HONRANDO A QUEM É DIGNO DE HONRA! (Eraldo Bernardo)

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“Sucedeu também certo dia que Eliseu foi a Suném, onde havia uma mulher rica que o reteve para comer; e todas as vezes que ele passava por ali, lá se dirigia para comer. E ela disse a seu marido: Tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus. Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto sobre o muro; e ponhamos-lhe ali uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, quando ele vier a nós, se recolherá ali. Sucedeu que um dia ele chegou ali, recolheu-se àquele quarto e se deitou”-II Reis 4:8-11.
 
Honra segundo o dicionário é “sentimento de dignidade própria; probidade; consideração e homenagem devidas à virtude, ao talento, à coragem, às boas ações de alguém; boa reputação”. O termo usado em o NT grego é “timé” e tem o sentido de estima, deferência, recompensa. O termo “honorário”  vem de  “honor”(honra em inglês), e é uma das maneiras de se honrar a quem trabalha, seja esse trabalho físico, intelectual e/ou espiritual. 
 
Que conseguimos ver nesse texto, em relação a honrar as pessoas dignas de honra?
 
1º) A mulher da cidade de Suném, aldeia da tribo de Issacar, ao norte de Israel, reconheceu e submeteu-se docilmente às virtudes e à autoridade delegada de Deus ao do profeta Eliseu. Paulo escrevendo aos cristãos da capital do Império, Roma, lá no capítulo 13 de sua carta diz assim:”Toda a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus”-Rom.13:1.Um profeta é autoridade, um pastor é autoridade, um diácono é autoridade, um professor da EBD é autoridade, os pais são autoridade, professores são autoridade… Quem se insurge contra a autoridade está fazendo o que Lúcifer fez e faz.
A Sunamita reconheceu a autoridade de Eliseu e disse a seu marido:”É um homem de Deus”.
 
2º) A sunamita falou bem do profeta Eliseu. Sabemos que Eliseu não era sem pecado. Ele era um homem à semelhança de Elias “sujeito às mesmas paixões” e a cada um de nós, mas ele amava a Deus e foi ungido pelo Senhor para ser “boca de Deus” em seus dias. Ela disse a seu marido “Tenho observado que este que passa por nós é um santo homem de Deus”. Ela sabia que embora sejamos pecadores, podemos ser santos, isto é, separados do pecado, do mundo, que jaz no maligno. Ela falou bem dele. Ressaltou suas virtudes.
Quanta gente por aí, até dentro de nossas igrejas e até no ministério, que está emprestando seus lábios a Satanás para falar mal dos pastores, dos diáconos, dos professores da EBD, do regente do coral, da liderança em geral da denominação, do presidente da república, do governador, do prefeito… Só se ressalta o que é negativo e se omite o que é positivo. Há muita coisa positiva acontecendo, mas muitas vezes nem se quer saber sobre isso. É só falar mal. Ela, a Sunamita, não procedeu assim.
 
3º) A Sunamita foi generosa. Ela era uma mulher rica. Isto mesmo, uma rica generosa, como sói acontecer por todo esse Brasil. Há pobres sovinas e ricos generosos.
Há ricos que doam expressivos valores para instituições de apoio à criança, à velhice, aos portadores de doenças diversas… Graças a essas doações regulares e esporádicas essas instituições de apoio à vida e à dignidade humana vão sobrevivendo para o bem das pessoas e das famílias. Gente anônima. O texto nos informa que ela “o reteve para comer, e todas as vezes que passava por ali, lá se dirigia para comer”(grifo do autor). Como vai a nossa generosidade? Estamos cada vez mais em nosso quadrado ou estamos olhando ao nosso redor? Como está o nosso grau de miopia? Ninguém é tão pobre que não possa dividir o seu pedaço de pão com alguém, se houver generosidade.
 
4º) A Sunamita era uma mulher observadora. Diz o texto:”Tenho observado…”. Observava mais o que era positivo do que o que era negativo, com certeza. Há pessoas que observam pelo lado bom das coisas. Ela observava o andar, o olhar(cuidado olhinho no que vê…), o gesticular, o falar, os milagres do homem de Deus chamado Eliseu. Ela observava o profeta para, de alguma forma, abençoá-lo. Muitas vezes, por causa do orçamento apertado, educação dos filhos, etc. alguém não pode sempre estar de roupa nova. Muitos observam que ele usa o mesmo terno, a mesma gravata (comentam…) mas nada fazem para abençoá-lo(a).Ainda bem que existe no calendário anual das igrejas batistas o “Dia do(a) Pastor(a)”… Não foi assim com a Sunamita. Ela observou que ele precisava de alimento e de um quarto mobiliado para trabalhar e para descansar, por isso, tomou a iniciativa de conversar com seu marido, assim: ”Façamos um pequeno quarto sobre o muro; e ponhamos-lhe ali uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, quando ele vier a nós, se recolherá ali”.  Tudo isso custa dinheiro… mas ela era uma mulher generosa e valorizava (honrava) o Deus de Israel e ao Seu profeta .
 
5º) A Sunamita era uma mulher que sabia que temos necessidades básicas e que a privacidade é um grande bem. Ela sabia que só o quarto não era suficiente. Era necessário também uma cama (um bom colção nos refaz para um novo dia de trabalho). Como é o colção daquele que o(a) alimenta com a Palavra todos os domingos em sua igreja? Uma mesa (pastor, ministros precisam de uma mesa). Seu pastor tem uma mesa digna? Seu ministro de música e de educação cristã tem uma mesa? Cadeira. Como é a cadeira do gabinete pastoral? Confortável? É preciso ter cuidado aqui. Há cadeiras que derrubam pastores…(rsrs) Um candeeiro. Como está a iluminação do gabinete pastoral ou dos demais ministros da igreja? Há muitas necessidades nas dependências de nossos templos que seriam supridas de houvessem “pessoas sunamitas”. Há grades e portas precisando ser pintadas, bem como salas. Bebedouros cujas peças precisam ser trocadas,
basculhantes sem vidros, berços quebrados, etc. etc.
Ninguém vê isso. Passam por cima. A maioria tira o corpo fora, pois são simplesmente “usuários”…
Privacidade. Ela mandou o pedreiro construir o quarto do profeta em cima do muro, no alto, recebendo a melhor corrente de ar, sem outras janelas na direção da dele, com porta e chave, com certeza). Como é bom hospedar nossos conferencistas em casas ou hotéis onde eles possam ter privacidade para descansar, para se prostrarem diante do Senhor, para concluírem ou modificarem algo em suas mensagens…
 
Finalizando, destacamos em primeiro lugar que as ações da Sunamita fizeram muito bem ao profeta Eliseu. Ele ficou tão feliz que começou a pensar como Deus poderia retribuir(continue lendo o texto bíblico para ver). Ele se sentiu honrado, valorizado, como precioso, como alguém de valor. Ela o colocou “pra cima” e não “pra baixo”. E, em segundo lugar , que o Espírito Santo não permitiu que o nome  dela constasse do texto. Será por que? Acho que  porque essa gente que está nas pegadas da Sunamita não precisa e não quer aparecer. Cantam assim…”Eu não preciso ser reconhecido por ninguém..A minha glória é fazer com que conheçam a Ti e que diminua Eu para que Tu cresças , Senhor, mais e mais…    Oh! glória a Deus !!!
 
Eraldo Coelho Bernardo
Pastor Titular da Igreja Batista Memorial em Manguinhos
Rio de Janeiro, RJ.