A BEM-AVENTURANÇA DO CHORO
Mateus 5.4:
2005
Embora o gênero predileto da Bíblia seja a poesia, plena de figuras de linguagem e de imagem, seus textos são sobre a vida concreta, para situações concretas. Ela está cheia de narrativas de pessoas, homens e mulheres, que choraram diante de certas situações na vida, como também ocorre conosco.
Chorar é um destes verbos que acompanham o ser humano. O sábio do Eclesiastes já anotara que há “tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar” (Eclesiastes 3.4). Quando chegamos à luz do mundo, choramos, aos berros. Quando perdemos pessoas que nos enlutam com sua partida, choramos, com intensidade. Nascimento e morte têm o choro como seu fundo musical.
Tão presente é o choro que, às vezes, lançamos mão dele conscientemente para atrair a piedade ou até para vender uma falsa impressão a nosso respeito. Nas CPIs recentes, vimos políticos e empresários jurar inocência inexistente em meio a lágrimas tão copiosas que tiveram que interromper por instantes seus depoimentos. É como se o choro autenticasse a inocência. É o choro estratégico, para enganar, como o de Dalila quando pediu a Sansão que lhe revelasse seu segredo (Juízes 14.16).
Quando Jesus profere as suas bênçãos no chamado sermão do Monte, ele inclui os que choram, mas os que choram por reconhecer as suas limitações e por desejar o consolo que vem de Deus. Ouçamos todas as felicitações apresentadas por Jesus (Mateus 5.1-12):
PARTE 1
BEM-ABENTURANÇA TRIDIMENSIONAL
1. QUANDO O CHORO NÃO CARECE DE CONSOLO
Há situações em que choramos e nas quais não somos consolados. E não o somos porque gotejam dos nossos olhos não por causa da tristeza mas por causa da alegria. Nestas situações, não precisamos de consolo.
1.1. Quando se encontrou com seus irmãos e se revelou a eles, José chorou, chorou de prazer por rever aqueles que jamais imaginou reencontrar (Gênesis 45.15). O mesmo aconteceria quando reviu seu pai (Gênesis 50.1).
Quando o povo de Israel, voltado em parte do exílio, pôde celebrar ao Senhor sob a liderança de Esdras, chorou coletivamente, fazendo um grande barulho, com risos e soluços (Esdras 3.13 — “Não era possível distinguir entre o som dos gritos de alegria e o som do choro, pois o povo fazia enorme barulho. E o som foi ouvido a grande distância”.) Também experimentamos situações em quem olha para nós precisa se perguntar se estamos tristes ou felizes, tanta é a emoção, tanto transborda o nosso coração em forma também de lágrimas.
Eu já chorei de alegria várias vezes, não tantas quando deveria porque logo trato de disfarçar. Afinal, homem não chora, diz a estupidez popular, e eu também sou estúpido. Meu choro mais gostoso foi quando recebi a notícia de que minha esposa estava grávida. Isso foi em 1983, mas eu me lembro até da brisa que fazia na soleira da porta.
Cada um de nós tem suas alegrias. E elas são muito boas. Guardadas na memória, são presentes de Deus para o nosso presente.
1.2. Também choramos diante da percepção daquilo que Deus está fazendo de magnífico em nossas vidas.
Choramos quando percebemos que Deus está realizando uma promessa em nossas vidas. Jacó saiu de casa, fugido. No caminho, encontrou-se com Deus e se propôs a Lhe ser uma pessoa fiel. Chegou a uma fazenda depois de muito caminhar. Ali um poço onde poderia matar a sua sede. Foi quando entrou uma moça, que veio a saber que era sua prima. Finalmente, ele estava entre os seus. Quando descobriu o que estava fazendo com ele, Jacó caiu em lágrimas. Segundo o texto, ele “beijou Raquel e começou a chorar bem alto” (Gênesis 29.11). Ninguém entendeu nada — ninguém entende nada quando vemos Deus agindo e reconhecemos esta ação — até que Jacó explicasse.
Choramos também quando sentimos a presença manifesta em nossas vidas, num culto por exemplo. Um testemunho, uma canção, uma oração pode nos maravilhar tanto que reconhecemos que Deus está ao nosso lado soprando sua música, convidando para estar perto, cada vez mais perto dele, iluminando os nossos rostos como se refletissem a própria glória de Deus.
Bendito o choro, o choro que a presença de Deus conosco arranca de dentro de nós.
