"Então a mãe dos filhos de Zebedeu veio a Jesus com seus filhos. Ela se ajoelhou diante dele a fim de lhe pedir um favor. 'O que você quer?', perguntou ele. Ela respondeu: 'Por favor, permita que, no seu reino, meus dois filhos se sentem em lugares de honra ao seu lado, um à sua direita e outro à sua esquerda.'" (Mateus 20.20,21 – NVT).
Há coisas que é perda de tempo pedir a Deus. Por exemplo, não podemos pedir-lhe que faça chover, ou brilhar o sol, apenas sobre os bons, "porque ele faz nascer o sol sobre os maus e os bons e faz chover sobre justos e injustos" (Mt.5.45). Outro exemplo: não podemos pedir a Deus que destrua uma determinada pessoa, pois "ele não quer que ninguém pereça, mas que todos venham a arrepender-se" (2Pd.3.9). Tampouco podemos pedir-lhe que nos permita vingar-nos de alguém. Como o Senhor mesmo diz, "a vingança cabe a mim, eu lhes darei o troco." (Rm,12.19 – NVT).
Esse foi o caso da oração que transcrevemos acima, da mãe de João e Tiago, dois dos apóstolos. Jesus respondeu-lhes, em primeiro lugar, que tal oração era fruto de ignorância ("Vocês não sabem o que estão pedindo" – Mt.20.22). Tiago nos adverte contra a falta de sabedoria em nossas orações: "Vocês (….) pedem e não recebem, porque pedem mal, para esbanjarem em seus prazeres." (Tg.4.2,3 – NAA). Em segundo lugar, Jesus respondeu-lhes que não lhe competia decidir sobre o objeto do pedido. Aliás, disse-lhes que o Pai havia já tomado essa decisão, já tendo escolhido as pessoas para as posições pretendidas por eles (Mt.20.23).
Mas Jesus não parou por aí. Quando os demais apóstolos se indignaram, não por não terem a mesma ambição, resolveu ensinar-lhes um grande princípio a respeito da oração: não podemos pedir a Deus para "sermos servidos", mas tão somente para "servir e dar a vida". Seremos grandes e importantes não em virtude de nosso poder e glória pessoal, mas em virtude da nossa humildade e fraqueza (Mt.20.24-28).
Para não fazermos orações tolas como essa, precisamos ter "o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, que (….) se esvaziou, (….) se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome." (Fp.2.5-11 – NAA).
Pr. Sylvio Macri