FAZER O BEM E REPARTIR À SEMELHANÇA DE JESUS (Oswaldo Jacob)

Essa Palavra, vós muito bem conheceis, foi proclamada por toda a Judeia, começando pela Galileia, depois do batismo pregado por João, e se refere a Jesus de Nazaré, de como Deus o ungiu com o Espírito Santo e poder, e como ele caminhou por toda a parte realizando o bem e salvando todos os oprimidos pelo Diabo, porquanto Deus era com Ele.

(Atos 10.37,38)

 

Há muita gente que faz o contrário. O escritor aos hebreus nos ensina: “Mas não vos esqueçais de fazer o bem e de repartir com os outros, porque Deus se agrada de tais sacrifícios” (Hebreus 13.16). Fazer o bem deve ser recorrente em nosso estilo de vida cristão. Fazer o bem e repartir com os outros nos trata, pois muitos de nós estamos doentes acometidos de egoísmo e mesquinhez em nossos procedimentos e relacionamentos. O texto diz que “Deus se agrada de tais sacrifícios”. Esta afirmação nos ensina que não é fácil fazermos o bem e repartirmos com os que mais precisam. A nossa natureza humana é passional e egoísta. Sem dúvida, há muita gente que tem dificuldades em doar, ofertar, investir em outras pessoas. Há muitas pessoas que pensam demasiadamente em si mesmas e em seu núcleo mais íntimo. É muito importante cuidarmos de nós mesmos e de nossas famílias, mas não podemos nos esquecer dos que mais precisam, dos que passam por tempestades na vida e carências das mais variadas.

A sociedade de um modo geral age egoisticamente. Somos muito voltados para as futilidades e o hedonismo. Gastamos dinheiro naquilo que não é pão, nas coisas que não podem satisfazer as nossas profundas necessidades (Isaías 55.2). Neste texto, o Senhor nos convida à comunhão com Ele (Isaías 55.3). Aqui está a fonte de vida significativa, generosidade e liberalidade em repartir. Precisamos imitar os irmãos pobres das Igrejas da Macedônia que, segundo testemunho contundente de Paulo aos Coríntios, “a intensidade da alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em riqueza de generosidade, e isto em dura prova de tribulação. Porque posso dar testemunho de que deram de livre vontade na medida dos seus bens, e até mesmo acima disso, pedindo-nos com muita insistência, o privilégio de participar da assistência em favor dos santos” (2 Coríntios 8.2-4). O segredo da generosidade deles, do fazer o bem e do prazer em repartir, é que “primeiramente deram-se a si mesmos ao Senhor, e a nós pela vontade de Deus” (2 Coríntios 8.5). Então, o velho apóstolo ensina que Deus é a PRIORIDADE das nossas vidas. Depois, o próximo.

Somos apegados às coisas como aquele homem que se agarrou na bicicleta durante uma enchente na rua de uma cidade e os dois foram para o bueiro e o homem perdeu a vida. Para os que conhecem as Escrituras, a bicicleta era nada diante do valor da sua vida, criada à imagem e semelhança de Deus. O Senhor não nos criou para vivermos para nós mesmos. Paulo ensina: “Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum de nós morre para si. Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De modo que, quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor” (Romanos 14.7,8). Só podemos fazer o bem e repartir de maneira correta quando vivemos para o Senhor, quando Ele é a nossa prioridade absoluta.

As Escrituras afirmam que Jesus “andou por toda a parte, fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo diabo, porque Deus era com ele” (Atos 10.38). Jesus, portanto, é o nosso modelo de servo que serve às pessoas com profundo amor. O poder do Seu serviço está fundamentado no Seu amor por nós na cruz do Calvário (João 15.13,14). Ele é o nosso melhor amigo que nos mostra o caminho de uma vida que vale a pena ser vivida e compartilhada. Ele chamou homens comuns para um trabalho extraordinário de fazer o bem e repartir. Ele nos chamou para cuidarmos das pessoas nas suas múltiplas necessidades. Há tanta gente sofrida, abandonada e maltratada que precisa do nosso amor e da nossa solidariedade cristã! O Senhor Jesus Cristo é o nosso modelo de Servo Sofredor (Isaías 53). Ele nos cura do nosso egoísmo, da nossa vaidade, futilidade e excentricidade. Vivemos numa sociedade marcadamente voltada para as coisas materiais. Uma sociedade hedonista, narcisista e consumista.

Peçamos a Deus que nos livre de nós mesmos, das nossas maldades, do apego às coisas materiais e da omissão diante das mazelas do próximo. Invistamos oração, tempo, recursos, dons, talentos e a nossa força para trabalharmos para o Senhor fazendo sempre o bem e repartindo com os que mais precisam. Abandonemos todo o embaraço e o pecado (egoísmo, acomodação, zona de conforto, maldade, mesquinhez, avareza) que tenazmente nos assedia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para Jesus, o Autor e Consumador de nossa fé (Hebreus 12.1,2).

Façamos o bem e repartamos enquanto temos oportunidade dada pelo Senhor. O nosso Deus é rico em misericórdia, amor, generosidade, bondade, fidelidade, justiça, verdade, integridade, compaixão, serviço. Um dos versículos preferidos do Presidente americano Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), era: “Ó homem, ele te declarou o que é bom. Por acaso o Senhor exige de ti alguma coisa além disto: que pratiques a justiça, a ames a misericórdia e andes humildemente com o teu Deus (Miquéias 6.8). Este versículo nos ensina que Deus quer que pratiquemos sempre a justiça, amemos a misericórdia olhando para os desvalidos, atendendo às suas necessidades; e andando humildemente com Ele. Em tudo o que fazemos para os outros, a glória, honra e dignidade são de Deus. Por que razão? “Porque todas as coisas são dele, por ele e para ele. A ele seja a glória eternamente! Amém. (Romanos 11.36).  Façamos sempre o bem e repartamos continuamente, pois estas coisas são da natureza que recebemos de Deus e devem ser sempre para a Sua Glória.