Maldita a nossa natureza pecaminosa, que não deixa chorar de prazer diante de Deus, afastados por nossa indignidade ou por nossa crítica. Por vezes, observamos tanto um culto, que não cultuamos, e quando não cultuamos, Deus não fala. Às vezes, estamos num culto e há coisas que nos desagradam e nos perdemos nisto, seja numa regência que não nos agrada, num repertório que não nos agrada, numa bateria que não nos agrada, num coro que não nos agrada, que perdemos a oportunidade de agradar a Deus. A crítica tem o seu lugar, mas não deixe que a crítica seque a sua vida. Se tem alguma coisa que você acha que não está certa, procure muda e, enquanto ela não muda, feche os seus olhos e cante, feche os seus olhos e ore, feche os seus olhos e agrade a Deus. “Deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos desejos do seu coração” (Salmo 37.4).
2. QUANDO O CHORO NÃO PODE SER CONSOLADO
Há um choro que não é ouvido. Para ele, não há conforto. É choro sincero, mas é choro indevido.
É o choro da reclamação injusta, a que a Bíblia chama de murmuração. O povo de Israel libertado chorava porque não estava no Egito onde era tratado com rações mínimas de comida e controlados pela violência. O povo chorava porque queria voltar para uma vida miserável. Não pôde ser consolado, senão exortados (Números 11).
Por vezes, podemos agir do mesmo modo. Podemos chorar pela perda de coisas ruins, aos quais nos agarramos. Procedemos, por vezes, como crianças de quem se arranca a chupeta e choram aos gemidos, mas seu bem estar está em perder a chupeta. Nestas situações, a palavra de Moisés se aplica a nós: “Vocês voltaram e choraram perante o Senhor, mas ele não ouviu o seu clamor nem lhes deu atenção” (Deuteronômio 1.45). Não choremos por razões que não valem a pena. Nem murmuremos contra Deus.
3. O CHORO QUE DEUS CONSOLA
A bem-aventurança de Jesus é para aqueles que choram por causa de seus reais problemas, choram porque não sabem o que fazer diante do sofrimento. Felizes são as pessoas que sabem que são espiritualmente pobres e, por isto, choram. Choram por que os inimigos, em forma de pessoas, dificuldades, dores prevalecem sobre suas vidas. A bem-aventurança é para aquele que se lamenta como o profeta bíblico: “É por isso que eu choro; as lágrimas inundam os meus olhos. Ninguém está por perto para consolar, não há ninguém que restaure o meu espírito. Meus filhos estão desamparados porque o inimigo prevaleceu” (Lamentações 1.16).
Jesus, então, diz:
3.1. Bem-aventurados os que choram de luto, por terem perdido pessoas queridas, tragadas pela morte, que é sempre brutal e deixa sempre um vazio sem fim, como os que ficam também estivessem morrendo aos poucos. Chorar a morte de uma pessoa querida é um tesouro que nenhum humano pode abandonar, em nome de qualquer disposição, chamada de compostura, coragem ou o conformação. Jesus, o ser humano perfeito, chorou quando um amigo dele faleceu (João 11.35). Por que precisamos ser diferentes dEle?
3.2. Bem-aventurados os que choram de saudade, porque distanciados dos seus queridos, afastados para longe, voluntária ou involuntariamente, como se também estivessem junto aos rios da Babilônia sentados e chorando de saudade de Sião (Salmo 137.1). Os distanciados são aqueles que, em meio a lágrimas, ainda esperam, como o pai do chamado filho pródigo, a volta dos seus queridos, que pode ser o filho que partiu revoltado ou para uma longa viagem de estudos; o cônjuge que diz ter perdido o amor ou viajou a trabalho para longe e por muito tempo; o pai que é indiferente à necessidade de afeto do filho. Os distanciados são os pais que desejam um bebê que não nasce. Aos distanciados, cheios de saudade, cabem esperar e chorar, chorar e esperar. Foi o que fizeram os irmãos espirituais do apóstolo Paulo e a mãe de Samuel. Quando o apóstolo Paulo anunciou que estava deixando seus irmãos em Éfeso, para novas empreitadas, todos os irmãos da igreja choraram muito e, abraçando-o, o beijavam (Atos 20.37). Por não conseguir engravidar, Ana chorava tanto que não conseguia se alimentar (1Samuel 1.7).
3.3. Bem-aventurados os que choram porque perderam coisas importantes, como aqueles que ficaram sem suas casas por causa de tempestades da natureza ou foram privados de seus automóveis em acidentes ou tiveram levados bens valiosos em assaltos. Diante da passagem do furacão Katrina pela Louisiana (2005), muitas famílias fugiram sem nada levar. Conheço uma família que foi acolhida em outro estado, mas não sabe se sua casa poderá ser ainda habitada ou se seus carros, suas roupas, seus móveis ainda poderão ser utilizados. Ainda hoje na Ásia milhares de famílias olham para os escombros de suas casas, olham e choram sem nenhuma saudade dos tsunamis. Ainda hoje milhares de iraquianos, especialmente em Bagdá, vêm diante de si suas casas voando pelos ares infestados de bombas sempre injustas. Ainda hoje milhares de afegães choram pelos hospitais que foram destruídos e que não podem receber mais os filhos à beira da morte.
