APRENDENDO A CONFIAR
Salmo 127.2
Pregado na Igreja Batista Itacuruçá, em 7.3.2004, noite
A verdade bíblica pode ser expressa de outra forma:
Nada vale levantar cedo para trabalhar
e roubar o sono, feito para descansar,
em busca do pão que vem cheio de dor,
pois o recebe quem é amado pelo Senhor.
1. Sem o Senhor, é inútil todo esforço por uma família saudável.
Se não for o Senhor , (…) será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento.
Todos desejamos ter uma família saudável. Mais que isto: todos nos empenhamos, cada um a nosso modo, para ser parte de uma família onde vale a pena estar.
Estes são desejos legítimos, embora nem sempre legítimos os nossos atos para fazer com que o desejo se torne uma realidade.
Na verdade, cada um de nós tende a pensar que sabe como a sua família deve viver. A maioria de nós se acha sábia para tomar decisões corretas, para escolher bem uma profissão, para administrar com segurança o dinheiro da família, para construir as regras que devem valer dentro de casa.
Parte dos conflitos familiares advém do excesso de sabedoria dos seus membros. Todos sabem tudo. Os filhos sabem tudo sobre a vida, e tudo seria melhor se seus pais considerassem as suas opiniões. Os pais sabem tudo sobre a natureza humana, e tudo seria diferente se seus filhos os obedecessem. Os cônjuges sabem tudo sobre relacionamento, e tudo seria perfeito se o outro seguisse o seu manual conjugal.
No fundo, tendemos a substituir o conselho bíblico “Se não for o Senhor” por “Se não for eu”… Nossos problemas familiares são dos outros. É o cônjuge que não sabe gastar o nosso dinheiro… É o filho que prefere ouvir os conselhos dos outros, não os meus. É o pai que nunca me ouve.
A auto-suficiência tem minado o respeito, o companheirismo e o amor. Quando vivenciamos “se não for eu”, estamos dizendo que tudo depende de nós. Na verdade, nós mesmos colocamos tudo sobre as nossas costas, e depois reclamamos que colocam tudo sobre as suas costas…
Por isto, soa cristalino, também no âmbito familiar, o conselho bíblico: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu (Romanos 12.3)
Além do plano da visão errada acerca de si mesmo (auto-compreensão), há uma outra visão que tem trazido muita angústia às famílias. Trata-se do trabalho, uma das coisas mais sublimes da vida. O trabalho está na gênese de muitas dificuldades familiares, seja pelo excesso, seja pela escassez.
O salmista, no entanto, parece fazer um convite ao trabalho. No entanto, este eventual convite não se encaixa com o resto da Bíblia, que valoriza o trabalho a tal ponto de descrever Deus como um trabalhador: o primeiro verbo a respeito de Deus é criou (Gênesis 1.1). Tudo começou com Deus amando e, imediatamente, agindo (trabalhando), para que seu amor acontecesse.
A Bíblia toda é apaixonada pelo trabalho, que o menciona 187 vezes no Antigo Testamento e 61 no Novo. A sabedoria bíblica lembra que o trabalho do justo conduz à vida (Provérbios 10.16 – ARA). Ao contrário, o desejo do preguiçoso o mata; porque as suas mãos recusam-se a trabalhar (Provérbios 21.25). Por isto, a Palavra de Deus recomenda: Olha pelo governo de sua casa, e não come o pão da preguiça (Provérbios 31.27).
A instrução apostólica orienta os cristãos a tragar dos seus negócios e trabalhar com as próprias mãos (1Tessalonicenses 4.12), de modo que possa comer o próprio pão (2Tessalonicenses 3.11).
No entanto, o poeta do salmo 127 parece colocar todo o peso sobre Deus e deixar leve a responsabilidade do ser humano. Será que ele acha que o trabalho é uma maldição, como alguns, a partir da leitura de Gênesis 3.17, quando Deus disse ao homem: Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida?
