“Quando ia passando, viu a Levi (nome no hebraico) ou Mateus (nome no grego), filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e O seguiu” (Marcos 2.14).
A chamada de Mateus ou Levi está nos evangelhos de Mateus e Lucas, os chamados sinópticos, ou de visão comparada. Considero impressionante o chamado do coletor de impostos ou publicano Mateus, cujo nome significa “dom ou presente de Deus”. Por outro, Levi, seu nome hebraico, significa “ligado, unido, vinculado a …”. Podemos aqui fazer a conexão de que Mateus/Levi significam: dom de Deus ligado a Jesus, ao Reino de Deus. Mateus foi chamado para seguir e servir a Cristo Jesus, o Senhor. Jesus o vocacionou para ser Seu discípulo.
O contexto da chamada de Mateus apresenta outros publicanos ou cobradores de impostos e escribas e fariseus, religiosos legalistas de carteirinha (Marcos 2.15,16). Na verdade, estes religiosos estavam condenando o Mestre por Ele ter em Sua companhia esses coletores a serviço de Roma que eram odiados por eles. Muitos das classes pobres e rejeitados pela sociedade seguiam o Senhor. Mateus resolveu sair detrás de uma mesa de coletoria para andar com Jesus nas estradas poeirentas da Palestina. Ele deixou a sua zona de conforto para aprender com o Mestre a ser manso e humilde de coração e ajudar os que mais precisam, a buscar pecadores, devassos para se arrependerem e crerem no Evangelho.
No texto bíblico temos um contraste entre o evangelho da Pessoa e Obra de Cristo e a religião representada aqui pelos escribas e fariseus. Jesus Cristo, o evangelho em carne e osso, recebe, perdoa e faz festa para os pecadores arrependidos. Os religiosos judeus, por sua vez, rejeitam os perdidos. Em Cristo Jesus há recepção. Na religião mecânica e fria há julgamento e rejeição. No evangelho, o mérito é de Cristo. Na religião, o mérito é do homem, busca-se o desempenho para ser aceito. No evangelho, a graça (favor imerecido) basta para o pecador arrependido. Na religião, é necessário cumprir a lei, desempenhar-se para obter algum favor. O evangelho de Jesus Cristo é suficiente para salvar. A religião, que é um sistema, é insuficiente para trazer o homem a Deus. O evangelho traz Deus ao homem mudando radicalmente o seu interior, a sua vida. A religião muda o exterior do homem e o escraviza na sua autossuficiência.
Nos passos de Jesus aprendemos a amar as pessoas pelo que elas são. Nós aprendemos a vê-las como Jesus as vê. Nos passos do Mestre aprendemos a amar os que andam por caminhos e valados perdidos na devassidão, mergulhados nas trevas. Seguindo o Mestre, levamos o evangelho para os doentes e não para os que se acham sãos (Marcos 2.17). Jesus nos chamou, nos fez um convite com o “vinde” a Ele (Mateus 11.28-30), para, depois, nos ordenar o “ide” com e por Ele (Mateus 28.18-20). Nos passos de Jesus temos convicção de nossa imensa responsabilidade de testemunhar dEle por onde quer que formos até que Ele volte (Atos 1.8). Maranata, Senhor Jesus!!!