Depois, explicou a razão do seu pedido:
— Sou velha demais para ter filhos. E mesmo que eu voltasse a me casar hoje à noite e tivesse filhos, vocês não aguentariam esperar por eles. Vocês precisam voltar e recomeçar suas vidas.
Noemi (cujo nome significa “doçura”, em hebraico), mostrou toda a sua tristeza:
— Não é bom para vocês continuarmos juntas. Vocês estão vendo que o Deus Eterno está furioso comigo. Não sei porque Ele está me castigando. Por isto, é melhor que as duas me deixem agora. Pelo amor de Deus, me deixem.
As duas choravam sem parar.
E seguiram juntas chorando, até que Orfa (cujo nome significa “Gazela”, em hebraico), parou, deu um beijo em Noemi e foi embora.
Rute, no entanto, abraçou Noemi e continuou com ela.
Depois de terem caminhado mais um pouco, Noemi não concordou com a atitude de Rute e argumentou:
— Preste bem atenção, minha filha. Você viu o que sua concunhada fez. Ela tomou a decisão certa. Ela ficará com o seu povo e com a sua religião. Faça o mesmo. Volte com ela.
(1.11-17)
“O seu Deus é o meu Deus”.
Rute (cujo nome significa “Amizade”, em hebraico) tomou uma decisão diferente:
— Não adianta insistir para eu voltar. Não vou mudar de ideia. Vou continuar com a senhora. Irei para onde a senhora for. A sua casa será a minha casa. O seu povo é o meu povo. O seu Deus é o meu Deus.
Rute disse ainda:
— Nunca a deixarei. O Deus Eterno sabe que meu desejo é viver com a senhora até que a morte nos separe. E, quando eu morrer, quero ser enterrada ao seu lado.
(1.18-21)
“Meu nome agora é Mara”.
Noemi não teve escolha e deixou que Rute a acompanhasse.
Assim, seguiram juntas.
E juntas entraram em Belém.
Quando chegaram, a notícia logo se espalhou entre os mais de 400 habitantes da cidade. Eles ficaram comovidos quando souberam da história. Muitos se lembravam dela e comentavam uns com os outros:
— Veja quem voltou! Noemi!
Ela pediu aos seus conterrâneos que não a chamassem mais de Noemi. Seu nome e sua história não combinavam.
— Por favor, não me chamem mais de “Noemi”. Meu nome agora é “Mara”.
Ela explicou:
— Minha vida agora é amarga, sem nenhuma “doçura”. Eu saí daqui cheia de planos, mas voltei vazia. Eu sou uma derrotada. O Deus Eterno me trouxe de volta como uma derrotada.
Tudo o que lhe acontecera era castigo divino, pensava ela:
— Quem me chamar de Noemi estará indo contra a vontade de Deus. Ele quer que eu sofra e ninguém pode fazer nada por mim.
(1.22)
“A colheita da cevada estava começando”.
Quando Noemi e Rute, vindas de Moabe, chegaram a Belém, em Israel, a colheita da cevada estava começando.
Clique aqui para continuar lendo!
A HISTÓRIA DE RUTE, UMA PARÁFRASE POR ISRAEL BELO DE AZEVEDO