensamentos e aspirações) devem se centralizar no Senhor. Por ser o lugar das decisões morais e espirituais, é o coração que deve ser atingido, daí a exortação profética de rasgar o coração.
Rasgar o coração é uma experiência moral e ética. A relação correta com Deus não deve ser uma questão somente ritual, é preciso um coração arrependido e vida limpa. A volta a Deus deve ser sincera e carregar todo o peso do arrependimento moral. A tristeza íntima é que leva ao arrependimento verdadeiro, isto é, a contrição interna é mais importante que a manifestação externa de pesar. A mudança interna se manifestará por si mesma na mudança externa de atitudes.
A abrangência do chamado realça a urgência da necessidade de mudança e a natureza coletiva da culpa. Em resposta ao arrependimento humano, Deus se “arrepende”. A volta do povo a Deus será correspondida pela volta de Deus ao povo. Ele antes estava voltado para o juízo, agora volta-se para a graça. O fato de Deus perdoar seu povo é um testemunho de sua graça.
Pr. Sylvio Macri
