Salmo 103: AH SE NÓS LOUVÁSSEMOS AO SENHOR COM TODO O NOSSO SER!

AH SE NÓS LOUVÁSSEMOS AO SENHOR COM TODO O NOSSO SER!
Salmo 103

Pregado na Igreja Batista Itacuruçá, em 3.7.2005, noite.

1. LOUVAMOS A DEUS COM TODO O NOSSO SER QUANDO…
1.1 … nos vemos como somos (vv 14-16).
Temos dificuldade de nos ver como nós somos, mas só com uma auto-compreensão adequada de nós mesmos, poderemos viver de modo adequado. Mas não fiquemos preocupados: “(14) Pois ele sabe do que somos formados; lembra-se de que somos pó. (15) A vida do homem é semelhante à relva; ele floresce como a flor do campo, (16) que se vai quando sopra o vento e nem se sabe mais o lugar que ocupava”.

1.2. … Nos lembramos:
. do perdão de Deus (vv 3-4, 8-12).
Diante da percepção de quem somos, precisamos nos recordar que há um poder disponível: é o perdão de Deus. “(3) É ele que perdoa todos os seus [nossos] pecados e cura todas as suas [nossas] doenças, (4) que resgata a sua [nossa] vida da sepultura e o [nos] coroa de bondade e compaixão. (8) O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor. (9) Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre; (10) não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniqüidades. (11) Pois como os céus se elevam acima da terra, assim é grande o seu amor para com os que o temem”.

. do cuidado de Deus (vv 5, 13).
Como vai a nossa vida? Vão bem? É Deus que está por trás deste sucesso. Como vai a sua vida? Com muitas dificuldades? É Deus quem a sustenta. “(5) [Ele] enche de bens a sua existência, de modo que a sua [nossa] juventude se renova como a águia. (13) Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem”.

. da justiça de Deus (vv 6, 17-18).
Não podemos produzir justiça; o máximo a que chegamos é à retribuição ou à vingança. Deus tem outro tipo de compromisso. (6) O Senhor faz justiça e defende a causa dos oprimidos. (17) Mas o amor leal do Senhor, o seu amor eterno, está com os que o temem, e a sua justiça com os filhos dos seus filhos, (18) com os que guardam a sua aliança e se lembram de obedecer aos seus preceitos.

1.3. … Recordamos o que Deus já fez por nós (v. 7)
Vejamos como vivíamos há alguns anos. Não é verdade que, alguns de nós, achamos que não chegaríamos ao final de um certo ano. E quantos anos já se passaram?
O povo de Israel era convidado a olhar para a sua história. “(7) Ele manifestou os seus caminhos a Moisés, os seus feitos aos israelitas”. Se olhasse, louvaria a Deus.
Somos chamados a olhar para a nossa história com igreja. O que Deus tem feito aqui não cabe no gibi… nem num DVD.

2. LOUVAR A DEUS COM TODO O SER É…

2.1. … louvar com exclusividade.
O natural em nós mesmos é o auto-louvor; se algumas pessoas que não gostam de si mesmas, a maioria gosta… e gosta que lhe agradeçam e lhe elogiem e lhe louvem.
Mesmo quando queremos buscar a Deus, podemos nos desviar para outros deuses. Há sempre um bezerro-de-ouro disponível, seja um pastor, seja um mestre, seja um templo, seja uma ordem de culto, seja um estilo de louvor.
Louvar espiritualmente é ter uma vida totalmente fiel a Deus. O modo como termina a história de Salomão deve ser uma advertência a ser pregada na cabeceira de nossas camas: “À medida que Salomão foi envelhecendo, suas mulheres o induziram a voltar-se para outros deuses, e o seu coração já não era totalmente dedicado [fiel] ao Senhor, o seu Deus, como fora o coração do seu pai Davi” (1Reis 11:4).
Esta é a conversão pedida: que deixemos de cultuar a nós mesmos, reconhecendo que somos pecadores, e cultuemos a Deus. Jesus morreu na cruz para que pudéssemos, olhando para Ele, ter os nossos pecados perdoados pelo Pai e podermos, então, louvar ao Senhor. Sem conversão, há arte, não adoração. Sem entrega de vida, há música, não louvor.
Há muitas pessoas que freqüentam os cultos, mas não se batizam. Com isto, acham que preservam a sua liberdade; preservam-na, sim, mas preservam também a liberdade de Deus, que não tem livre acesso nestas vidas. Batismo é compromisso. Louvor é compromisso.

2. … louvar com inteireza.
A instrução sálmica é extraordinária: numa outra versão, o verso 1 recomenda: “Bendize, oh  minha alma, ao Senhor, e TUDO O QUE HÁ em mim bendiga o seu santo nome”.
Outro salmo estabelece magistralmente: “Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus” (Salmo 149.6a).
Louvar com inteireza é louvar com a música, cantada ou tocada, expressa ou sentida, não importa o gênero, nem o estilo. Importa que o nosso coração arfe. Importa que as veias pareçam que vão explodir por não caberem tanta emoção. Quando louvamos, o nosso peito tem que arder.
Louvar com inteireza é louvar com emoção e com razão, sem dicotomia. Nós somos emoção: louvemos com emoção. Não somos razão: louvemos com razão. Não somos corpo: louvemos com o corpo. Nós somos espírito: louvemos com espírito.

3. … é louvar até deixarmos que a nossa vida se encha da glória de Deus.
Louvar é dar glória a Deus. Louvar é deixar que Deus apareça, que Deus se manifeste. O louvor é o território da teofania (aparecimento de Deus). Outro poeta do Saltério garante que Deus é santo e habita no meio dos louvores (Salmo 22.3).
Quando louvamos com todo o nosso ser, a igreja treme. Quando levantamos nossas mãos em louvor, Deus passeia por entre as pontas de nossos dedos erguidos. O louvor é o momento mais elevado da comunhão. Quando louvamos, subimos aos céus. Quando louvamos, nós nos colocamos face a face com Rei no Seu trono esplêndido.

4. … é louvar até saber quem é Deus, para nos aquietarmos.
Quando louvamos, sabemos quem é Deus e, sabendo quem é Deus, nós nos acalmamos.
Em lugar da inquietude, vemos que vale a pena a quietude diante dEle. Em lugar da idolatria reclamação, seremos tomados pelo desejo de agradecer, mesmo que não estejamos gostando do que estamos recebendo.
Quando nos aquietamos diante de Deus, somos capacitados para viver de modo animado, a andar de cabeça erguida, mesmo que o presente queira comprimir nossa cabeça para baixo. O salmista sabia disto: “Tu, Senhor, és o escudo que me protege; és a minha glória e me fazes andar de cabeça erguida” (Salmo 3.3).

***
Louvar ao Senhor não é algo fácil. Por isto, o salmista convida o seu ser para fazê-lo. Em outros termos, ele se convence a si mesmo para o fazer.
Faça como o salmista: diga a você mesmo que vale a pena louvar ao Senhor. Convença-se disto. Louve ao Senhor com todo o seu ser.