LEMBREM-SE DA MULHER DE LÓ (Sylvio Macri)

Foi a advertência de Jesus aos seus ouvintes em Lucas 17.32. O Mestre estava se referindo ao episódio da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, narrado em Gênesis 19.1-29. Deus tinha resolvido destruí-las porque seu pecado era “gravíssimo” (Gn.18.29), e para isso enviou dois dos seus anjos. Apesar da intercessão insistente de Abraão pelas duas localidades, só havia ali um justo, Ló, ao qual foram enviados os dois anjos, para retirá-lo de lá, bem como a sua família. Quando Ló, instado pelos anjos, foi avisar a seus futuros genros que Deus iria destruir o lugar, eles pensaram que Ló estava brincando, e resolveram ficar.

Como disse Jesus, os habitantes de Sodoma e Gomorra estavam despreocupados. Eles comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam, e viviam uma vida inteiramente dissoluta (Lc.17.28). Mas, de repente, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu tudo e todos. Os anjos tinham urgência em cumprir essa missão destrutiva, e como Ló, sua mulher e suas duas filhas estivessem demorando, eles os tomaram pela mão e os puxaram para fora da cidade, e um deles disse a Ló: “Corra, para sair daqui com vida! Não olhe para trás, nem pare em toda a campina. Fuja para o monte, para que você não morra” (Gn.19.17).   

Porém, infelizmente, “a mulher de Ló olhou para trás e virou uma estátua de sal” (Gn.19.26). Provavelmente ela pensou no que estava ficando: sua casa, seus móveis e utensílios, algum tesouro enterrado, e sentiu pena de deixar em Sodoma tanta coisa boa. Teve esse sentimento de perda e olhou para trás, desobedecendo ao anjo. Por isso Jesus nos ensina: “Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar. Naquele dia, quem estiver no terraço e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e, de igual modo, quem estiver no campo não volte para trás. Lembrem-se da mulher de Ló. Quem tentar preservar a sua vida a perderá; e quem a perder, esse a salvará.” (Lc.17.30-33).

Você que cultiva no coração alguma “saudade do mundo”, lembre-se da mulher de Ló.

Pr. Sylvio Macri