Eu encaro este desafio. Quero escrever, mas não consigo pensar em ocupar este espaço sem desenhar. Por quê? Porque penso com imagens. Sou artista gráfico e cristão, formado tanto em Artes quanto em Teologia. Sendo assim, quero propor que você leia os textos e observe os desenhos e, se possível, me dê um retorno do que você pensa.
O tema que desejo desenvolver está ligado às artes, mais especificamente às artes plásticas. No entanto, penso que ele pode ser lido e experimentado por outros campos artísticos, como meus amigos músicos, por exemplo.
Antes de qualquer definição teológica de Deus, vemos logo no primeiro capítulo do primeiro livro o caráter criativo do Senhor: “No princípio criou!” Mas como vemos o artista hoje? E como se processa esse “negócio de fazer arte”?
O artista, como todo ser humano, está sujeito ao seu tempo, então, nesse sentido, parece um profeta. Deus também escolhe e reconhece artistas capacitados pelo Seu Espírito para embelezar as obras dEle, como aconteceu com Bezalel na obra do tabernáculo:
“Disse então o Senhor a Moisés: ‘Eu escolhi Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística para desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, para talhar e esculpir pedras, para entalhar madeira e executar todo tipo de obra artesanal.'”
(Êx 31:1-5)
Tanto o poeta (artista) quanto o profeta aguçam os sentidos e processam o que sentem, transformando seus sentidos em algo concreto, em arte e também em Palavra. “Pois a boca fala do que está cheio o coração.” (Mt12:34)
Vamos tentar desvendar ao longo da história o trabalho do artista (poeta-profeta) para entender a conexão entre Teologia e Arte. Quem sabe isso nos ajude a pensar na arte como manifestação humana e cristã?