3.4. Bem-aventurados os que choram por causa da dor que corta seus corpos ou mentes ou mentes ou corpos de seus queridos. Há diagnósticos que fazem chorar. Há cirurgias que fazem chorar. Há tratamentos que fazem chorar. Há sofrimentos para os quais não há terapia alguma, a não ser a do choro. Há leitos de hospitais que parecem eternos. Há doenças que prenunciam o fim. Há doenças que produzem a sombra da morte, como foi o caso de Ezequias, que contraiu uma doença letal. Ele fez uma oração, comum a cada um de nós: “`Lembra, Senhor, de como tenho te servido com fidelidade e com devoção sincera, e tenho feito o que tu aprovas’. E Ezequias chorou amargamente” (Isaías 38.3).
3.5. Bem-aventurados os que choram por não recuperarem o perdido encanto pela vida. As lutas vão drenando as energias, deixando a lágrima em seu lugar. As decepções vão minando a vontade de viver, deixando o choro como mergulho possível. As perdas acumulados vão alimentando a tristeza ou a depressão. Não há tempo para o sorriso, só para o lamento. Há pessoas que inscreveram o salmo 6 nas suas veias: “Estou exausto de tanto gemer. De tanto chorar inundo de noite a minha cama; de lágrimas encharco o meu leito. Os meus olhos se consomem de tristeza; fraquejam por causa de todos os meus adversários” (Salmo 6.6-7). Sua oração é a mesma do poeta bíblico: “Devolve a alegria da tua salvação e sustenta com um espírito pronto a obedecer” (Salmo 51.12).
3.6. Bem-aventurados os que choram por experimentarem a tragédia da rejeição, do esquecimento, da ingratidão ou do abuso. Há pessoas que sofrem e choram por não serem amadas, como todo ser humano deve. Há pessoas que sofrem e choram por não se sentirem amadas pelos outros. Há pessoas que não conseguem imaginar um Deus que as ame. Há pessoas que vivem como que esquecidos num depósito de corpos. Para estas pessoas, a única manifestação que lhe é permitida é o choro, muitas vezes silencioso. São diversas as situações. Um pai (Isaque foi um deles) preferiu um dos filhos e o outro carrega esta dor para toda vida; tudo o que faz gira em torno desta busca por ser amado. Um amigo carrega outro nas costas, abrindo-lhes avenidas de oportunidades, que são percorridas com sucesso; os papéis se invertem, mas agora o amigo-ajudador não conta com o ombro do amigo-ajudado. Em todo círculo de amigo, há um pedro que tem medo de se comprometer, há um judas que se compromete com o inimigo, há um ananias que só pensa em si mesmo. Quem vive o lado sofrido destas experiências vai se refugiando numa solidão povoada de lágrimas, muitas vezes as únicas companheiras que não falham, como se fossem um mantimento diário (Salmo 42.3).
3.7. Bem-aventurados os que choram porque estão sendo perseguidas por causa da sua fé ou por causa das conseqüências da sua fé. Crer é um verbo que se conjuga na contramão. Há países no mundo em que apenas crer em Jesus Cristo representa uma contrafação. Não é o nosso caso, mas é o nosso caso ter que pagar o preço pela fé, que se paga quando ela é levada a sério, estimulando a uma vida irrepreensível no mundo, seja nas relações negociais ou familiais. A honestidade navega sobre lágrimas. A verdade faz seu caminho por entre pedras ameaçadoras. A fidelidade conjugal é vaiada como antiquada. A coerência da fé cobra um preço a quem tem fé.
De igual modo, quem faz o trabalho do Senhor às vezes se esquece que sua atuação pode ser molhada pelas lágrimas. Deus deixa, a este propósito, uma promessa permeada pelo pranto: “Aqueles que semeiam com lágrimas, com cantos de alegria colherão. Aquele que sai chorando enquanto lança a semente voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes (Salmo 126.5-6). O foco deve estar nos feixes, mas o choro não pode ser ignorado, porque real. Bem-aventurados os que choram por fazerem o trabalho do Senhor, mesmo que meio a lágrimas do sacrifício provocado pelo peso do trabalho ou pela incompreensão daqueles que recebem os benefícios do que se faz..
