Mateus 13.1-23 — UM SERMÃO À BEIRA MAR (Almir Gonçalves Jr)

COMENTÁRIO BÍBLICO DEVOCIONAL
Por ALMIR DOS SANTOS GONÇALVES JR

Mateus 13.1-23 — UM SERMÃO À BEIRA MAR

Muitas vezes não nos expomos a pregar o evangelho. Quando somos atraídos
a isto, passamos a considerar as condições reinantes, o ambiente em volta, as
possibilidades, positivas ou não, e, na maioria das vezes, nada fazemos, perdendo
a oportunidade. Sei que muitos achariam que tal preocupação deve ser de
pastores e evangelistas, mas a verdade é que a pregação da Palavra e o testemunho
veraz devem ser praticados por todos aqueles que se dizem crentes em Cristo
Jesus e não apenas pelos “encarregados” do ministério profético.

Considerem a situação que Mateus narra para nós:

“No mesmo dia, tendo Jesus saído de casa, sentou-se à beira do mar;
e reuniram-se a ele grandes multidões, de modo que entrou num barco,
e se sentou; e todo o povo estava em pé na praia.”
Mt 13.1,2

Observem, pela narrativa do capítulo anterior, que Jesus já estivera numa
sinagoga, realizara duas curas, discutira longamente com os escribas e fariseus,
voltara para a casa onde se hospedava em Cafarnaum (provavelmente a casa
de Pedro), onde se vê com os seus familiares, e, por certo, já ao entardecer,
volta a sair para dirigir-se à praia. Cafarnaum era uma cidade que ficava à beira
do mar da Galiléia e era um importante entreposto pesqueiro. Sem dúvida,
queria agora descansar, retirando-se um pouco do meio da multidão e do
confronto com seus antagonistas de sempre.

A multidão, no entanto, o segue. Vejam, pelo texto, que ele “sentou-se à
beira mar”, isto é, deve ter escolhido um recanto da praia para, reclinando-se,
meditar vendo a paisagem marítima, que é sempre convidativa à reflexão. Eis,
então, que o povo começa a chegar e a rodeá-lo. É quando ele, levantando-se,
dirige-se a um dos pequenos barcos que ficavam à margem, junto às pequenas
marolas que se quebravam na areia, e, aproveitando a oportunidade, senta-se
na sua proa e começa a pregar. Tudo parecia conspirar contra isto, mas Cristo
vai fazer ali um dos seus mais marcantes sermões. Será que nós fazemos
assim também? Será que nós, os crentes de hoje, seguidores dele, temos
procurado aproveitar as oportunidades que nos surgem?

Senhor,
que eu me torne sensível
às oportunidades que surgem de
pregar o teu evangelho àqueles
que estão ao meu redor.