COMENTÁRIO BÍBLICO DEVOCIONAL
Por ALMIR DOS SANTOS GONÇALVES JR
Mateus 4.23-25 — A FAMA DE JESUS
Saindo da região da Judéia, Jesus dirigiu-se ao norte da Palestina. Ele não
queria ficar próximo a Jerusalém, onde as atenções estavam concentradas em
João Batista, que acabara de ser preso por Herodes, pelas razões que ontem
comentamos. A origem do nome “Palestina” para a região da história bíblica
advém dos romanos. Esta palavra indica algo semelhante a “país dos filisteus”,
que era o povo que habitava mais ao litoral do Mar Mediterrâneo, e por isso
mesmo, mais conhecido dos romanos em suas conquistas antigas. O nome,
portanto, designa no NT a mesma região que conhecemos no AT por terra da
promessa, terra da promissão, Canaã, terra da Judéia ou de Israel.
Toda a região era reconhecida como a terra ocupada pelas doze tribos de
Israel após a conquista de Josué ao fim do êxodo do Egito, desde o norte com
as tribos de Efraim e Aser na fronteira com a Síria, demarcada pelo Monte
Hermon com suas neves ao cume, até ao sul com a tribo de Judá (daí o nome
de Judéia), pouco além do Mar Morto, próximo ao ribeiro que demarcava a
divisa com o Egito (Js 15.4).
Estando Jesus então nesta região mais ao norte, exercendo o seu ministério
de forma ampla, pois não havia a oposição dos líderes religiosos judeus, indo
mesmo até as cercanias das cidades fenícias de Tiro e Sidon (Mt 15.21), nada
mais natural que todos tomassem conhecimento de sua passagem por ali:
“Assim a sua fama
correu por toda a Síria.”
Mt 4.24a
Podemos imaginar como esta fama correu por toda a Síria… Não havia
jornais diários, nem noticiários no rádio, nem documentários televisivos, sequer
telefones ou internet. Como, naquela época de tão parcos recursos de
comunicação, a boa-nova de Cristo espalhou-se?…
Simplesmente porque as pessoas falavam dele, testemunhavam dele,
pregavam aquilo que viam e ouviam. Será que nos dias de hoje estamos falando
de Cristo da mesma forma como os seus contemporâneos devem tê-lo feito?
Senhor,
dá-me o prazer de falar
de Cristo. Que, por minha
omissão, ninguém venha a dizer:
“Não me falaram de Cristo”.