3.8. Bem-aventurados os que choram de indignação contra toda forma de injustiça, miséria e violência. Quem está acostumado a aceitar o fruto do pecado como aceitável não chora. Bem-aventurados os que choram quando a espada da fome, da sede, da insegurança é fincada no corpo de um fraco, seja ela parente, amigo ou desconhecido. Jesus imagina como será o tribunal derradeiro da história. Ele se transporta para lá e de lá passa a julgar homens e mulheres. Os que se indignam, choram e ama os que sofrem à sua direita, com o seguinte convite: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram” (Mateus 25.34-36) A sucessão de escândalos e de pizzas servidas nos palácios nos têm solapado a capacidade de nos indignar. Por isto, bem-aventurados os que choram quando se tornam vítimas do descaso ou da injustiça, nas ruas ou nos tribunais, nos escritórios, nos edifícios ou nas fábricas. Por isto, malditos os que se acomodam diante da sentença injusta, da demissão injusta, do comentário injusto, diante da fome, diante da miséria, diante da violência, diante do esgoto não tratado, diante do hospital sem remédios e leitos e centros cirúrgicos, diante da escola escassa, contemplando a opressão, calando diante da corrupção. Diante do silêncio, “a lei se enfraquece e a justiça nunca prevalece; os ímpios prejudicam os justos, e assim a justiça é pervertida” (Habacuque 1.4). Por isto, benditos os que choram de indignação, porque estão tornando mais digna a vida, a sua, por lutarem, e a dos outros, pelos resultados da luta.
3.9. Bem-aventurados os que choram por não conseguirem dar o passo ou os passos que precisam para uma recuperação, para a restauração da imagem de Deus em seus corpos e almas. Esaú foi um destes: o trauma da decepção do engano, orquestrado por seu irmão e sua mãe, foi tão profundo como uma raiz de uma grande árvore, que ele nunca conseguiu arrancar. Ele até deu o primeiro passo, ao se encontrar com seu irmão e não o liquidar, mas não conseguiu dar os outros, embora com lágrimas o tentasse (Hebreus 12.15-17).
3.10. Bem-aventurados os que choram arrependidos do seu pecado. Coloquei no final este grupo dos que choram, para deixar claro que nem todas as lágrimas são filhas do pecado, que não basta arrependimento para que tudo se resolva, pelo simples razão de que não houve pecado. Em muitas situações, nosso choro tem a mesma origem do lamento de Jó: simplesmente não sabemos por que. Como não sabemos, queremos que tudo concorra para o nosso bem e que a glória de Deus seja revelada (João 9).
Como diz uma antiga canção, o chorar não salva; de igual modo, apenas sentir-se indigno não salva, mas o arrependimento é o primeiro passo para a salvação. Quando pecamos, precisamos chorar arrependidos, tais como Davi após o adultério com Batseba. Há uma advertência profética contra o povo de Israel, que precisamos cuidar para não se aplicar a nós: “Naquele dia o Soberano, o Senhor dos Exércitos, os chamou para que chorassem e pranteassem, arrancassem os seus cabelos e usassem vestes de lamento. Mas, ao contrário, houve júbilo e alegria, abate de gado e matança de ovelhas, muita carne e muito vinho! E vocês diziam: `Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos'” (Isaías 22.12-13).
Ele encontrou um Natan e aceitou a advertência. Quem ser Davi precisa de um Natã. Bem-aventurados aqueles que quando encontram um Natan na sua vida não se levantam contra Natan, mas se levantam contra si mesmos e se arrependem, com lágrimas; em lugar de produzir desculpas, assumem o erro e pedem perdão. O Davi de Batseba é nossa realidade; o Davi de Natan é a nossa possibilidade de livramento. Depois do encontro com o profeta, Davi ora, como devemos orar, quando pecamos: “Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue. Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar” (Salmo 51.3-4). Afinal, “os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, o Deus, não desprezarás” (Salmo 51.17)
3. COMO DEUS CONSOLA OS QUE CHORAM
A promessa de Jesus é clara: os que choram serão consolados.
Quero sugerir quatro métodos divinos para consolar os que choram.
4.1. Deus nos consola ao afirmar, reafirmar, mostrar e demonstrar que nos ama.
Por nos amar, Deus diz que nos ama. Se somos desamados por nós mesmos, somos amados por Deus. Se somos desqueridos por quem nos devia bem querer, somos queridos por Deus. Quando nosso valor parece nada valer, Sua Palavra nos conforta: “Quando Israel buscava descanso, o Senhor lhe apareceu no passado, dizendo: “Eu a amei com amor eterno; com amor leal a atrai.” (Jeremias 31.2-3). A história de Jeremias é a nossa e eis o que ouviu da boca do Pai: “Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei” (Jeremias 1.5). Sim, “Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”; foi por causa deste amor que “Deus enviou o seu Filho ao mundo” para que este mundo não fosse condenado mas salvo por meio dEle (João 3.16). E “nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1João 4.10). É por causa desse extraordinário amor que Ele nos conduz “em meio a consolações”, numa clara promessa:.”Eu os conduzirei às correntes de água por um caminho plano, onde não tropeçarão, porque sou pai para Israel e Efraim é o meu filho mais velho” (Jeremias 3.19).
