JESUS COMPRARIA UMA PISTOLA?

O presidente da República afirmou recentemente que Jesus não comprou uma pistola porque não havia essa arma na época. Em resposta a essa afirmação há pelo menos três ensinos claros de Jesus.

O primeiro deles está em Mateus 5:9: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”. Esta sétima bem-aventurança estabelece uma relação de interdependência entre duas qualificações: a de pacificador e a de filho de Deus. Ser pacificador é ser filho de Deus, e vice-versa. É evidente que não é pacificador aquele que, não sendo um representante da lei, carrega ou possui uma arma. Sua clara intenção é, no mínimo, revidar qualquer agressão ou ameaça, quando não ele próprio cometê-la.

Um segundo ensino de Jesus sobre esta questão está em Mateus 5:38,39: “Ouviste o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra”. Trata-se do princípio da não violência, praticado por Ghandi na sua luta vitoriosa pela independência da Índia, e pelo pastor batista Martin Luther King, na sua luta, também vitoriosa, pelos direitos dos negros na América do Norte. O princípio de Jesus é o da não violência “porque a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tiago 1:20).

O terceiro ensino está em Mateus 26:52: “Todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão”, isto é, a prática da violência produzirá mais violência. Se prestarmos atenção ao texto em torno dessa afirmação, veremos que Jesus estava dizendo que vencedor é aquele morre por tentar dar a vida, e não aquele que tenta se defender legitimamente. Paulo disse que “a autoridade traz a espada” por ser “ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal” (Romanos 13:4). Portanto, somente a autoridade pode usar armas, quando em serviço e de acordo com a lei.