O desprender das folhas já amareladas pelo tempo, que dançam com o sopro suave da brisa outonal. O cogumelo que, como para se proteger das gotas, faz nascer sobre si uma sombrinha ao simples aroma do petricor. A teia de aranha que reluz gotinhas de chuva com o incidir dos raios do Sol. Os próprios raios do Sol!
São coisinhas tão simples – embora não sejam simplórias -, que passam, e não vemos. Por que deixamos de contemplar as maravilhas que Deus criou? Quando foi que perdemos o encanto pelas pequenas coisas mágicas que acontecem bem ali, por onde passamos todos os dias?
Passamos e não vemos, porque, no cotidiano, nos acostumamos com a cegueira. Tudo parece o mesmo, e a monotonia que nossos próprios olhos têm, acaba por tornar triviais as maravilhas que passam por nós.
Às vezes não é preciso estar perto para enxergar os detalhes, muitos deles podem ser vistos ao longe e, inclusive, podem ser melhor contemplados assim. A junção de cada um deles forma o todo de nossas vidas.
É contemplando os detalhes com que Deus bondosamente nos presenteia a cada dia, que adornamos nossas vidas com graça, esperança e gratidão, e, assim, podemos distribuir esses enfeites aos que conosco convivem.
Ana Braga Ribeiro.