Por nos amar, Deus nos convida para uma vida plena. “Venham, todos vocês que estão com sede, venham às águas; e vocês que não possuem dinheiro algum, venham, comprem e comam! Venham, comprem vinho e leite sem dinheiro e sem custo. (…) Escutem, escutem, e comam o que é bom, e a alma de vocês se deliciará com a mais fina refeição. (…) Vocês sairão em júbilo e serão conduzidos em paz; os montes e colinas irromperão em canto diante de vocês, e todas as árvores do campo baterão palmas” (Isaías 55.1-2, 12). Vida plena, lembremos, é presença, não ausência; presença da presença de Deus, não ausência de problemas e lutas.
Por nos amar, Deus nos dá força para viver. O apóstolo Paulo, em meio a sucessão de dificuldades, ouviu de Jesus a seguinte informação consoladora: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Coríntios 12.9). Paulo, então, conclui: “Ah! é assim? Então vou curtir minhas próprias lágrimas, para que o poder de Cristo, não a minha fraqueza, me fortaleza a todo instante. Eu sei que é o amor de Cristo por mim que me permite passar pelos momentos de fraqueza, escutar os xingamentos injustos contra mim, aguardar que minhas necessidades serão supridas, agüentar firme as perseguições, manter a integridade emocional nas situações de angústia. É nestas horas difíceis que a poderosa graça de Cristo domina a minha vida (2Coríntios 12.9b-10 — paráfrase minha). Deus nos empresta Sua força, que continua sendo dEle; é nossa só pelo tempo em que dela precisamos.
Por nos amar, Deus insiste em que mudemos em nós o que precisa ser mudado. Há características em nós que desenvolvemos e que precisam ser eliminadas. Te não é pecado, mas elas nos levam a decisões e atitudes nocivas ao nosso crescimento. Te não nos deve levar à culpa, apenas à responsabilidade. Ser ansioso, ter uma auto-estima abaixo, ser perfeccionista, ter um conceito elevado de si mesmo ou ser demasiadamente crítico, por exemplo, não é pecado, mas nos impede de relaxar e de nos relacionarmos bem uns com os outros. Como aprendemos em vários trechos da Bíblia, Deus espera que não andemos ansiosos, que tenhamos um conceito adequado de nós mesmos.
Por nos amar, Deus nos perdoa quando confessamos os nossos pecados. Escrevendo aos coríntios, o apóstolo Paulo nos fala uma lágrima necessária: “Agora, porém, me alegro, não porque vocês foram entristecidos, mas porque a tristeza os levou ao arrependimento. Pois vocês se entristeceram como Deus desejava, e de forma alguma foram prejudicados por nossa causa. A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte” (2Coríntios 7.9-11). Quando abrimos o nosso coração e nos humilhamos diante de Deus, chorando na Sua presença, Ele nos ouve (2Crônicas 34.27) e nos perdoa. Não há poder em nossas lágrimas, só no sangue de Jesus Cristo, mas as lágrimas são o símbolo de nosso arrependimento pelos nossos pecados, que são então perdoados por causa do amor de Deus para conosco.
4.2. Para nos confortar, Deus se assenta conosco e chora conosco.
Há algo extraordinário no Deus revelado na Bíblia.
Ele escuta o nosso choro pela perda de alguém, pelo medo de perdermos a nós mesmos. O autor de Gênesis conta história de Hagar e seu filho Ismael, abandonados pela família cujo chefe era Abraão. Mãe e filho foram expulsos de casa. Então, o texto nos informa que “Deus ouviu o choro do menino, e o anjo de Deus, do céu, chamou Hagar e lhe disse: `O que a aflige, Hagar? Não tenha medo; Deus ouviu o menino chorar, lá onde você o deixou’ (Gênesis 21.17). É assim conosco. No meio do deserto, na véspera da morte, Deus chamou Hagar pelo nome para lhe consolar.
Elias estava esgotado emocionalmente. Deitou-se debaixo de uma árvore e esperou que seus ossos se secassem consumidos pela fome. “De repente um anjo tocou nele e disse: `Levante-se e coma’. Elias olhou ao redor e ali, junto à sua cabeça, havia um pão assado sobre brasas quentes e um jarro de água. Ele comeu, bebeu e deitou-se de novo. O anjo do Senhor voltou, tocou nele e disse: `Levante-se e coma'”. (1Reis 19.5b-7a).
O apóstolo Paulo diz que todos nós gememos interiormente enquanto não fruímos a excelência da graça em sua plenitude, por causa de nossa natureza. Choramos, clamamos, gememos, como formas de oração. O que temos são gemidos? E como é que o Espírito Santo ora por nós? Ele ora por nós com gemidos inexprimíveis. O Espírito Santo pega os nossos gemidos e os traduz, na mesma linguagem: a linguagem da oração, a linguagem do gemido. Embora continue divino, o Espírito Santo se torna humano. O Espírito Santo fala a nossa linguagem (Romanos 8.23-27). Deus chora conosco.