Não, diz o salmo 128.2. Abençoado é aquele que come do fruto do seu trabalho, porque será feliz e próspero. Como ensinou Spurgeon, “o trabalho não é uma maldição. Estou certo que Adão e Eva trabalhavam no jardim antes da queda. Não imagino o céu como um lugar de inatividade. O que está relacionado à queda é o trabalho ansioso”. [SPURGEON, C. H. The Peculiar Sleep of the Beloved. Disponível em < http://www.spurgeon.org/sermons/0012.htm>. Acessado em 7.3.2004.]
O que o salmo 127 lamenta é o trabalho ansioso, cheio de fadiga e sofrimento, exercido por aquele que não encontra prazer na vida a não ser trabalhar. O poeta bíblico não lamenta aquele que eventualmente tem que tirar horas do descanso para melhorar seu rendimento; ele lamenta aquele que não tem prazer no lazer, no descanso, no convívio com a família e com os amigos. O poeta lamenta aquele que não entendeu ainda o que é o trabalho, colocando-o, por exemplo, como seu deus pessoal. Há pessoas que literalmente adoram o trabalho; são trabalhólatras. Sua oração parece com a do salmista mas é radicalmente diferente: “O trabalho é o meu pastor e nada me faltará. O trabalho me faz passear por lindas paisagens e me conduz à tranqüilidade plena”.
A família precisa do trabalho, de todos, de alguns ou de um, mas o trabalho pode matar a família, quando ele é divinizado. A família pode ter aquilo que o fruto do trabalho pode trazer, mas o fruto do trabalho não é afeto, respeito, companheirismo, força. Há pais (ou mães) trabalhadores (trabalhadoras) que sabem muito bem o que é o trabalho, mas não sabem o que é uma família de verdade. É por isto que, por vezes, uma casa é construída enquanto a família é destruída.
E quem come do fruto do seu trabalho?
Aquele que não confia no fruto do seu trabalho, que é aquele que sabe que o Senhor concede bênçãos que o esforço humano sozinho não consegue produzir..
2. O Senhor concede bênçãos que o esforço sozinho não pode produzir.
A nossa história não está sob o nosso controle. Nenhum de nós pode prever o futuro, razão pela qual o apóstolo Paulo nos recorda que não sabemos pedir como convém (Romanos 8.26). É claro que isto nos incomoda, mas precisamos reconhecer a nossa limitação.
O nosso corpo não está sob o nosso controle. Num dia estamos bem, no outro estamos num hospital gemendo de dor, esperando por uma cirurgia de emergência. Não basta darmos uma ordem ao nosso pâncreas para que ele pare de nos aborrecer: o nosso pâncreas não nos obedecerá. Nós não o controlamos.
A nossa mente não está sob o nosso controle. Quanto mais precisamos dela, a memória, este túnel maravilhoso, não nos ajuda. Sabemos que o medo é irracional, mas temos medo. Sabemos que vamos nos arrepender por seguir a rota da nossa paixão ilícita, mas não conseguimos parar de desejar.
Há, portanto, coisas que não podemos realizar.
Podemos trabalhar duro, mas isto não garante que não perderemos o emprego um dia, especialmente numa sociedade como esta em que vivemos. Podemos gostar de trabalho, mas isto não quer dizer que teremos um emprego para desenvolvê-lo.
Podemos cuidar de nossa saúde com todo empenho. Isto nos fornece uma melhoria na nossa qualidade de vida, mas não garante que não seremos acometidos de alguma doença, simplesmente porque não conhecemos suas causas. Sequer sabemos todas as razões que nos levam a determinados comportamentos; podemos imaginar as suas conseqüências, mas nem sempre temos forças para mudar a nós mesmos.
Podemos querer e planejar ter filhos, mas não podemos garantir o resultado de nossos esforços de natureza biológica, por meio do ato sexual. Muitas vezes eles vêm quando não os esperamos. Às vezes vêm quando já desistimos de os receber.
Podemos viver o Evangelho, mas não podemos impor sua aceitação por parte de filhos, pais e cônjuges. Estas situações nos deixam desesperados pelo presente deles, sem a alegria da salvação, e pelo futuro deles, sem Deus para sempre.
