Amo a igreja porque Cristo a amou e se entregou por ela (Efésios 5.25).
Igreja não é algo qualquer. Ela merece o nosso amor, por mais que tentem erguer o discurso de que ela é dispensável. Pessoas que assim se proclamam, estão limitando a igreja às suas concepções institucionalizadas.
O amor é paciente. É bondoso. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. É o belo registro do corpo literário paulino de 1 Coríntios 13.
Amar a igreja é ter paciência com ela. O amor não é dominador. Pessoas que querem ser donas da igreja não a amam. É uma obsessão travestida de amor.
Em nome do amor, decisões são adiadas, pois ele tudo espera. Em nome do amor, suportamos o que for preciso. Em nome do amor, sofremos e acreditamos na igreja.
A igreja não nos pertence. Ela é de Cristo. Ela é corpo dele. Nossa condição é amar ou amar. Não somos realmente igreja quando não devotamos amor.
Amo a igreja porque ela é uma comunidade de pessoas regeneradas e batizadas em nome de Jesus Cristo.
Creio na igreja local como sendo a igreja de Cristo. Entendo que os seus membros são membros da chamada igreja espiritual, universal ou militante. O símbolo da nossa inclusão, o batismo, anuncia que ressuscitamos com Cristo. Essa ressurreição, obviamente, é espiritual. Então, somos a igreja espiritual.
Como não amar algo tão sublime, que defende a morte de tudo o que faz a criação decair e exalta àquele que a soergue! A igreja defende a morte dos nossos desejos pecaminosos. A igreja defende a morte da injustiça. A igreja defende a morte da hipocrisia, da desigualdade social, da individualidade doentia.
A igreja exalta a Cristo, que restaura a nossa comunhão com o Pai. A igreja exalta a Cristo, que regenera nossos valores. A igreja exalta a Cristo, que infunde em nós o senso de comunidade.
Amo a igreja porque ela preserva os valores éticos, morais e sociais.
Há algum tempo atrás, exclamei que a cada dia há mais igrejas e o povo não melhora. Foi quando um amigo me advertiu que o pensamento deveria ser noutra linha: o mundo não está pior graças à igreja. Se a igreja for retirada do mundo, ele apodrece. Concordo.
Por mais que alguns tentem macular a imagem da igreja, ela sempre será um referencial. A igreja não é medida pela atitude de um ou outro.
A igreja preserva os princípios éticos, que são universais, e, pelos preciosos ensinos de Cristo, acaba por anular a relatividade das ações morais, nivelando-as, e por alto, no convívio social. Como a igreja “produz” indivíduos melhores!
Dizem que a ética passa pelo “posso”, “devo” e “quero”. Nem tudo que posso eu devo. Nem tudo que quero eu posso. Nem tudo que devo eu quero. Paulo já havia falado sobre isso: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine” (1 Coríntios 6.12; NVI).
A ética é o princípio. A moral é a face prática desse princípio. A igreja tem princípios e sua prática é moldada, nada mais nada menos, que pelos ensinos do homem perfeito, Jesus.
Amo a igreja porque ela é (im)perfeita.
Do ponto de vista do corpo místico de Cristo, a igreja é uma instituição divina perfeita. Do ponto de vista dos membros que a compõe, a igreja é imperfeita, pelo simples fato de ser composta por pessoas.
Quem fica por aí procurando uma igreja perfeita, perde a alegria de crescer com os demais, de aprender a tolerar. A igreja não é o céu na terra, mas é a terra a caminho do céu, com todos os altos e baixos da jornada.
Aqueles que ficam também à procura de um pastor perfeito acabam vagando numa ilusão construída pelas suas próprias imperfeições. É aquele grupo mais exigente que o próprio Deus.
Não podemos esquecer que quando Cristo tomou a forma humana ele foi humilhado. A nossa condição é essa. Não temos glória nenhuma para recobrar, como Cristo a tem.
Igreja é maravilha dos céus para nós. É família. É presença marcante. É Reino difundido. É Cristo entre o povo. Somos nós!