Provérbios é o título de um livro do Antigo Testamento no qual estão reunidos vários ditados ou breves declarações, em forma de figuras e alegorias, a respeito da conduta humana. A palavra hebraica que traduzimos como provérbios, aliás, significa exatamente parábolas ou comparações.
Atribui-se ao rei Salomão a autoria da maior parte dos provérbios registrados no livro. Salomão, filho do rei Davi, governou o povo de Israel no século X antes de Cristo. E esses antigos provérbios teriam sido compilados e organizados cinco séculos depois, durante a reforma religiosa promovida pelo rei Ezequias, já com o reino dividido.
Sobre o rei Salomão conta-se que, por ocasião da sua coroação, o Senhor Deus lhe perguntou qual era o seu desejo e, em vez de pedir poder, fortunas ou glórias, Salomão tão somente escolheu obter sabedoria. Queria ser um rei sábio para governar o povo. E, por causa disso, logo se tornou o rei que mais progresso e riquezas trouxe à nação de Israel.
Podemos extrair duas lições iniciais deste episódio. A primeira é que começamos a ser sábios quando valorizamos a sabedoria. Desejar sabedoria já é, por si, um eloquente sinal de sabedoria.
Em segundo lugar, mais do que qualquer outra coisa, nações precisam de governantes sábios. E governantes sábios, nós bem o sabemos, são raros.
Na abertura do livro de Provérbios está escrito: “estes são os provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel, que ajudarão a experimentar sabedoria, a obter conhecimento, a viver com sensatez, a ter prudência e a dar maturidade aos jovens”.
Sabedoria é a palavra central de Provérbios. Na língua em que o livro foi escrito, sabedoria significa possuir a habilidade ou a capacidade de não tropeçar nos obstáculos do caminho e de evitar as armadilhas ou as emboscadas da vida. Ser sábio, portanto, implica em compreender e praticar os princípios que tornam a vida mais proveitosa, mais compensadora, com mais motivos para comemorar e celebrar bons resultados do que para se arrepender e lamentar os infortúnios.
É interessante notar que a sabedoria não está diretamente relacionada ao preparo intelectual ou às conquistas acadêmicas. Há muitas pessoas com diplomas universitários ou com destacada inteligência que, no entanto, são precipitadas nas escolhas, imprudentes nas decisões, completamente insensatas e desajuizadas na maneira como vivem, como se relacionam com os outros ou como procedem e se comportam.
Claro que é importante estudar, batalhar por um diploma, especializar-se e aprimorar o conhecimento. As oportunidades de trabalho no mundo atual são cada vez mais seletivas nesse sentido. Porém, não basta o diploma pendurado na parede para viver bem e com qualidade. É indispensável, de igual modo, que sejam sábios.
E sabedoria não se compra. Sabedoria a gente colhe porque semeia. E os princípios de Provérbios ajudam a semear corações sábios e maduros.
