COMENTÁRIO BÍBLICO DEVOCIONAL
Por ALMIR DOS SANTOS GONÇALVES JR
Mateus 7.1-14 — O JULGAMENTO AO PRÓXIMO
No último capítulo de seu sermão, o Senhor vai abordar diversos aspectos
comuns e corriqueiros ao viver do crente. Fala do juízo que tão levianamente,
muitas vezes, formamos sobre os outros; do cuidado que devemos dispensar
às coisas que são santas; da eficácia da oração; do destino final do ser humano,
de acordo com os caminhos, e das portas a que pode chegar; dos falsos profetas
e dos fundamentos sobre os quais o homem pode construir a sua vida terrena.
Na leitura de hoje, quatro dos primeiros assuntos são mencionados no
discurso, e fica difícil escolher um deles apenas, pois todos são importantes e
necessários para nossa melhor conduta cristã. Como nosso programa de
trabalho nos obriga a fazer a opção por um versículo apenas, vamos situar-nos
no primeiro deles, para darmos assim uma seqüência mais lógicaao nosso
estudo do texto (na primeira incursão em 97, nos detivemos no versículo 12):
“Não julgueis,
para que não sejais julgados.” Mt 7.1
Cristo está falando de algo eminentemente ligado à natureza humana. Uns
mais, outros menos, todos nós, como seres humanos, somos levados a julgar
os que estão ao nosso redor. Somos injustos e maldosos, muitas vezes, quando
por indicações mínimas e sem base lógica e racional, apenas pela aparência,
julgamos o nosso familiar mais chegado, o irmão ou irmã da igreja, o colega do
trabalho, sem a menor contemplação, como desonestos, indelicados, insensíveis,
cruéis, aproveitadores, crentes, mas não santos. Sem dar-lhes o direito de
defesa, pois tais julgamentos são interiores, firmamos sobre essas pessoas
conceitos injustos e desrespeitosos. Esquecemo-nos, quando assim procedemos,
que o mesmo pode estar acontecendo a nosso respeito, por parte de nosso
amigo ou parente. Além do mais, convenhamos, quem nos deu, a qualquer um
de nós, tal direito e tal prerrogativa? O juízo pertence a Deus, pois ele, sim,
conhece a cada um de nós, no mais íntimo de nosso coração, e sabe da intenção
ou do propósito que move os nossos corações. Como crentes em Cristo,
passemos a adotar a partir de hoje uma atitude de amor e consideração para
com o nosso próximo, sem julgá-lo impropriamente.
tira de mim a prevenção
e o preconceito que me levam a
julgar os que estão ao meu
redor sem qualquer razão.