4.3. Para nos encorajar, Deus transforma situações adversas.
Daniel enfrentou adversidades por causa de sua fidelidade a Deus. No fim da história, entanto, até o seu rei reconhecer que o Deus de Daniel era mesmo absoluto. Lançado na cova dos leões para ser devorado em minutos, Deus simplesmente fechou as bocas dos leões.
Quando quer, Deus age assim. Se precisamos (que é diferente de “se queremos”) de um milagre, Deus o opera. Quando Ele, ninguém O impede.
4.4. Para nos fortalecer, Deus nos envia pessoas que ficam ao nosso lado.
Deus nos envia pessoas que choram conosco, como os amigos de Jó na primeira fase, como os amigos de Lázaro, inclusive Jesus. Os amigos de Jó “quando o viram à distância, mal puderam reconhece e começaram a chorar em alta voz. Cada um deles rasgou seu manto e colocou terra sobre a cabeça” (Jó 2.12).
Deus nos envia pessoas que sofrem conosco na hora da dor, sentindo-a como se fossem a delas. Jesus, quando entrou os familiares de Lázaro não só chorou; “agitou-se no espírito e perturbou-se” (João 11.33).
Deus nos envia pessoas que suprem as nossas necessidades. Quando somos lançados nas carências da vida, Deus nos manda um bom samaritano.
Gosto de pensar na igreja como uma comunidade dos que choram juntos, dos que se preocupa juntos, dos que sofrem juntos. Na verdade, Deus espera que sejamos consoladores. A bênção que lemos em 2Coríntios 1.3-4 é completa, por incluir consolandos e consoladores: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações” (2Coríntios 1.3-4).
A instrução completa é a seguinte: “Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram” (Romanos 12.15).
PARTE 2
CELEBRANDO A RECUPERAÇÃO
Chorar é uma condição que não precisa durar para sempre. Chorar deve ser apenas uma ponte para uma nova condição. Ir além do choro é pôr-se no caminho da recuperação, que é possível, não importam quais sejam os problemas, estejam eles nos campos da sexualidade, dos relacionamentos, da vida devocional, da vida financeira ou das emoções.
Nesta caminhada de recuperação, você precisa levar em conta o primeiro princípio (apresentado anteriormente): “Reconheço que não sou Deus. Admito que sou impotente para controlar minha tendência de fazer as coisas erradas e que a minha vida está fora de controle” (Princípio 1). A aceitação deste princípio capacita para um passo essencial: “Admito ser impotente diante de meus vícios e comportamentos compulsivos e que minha vida se tornou ingovernável, mas aceito a verdade que Deus pode transformar minha vida” (Passo 1).
Assim, quando ouvimos Jesus ensinando que são bem-aventurados os pobres de espírito, e aceitamos a verdade deste ensino, podemos começar a viver. Que bom saber que o Reino dos céus é feito de pessoas que reconhecem que são espiritualmente pobres (Mt 5.3). Mas, também, que bom ouvir Jesus dizendo: “Bem-aventurados os que choram porque serão consolados”.
Sua vida tem sido um vale de lágrimas, por causa de traumas que o atingiram, de vícios que não consegue abandonar ou de hábitos ruins que ainda o perseguem, mesmo contra a sua vontade?
Lembro a oração que o teólogo norte-americano Reinhold Niebuhr (1892-1971) escreveu no século passado, pelo sentido que faz:
“Deus, conceda a serenidade
para aceitar aqui que não posso mudar;
a coragem para mudar o que me for possível
e a sabedoria para saber discernir entre as duas.
Vivendo um dia de cada vez,
apreciando um momento de cada vez,
recebendo as dificuldades como um caminho para a paz,
aceitando este mundo cheio de pecados como ele é,
assim como fez Jesus,
e não como gostaria que ele fosse,
confiando que o Senhor fará tudo dar certo
se eu me entregar à Sua vontade,
pois assim poderei ser razoavelmente feliz nesta vida
e supremamente feliz ao Seu lado na outra. Amém”.
(Reinhold Niebuhr)
O primeiro passo para a celebração colocou você face a face com algumas decisões que precisa tomar, e espero que já as tenha tomado:
1. Pare de negar que sua vida está afetada por um sério problema.
2. Confesse que sua vida está fora de controle.
3. Admita sua impotência para sair sozinho do seu problema.
4. Reconheça que não é Deus.
5. Reconheça a existência de Deus.
6. Aceite que é amado por Deus.
7. Peça ajuda a Deus.
O SEGUNDO PASSO
Agora, quero lhe trazer um segundo princípio que você precisa fincar na sua mente. Apresento também um segundo passo que você pode dar.