Só nos resta uma alternativa: confiar em Deus. Não seria a confiança em Deus uma demonstração de fatalismo, de aceitação das adversidades. Não: confia em Deus quem recusa as adversidades e quer outro destino para si. A confiança cristã é transformadora, não fatalista. Ter Deus como parceiro não significa renunciar a nossa auto-nomia, mas colocá-la no seu devido lugar: sob a égide da teo-nomia.
Somos convidados à humildade, que é a disposição de reconhecer quem nós somos, para ser diferentes do que domos.
3. Somos chamados a confiar em Deus.
Somos, portanto, chamados a confiar em Deus como aquele que provê nossas famílias em todas as suas necessidades. Confia em Deus aquele que sabe que o cavalo é preparado para o dia da batalha, mas quem dá a vitória é o Senhor (Provérbios 21.31). Afinal, são muitos os nossos planos, mas o que prevalece é o propósito de Deus (Provérbios 19.21).
3.1. Confiar começa com a convicção que somos amados por Deus.
Confiar é deixar-se amar por Deus. O profeta Isaías nos faz uma revelação e um convite.
O Senhor espera o momento de ser bondoso com vocês;
ele ainda se levantará para mostrar-lhes compaixão.
Pois o Senhor é Deus de justiça.
Como são felizes todos os que nele esperam!
Oh povo de Sião, que mora em Jerusalém, você não vai chorar mais.
Como ele será bondoso quando você clamar por socorro!
Assim que ouvir, ele lhe responderá.
Embora o Senhor lhe dê o pão da adversidade e a água da aflição,
o seu mestre não se esconderá mais;
com seus próprios olhos você o verá.
Quer você se volte para a direita quer para a esquerda,
uma voz atrás de você lhe dirá: “Este é o caminho; siga-o”
(Isaías 30.18-21)
Deus ama as nossas famílias e espera o momento de ser bondoso para conosco. Ele espera que esperemos nele. Ele espera que o busquemos. Se o tempo é de adversidade, Deus o sabe. Mas Ele não apenas sabe quem somos; Ele nos ama como somos.
Confiar é saber que Deus está trabalhando a favor de nossa família, mesmo quando nós descansamos. Eu disse “MESMO quando nós descansamos”, mas devo dizer apenas: “quando nós descansamos”. Este é o ensino do salmo: precisamos descansar de nos ocupar com aquelas que não podemos controlar..
Confiar é entregar, verbo que não significa desistir de viver, mas aprender a viver. O poeta usa a figura do sono como sinônimo para entrega. E o que acontece durante o sono/entrega? Recebemos a bênção de Deus. Durante o dia, trabalhamos para alcançar o que podemos. Durante a noite, Deus trabalha para nos dar o que só Ele nos pode dar: a salvação de um familiar querido, a volta de um filho ou cônjuge pródigo, a paz entre irmãos. Por estes projetos, podemos e devem orar, orar e esperar. “Mas está demorando muito!” Durma.
3.2. Confiar inclui o empenho no trabalho
O salmista não nega o trabalho. Um dos Provérbios (31.15) elogia a mulher virtuosa como uma mulher trabalhadora: Antes de clarear o dia ela se levanta, prepara comida para todos os de casa, e dá tarefas às suas servas, mas uma recusa à idolatria do trabalho.
Não há mal em trabalhar. O mal é trabalhar de modo ansioso e doentio. O mal é colocar o trabalho acima da família e, às vezes, acima de Deus. Segundo dados de 2002, no Brasil 40% dos trabalhadores fazem horas-extras regularmente. [Cf. Folha de São Paulo, de 7.3.2004, p. A-1.] O trabalho ansioso tornou-se um estilo de vida, gerando um corre-corre desenfreado. Os pais precisam saber que o trabalho põe alimento, vestuário, lazer e estudo em casa, mas o trabalho não põe os valores que orientarão as vidas dos seus filhos para sempre.
Quando trabalhamos de modo confiante em Deus, reservamos tempo para o sono, isto é, para o descanso. No trabalho ansioso, não há lugar para o sono, esse dom de Deus. No entanto, “o salmista diz que há pessoas que se recusam a dormir. Por causa da necessidade ou da ambição, essas pessoas acordem cedo e dormem tarde”. [SPURGEON, C. H. The Peculiar Sleep of the Beloved. Disponível em < http://www.spurgeon.org/sermons/0012.htm>. Acessado em 7.3.2004.]
