À luz do que eu mesmo penso; à luz do que os outros acham ou sob o perscrutar de Deus, nosso Pai Maravilhoso?
Essa pergunta deve ser sempre respondida de acordo com a Revelação escrita de Deus, a Sua Palavra. Somente o Senhor me conhece plena e perfeitamente. Todas as demais concepções acerca de mim mesmo estão, muitas vezes, viciadas pela natureza humana má e perversa (Jeremias 17.9,10). Davi resolveu pedir ao Senhor que o sondasse (Salmo 139). Que belo e realista salmo acerca do nosso interior, do nosso ser real!
Quem sou? Diante de Deus, esta indagação deve gerar em nós temor e tremor. Podemos esconder do próximo do nosso ser verdadeiro, mas de Deus jamais. Paulo confessou em Romanos 7 quem ele era. Teve coragem de abrir o coração. Colocou o seu ser em fratura exposta. Quem de nós tem coragem de dizer coisas verdadeiras acerca de si mesmo? Escodemo-nos atrás de nossa máscara psico-ética-religiosa. Somos especialistas em não expor o que realmente sentimos e pensamos. O nosso ser deve ser marcado pelo "sim, sim; não, não" . Este é o ensino de Jesus em Mateus 5.37.
Há um livro do psicólogo jesuíta americano John Powell chamado "Não tenha medo de dizer quem você é", que revela a necessidade de rasgarmos o coração. Infelizmente temos pouquíssimas pessoas com as quais podemos abrir o nosso coração.
Concluo essa singela reflexão citando o pastor-doutor-mártir luterano Dietrich Bonhoeffer: "Quem sou eu? Este ou o outro? Sou eu hoje uma pessoa e amanhã serei outra? Sou ambos de uma só vez? Hipócrita perante os outros e diante de mim um fraco desprezível e desastrado? Ou existe algo em mim ainda como um exército vencido, fugindo em desordem da vitória já atingida?
Quem sou eu? Elas zombam, essas minhas perguntas solitárias. Quem quer que seja, Tu sabes, ó Deus, que sou Teu".