Quando Jesus diz que são bem-aventurados os que choram porque serão consolados por Deus, nosso Senhor está apresentando um princípio essencial (o segundo princípio) para a recuperação: “Eu acredito de todo o coração que Deus existe, que Ele se importa comigo e que tem o poder de me ajudar em minha recuperação”.
Este princípio está na gênese de um passo, o segundo da organização Alcoólicos Anônimos (AA): “Acredito que um Poder Superior a mim pode me devolver à sanidade”. Para os cristãos, este Poder Superior tem um nome: Deus. Ele pode e deseja preencher sua vida com amor, com alegria e com esperança. O amor de Deus está buscando você, não importa o quanto você se sinta perdido. [BAKER, John. Trocando a negação pela graça de Deus. São José dos Campos: Propósitos, 2004, p. 57] Isto é o Evangelho: boas notícias de Deus para você. Ele se tornou humano, logo conhecível, mas não menos poderoso, na pessoa de Jesus Cristo. O Ser Superior, Jesus Cristo, ama pessoas como você. O Ser Superior, Jesus Cristo, morreu por pessoas como você.
1. Chorar é reconhecer a impotência.
Chora quem reconhece que está no fundo do poço. Bem-aventurados os que choram. Bem-aventurados os que se reconhecem incapazes de superar seus traumas, anular seus vícios, triunfar sobre maus hábitos.
A bem-aventurança do choro reside no fato de que ele nasce nos olhos que se sabem impotentes para superar problemas muito pesados. Você chora porque não consegue superar suas dificuldades.
Davi experimentou esta impotência mais de uma vez. Tinha um grupo bem armado, com o qual derrotou muitos inimigos. Eis que, no entanto, um de seus filhos constituiu-se num adversário. Davi poderia elimina, mas como o faria: com o seu próprio filho. E o que fez ele? “Davi, porém, continuou subindo o monte das Oliveiras, caminhando e chorando, com a cabeça coberta e os pés descalços. E todos os que iam com ele também tinham a cabeça coberta e subiam chorando” (2Samuel 15.30). É como se dissesse: não há nada que eu possa fazer e não fez senão chorar. É como se dissesse: o Deus em quem eu creio vai dar uma solução. Davi confiou e os caminhos de seu filho e seus conselheiros foram confundidos.
Davi creu. Se você quer mudar, creia em Deus. Ele vai consolar você: é consolado quem tem os seus olhos levantados por Deus. Por isto, acredite quer existe um Deus interessado em solucionar o seu problema. Aproxime-se de Deus, mas com fé. Como ensina a Bíblia, quem se aproxima de Deus precisa crer que Ele existe (Hebreus 11.6). Talvez lhe seja difícil crer num Deus invisível; então, olhe para Jesus Cristo. Quem vê Jesus vê o Pai (João 12.45). Olhe o que Jesus fez.
Se você olhar para Jesus, vai descobrir que Deus pode fazer por você o que você não consegue realizar por si mesmo. Com a ajuda de Deus, você pode alcançar a saúde, sendo abençoado com um novo modo de pensar, “criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (Efésios 4.24).
Creia, mas creia de todo o coração. Creia, mas creia com toda a força da razão. Afinal, “desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis” (Romanos 1.20). Creia que Deus criou o mundo. Creia que Deus criou você. Se algo neste mundo ou em você parece fora de controle, saiba que nada está fora de controle de Deus. Ele fez você para um propósito, e não foi para ser dominado por traumas, vícios ou hábitos ruins.
2. Chorar é crer que há um caminho novo possível.
Chora quem crê que há uma saída. A vida não pode ser um beco sem saída. A vida não é um túnel sem fim.
Deve haver uma saída. Deve haver luz no túnel. Faça sua razão apostar nisto.
Abra o seu coração para a mudança, afirmando que a mudança é possível. Deseje mudar. Creio que Deus pode conduzir este processo de mudança. Você não tem poder para mudar, mas Deus tem. A bem-aventurança do choro reside também na ação de Deus, abrindo para quem crê um novo e vivo caminho (Hebreus 10.20). É consolado por Deus quem crê que Deus está interessado na sua recuperação.
Sempre que as lágrimas quiserem empapar sua visão, leia o salmo 139:
“Senhor, tu me sondas e me conheces.
Sabes quando me sento e quando me levanto;
de longe percebes os meus pensamentos.
Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso;
todos os meus caminhos são bem conhecidos por ti.
Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor.
Tu me cercas, por trás e pela frente, e pões a tua mão sobre mim.
