Conversa para boi dormir

 

(Parte 1)

 Comemorou-se Corpus Christis, a festa em homenagem ao Corpo de Cristo Ressuscitado. Mas há quem questione a ressurreição de Jesus: ele ressuscitou mesmo? Não houve uma ilusão de óptica dos discípulos que estavam impactados com a sua morte tão trágica, chocante? Afinal foram anos de convívio com alguém que se diferenciava muito das demais pessoas, com grande capacidade de ouvir, compreender as “dores da alma” chorando com os que choravam e alegrando-se com os que se alegravam, dando paz, alegria, segurança emocional, espiritual! Os milagres que fez, estavam vívidos na mente deles: o poder sobre a natureza acalmando o vento e o mar, a multiplicação dos pães, a transformação tanto da água em vinho como de vidas da água para o vinho, curando todo o tipo de enfermidade (cegos de nascença, paralíticos, leprosos, entre outros), ressuscitando mortos…

Guardas que foram prendê-lo não cumpriram o mandato. Inquirido sobre o motivo de terem voltado sem ele disseram: “nunca ninguém falou como este homem!”

Os religiosos que tramavam armadilhas para o apanharem nalguma alguma palavra, atitude, saiam envergonhados.

Tudo isso, não pode ter levado os discípulos – que estavam enfrentando o deserto da vida – à  ilusão de óptica, tal como um viajante sedento que tem miragem vendo água no deserto? Eles tinham uma imagem de Jesus em suas mentes, em seus corações e isto poderia tê-los levado a vê-Lo em cada pessoa com as mesmas características físicas dEle. Em nossos dias, muitas pessoas têm vivenciado esta experiência. Não teria sido assim com eles também?

O túmulo onde Seu cadáver foi colocado estava vazio. Desapareceu. Teria havido subtração ou ocultação, crime previsto no Art. 211 do nosso Código Penal? Guardas encarregados da segurança do sepulcro, afirmaram que os discípulos o levaram, enquanto eles dormiam.

Há quem vá além, questionando: “será que Ele morreu mesmo?” “Não desmaiou na Cruz, recobrando o sentido no túmulo?” A história da morte e ressurreição de Jesus Cristo não é conversa pra boi dormir?  Conversa mole sem nenhum resultado prático?

João Vieira Filho