Mateus 1.18-25 — A DISCRIÇÃO DE JOSÉ

COMENTÁRIO BÍBLICO DEVOCIONAL

Por ALMIR DOS SANTOS GONÇALVES JR

Mateus 1.18-25 — A DISCRIÇÃO DE JOSÉ


Alguns personagens da Palavra de Deus são lembrados sempre pelos seus atos maiores ou menores que se destacam na narrativa bíblica. Poucos personagens são lembrados por sua discrição e anonimato. Aliás, esta é a natureza essencial da mídia moderna também: divulgar apenas aquilo que é notícia, boa ou má, para ela não importa.
José, o pai humano de Jesus, é um desses personagens que se destaca por sua discrição, modéstia e sensatez. Em nenhum momento o vemos exaltado ou chamando a atenção. Em toda a narração bíblica, ele é visto como alguém submisso, tranqüilo, diligente em silêncio, fazendo a sua parte com dedicação e eficiência. Assim ele procede diante da revelação de que sua esposa, ainda virgem, estava concebida do Espírito Santo; diante da ordem do anjo do Senhor para que ele entendesse que a profecia do Messias se cumpria na sua vida e na vida de sua esposa; na ida para Belém, ao recenseamento ordenado pelas autoridades romanas; na busca por uma estalagem; na recepção aos pastores e magos; na fuga para o Egito, na educação do filho, seu primogênito, Jesus, o Cristo prometido; no exercício de sua profissão em Nazaré.
Esta sua característica humilde e discreta está registrada no texto da leitura de hoje, conforme lemos no versículo abaixo:

"E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente." (Mt 1.19)

A discrição é uma das características mais marcantes do servo de Deus. O evangelho deve impor-nos sempre um procedimento comedido e contido diante da vida. O estardalhaço, o chamar a atenção dos que estão ao redor, o pedir holofotes para a nossa obra não deve ser procedimento do crente. O próprio Senhor Jesus pedia àqueles a quem curava que não divulgassem o fato. José, com sua vida e exemplo, nos ensina esta virtude. Que sejamos discretos em nossa atuação no lar, no trabalho, na igreja, fazendo a nossa parte com discrição
e competência, sabendo que o Senhor, que é o Senhor da obra, está vendo isto, e não nos preocupemos com o reconhecimento dos outros.
 


Senhor,
eu te peço que me dês um espírito de humildade tal
que, realizando o meu trabalho,
não me preocupe em ouvir o aplauso.