Tal conhecimento é maravilhoso demais e está além do meu alcance;
é tão elevado que não o posso atingir” (Salmo 139.106)
Em outras palavras, Deus sabe tudo acerca de sua situação. Não sei porque algumas pessoas escondem seus problemas. Mesmo cambaleantes, negam que têm bebido; mesmo tossindo, não admitem os estragos do cigarro; mesmo dominados pelo medo, recusam procurar ajuda; mesmo que estejam afundando sua família na destruição financeira por causa de uma compulsão para gastar, disfarçam sua condição. Eu disse que não sei porque procedem assim, mas posso imaginar: têm vergonha. O que minha família vai pensar de mim? O que meus irmãos em Cristo vão pensar de mim. Em muitos casos, eles não vão pensar: já pensaram, estão pensando. Se isto é triste, porque as pessoas podem afunda ainda, apesar do discurso de ajuda que ensaiam em frente a um espelho, não é triste que Deus conheça a sua situação, porque ele conhece para ajudar porque continua a ama, mesmo que você tenha vergonha de você. Ele não tem vergonha de você. Ele jamais fica decepcionado com você, pelo simples fato de que o fez e o ama.
3. Chorar é desejar ver manifesto o poder gracioso de Deus.
Chora quem deseja ser conduzido por Deus para fora dos seus traumas, libertado dos seus vícios e corrigido em seus hábitos ruins.
Deus pode tirar você de onde você está. Você pode ser impotente, mas Deus é onipotente.
Você quer saber qual é a extensão do poder de Deus? Olhe para o túmulo vazio. Maria olhou e chorou, talvez de saudade. Como conhecemos toda a história, podemos chorar de alegria porque não está lá. Deus o tirou de lá. E isto nos enche de esperança. E “se Deus pôde ressuscitar Jesus dos mortos, Ele também pode ressuscitar um relacionamento morto. Ele pode ressuscitar uma pessoa da doença para a saúde. Ele pode libertar você de um vício. Ele pode ajudar você a fechar a porta do seu passado de tal maneira que aquelas memórias parem de perseguir você, se você crer nEle”. [WARREN, Rick. O caminho para a recuperação. São José dos Campos: Propósitos, 2005, p. 23] É consolado quem aceita a graça de Jesus para a recuperação. É confortado quem sabe que pode enfrentar qualquer adversidade com a força que Cristo dá (Filipenses 4.13 BLH).
A força produz esperança, esperança para enfrentar o medo do fracasso. Pode ser que, no passado, você tenha desejado mudar, mas acabou se frustrando por não ter conseguido. Por isto, seus traumas ainda perseguem você. Seu vício ainda o acompanha. Seu mau hábito persiste. Enquanto tentou sozinho, fracassou. Agora, que aceitou, pela fé, a operação de Deus na sua vida, que é cooperação, cooperação porque operação conjunta dEle e sua, a vitória virá passo a passo. Por isto, aprenda a ter expectativas realistas sobre você mesmo. Você é aceito por Deus como você é, mas não para continuar para sempre como é.
Volto, então, ao segundo princípio para a recuperação. “Eu acredito de todo o coração que Deus existe, que Ele se importa comigo e que tem o poder de me ajudar em minha recuperação”. Recordo também o segundo passo: “Acredito que um Poder Superior a mim pode me devolver à sanidade”.
Como viver este princípio? Como dar o passo? Dê o primeiro passo hoje. Deixe o passe de amanhã para amanhã. Como Jesus também ensinou, não fique preocupado com o dia de amanhã. Basta a preocupação com o dia de hoje. Deus vai cuidar do seu futuro.
Você pode ter sua saúde de volte.
Ore.
“Senhor Deus, estou cansado, cansado de chorar por causa dos meus traumas, dos meus vícios e dos meus hábitos ruins. Diante de ti, reconheço, entre lágrimas, que preciso admitir que perdi o controle sobre a minha vida. Então, entrego a ti o controle da minha vida. Tu tens o poder para me consolar, para me fazer caminhar por um trilho novo. Eu quero mudar. Eu preciso do teu poder. “Eu quero poder para destruir hábitos que não posso destruir. Quero poder para fazer as coisas que eu sei que são certas, mas que eu não consigo faze por mim mesmo. Quero poder para romper com o meu passado e ficar livre daquelas lembranças desagradáveis. Quero ser capaz de amar as pessoas e de ser amado ou amada por elas e me livrar das feridas, a fim de que eu não construa paredes de separação. Quero poder para abraçar o tipo de vida que tu queres que eu viva”. [WARREN, Rick. O caminho para a recuperação. São José dos Campos: Propósitos, 2005, p. 26] Eu preciso ser alimentado pela esperança que vem de ti. Ensina, Pai, o caminho da serenidade, para sofrer hoje as dores de hoje, nunca as de amanhã.. Eu quero minha vida de volta. Eu confio que me restituirás à vida. Por isto, clamo a ti por socorro. Eis o que, em nome de Jesus, eu te peço. Amém”.
Deus o abençoe nesta jornada.