Acontece que aquilo que o homem recebe, durante o sono, não é uma conseqüência do seu trabalho duro e nem uma recompensa divina por este trabalho, mas uma expressão da graça de Deus, de sua simples dádiva. [BOOIJ, Th. Psalm 127,2b: a Return to Martin Luther. Biblica 81 (2000) 262-268. Dispinivel em <http://www.bsw.org/?l=71811&a=Ani09.html>. Acessado em 6.3.2004.]
Quando há um equilíbrio entre o trabalho e o descanso, pode fruir o sono, o sono da consciência tranqüila de que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance; o sono da alegria cristã; o sono da expectativa tranqüila quanto ao futuro; o sono da segurança de quem pode cantar como Lutero que o Senhor é castelo forte. [SPURGEON, C. H. The Peculiar Sleep of the Beloved. Disponível em < http://www.spurgeon.org/sermons/0012.htm>. Acessado em 7.3.2004.]
O trabalho é vão quando nos envolvemos nele sozinhos, achando que tudo virá dele. É assim que pensa e age o trabalhólatra. O trabalhólatra abre mão da bênção, trocando-a por seu trabalho. Quando se trabalho dia e noite, deixa-se de se prestar a atenção a questões importantes, como estudar e meditar nas Escrituras. [SPURGEON, C.H., op. cit.]
Trabalhamos de modo confiante quando entendemos corretamente que Deus provê as condições para o trabalho. O salmo 104 mostra esta verdade, em termos rurais:
Os leões rugem à procura da presa, buscando de Deus o alimento,
mas ao nascer do sol eles se vão e voltam a deitar-se em suas tocas.
Então o homem sai para o seu trabalho, para o seu labor até o entardecer.
(Salmo 104.21-23)
No mundo agrário antigo, só havia tranqüilidade para um homem deixar sua casa, quando os animais ferozes estavam recolhidos. No mundo moderno, o trabalho só pode ser desenvolvido adequadamente quando Deus prepara as condições para o seu desenvolvimento..
Por isto, nosso trabalho deve ser vista como feito para o Senhor, que não distingue trabalho sagrado do secular. Deus está interessado em todo tipo de trabalho. Não há trabalho do qual possamos excluir Deus. [DEFFINBAUGH, Robert L. Psalm 127: A Word for Workaholics. Disponível em <http://www.bible.org/docs/ot/books/psa/deffin/psa-15.htm#TopOfPage>. Acessado em 6.3.2004.]
Há pais e mães perdendo a oportunidade de verem filhos seus crescendo. Há pais e mães perdendo a oportunidade de contar histórias dos seus filhos. Há pais e mães cuja contribuição para a saúde espiritual e emocional do seu filho, que se dá com a presença e o exemplo positivo, é bem reduzida. Parte destas perdas advém do tempo gasto no trabalho. Precisamos de pais que dêem qualidade, que não pode ser desculpa para um envolvimento enfermo com o mundo do trabalho. Nunca nos esqueçamos que a bênção do SENHOR traz riqueza, e não inclui dor alguma (Provérbios 10.22).
3.3. Confiar é estabelecer como nossas as prioridades apontadas por Deus
Deixe Deus ser o primeiro na sua família. Se ele for o primeiro, cada um será o primeiro, porque ninguém quererá ser o primeiro. O egoísmo tem adoecido nossas famílias.
Peça a Deus que o ajude a edificar sua família, responsabilidade que é principalmente dos pais, mas não apenas deles. Muitos confundem casa com família. Edificam a casa, mas se esquecem da família.
Os pais são responsáveis pelos seus filhos. Os filhos são responsáveis pelos seus pais. Os cônjuges são responsáveis uns pelos outros. Não entanto, ninguém é dono de ninguém.
Um pai não é necessariamente culpado pelas escolhas do filho; ele deve procurar instruí-lo no caminho que deve andar, com palavra e presença, mas não pode se culpar, se culpa não tiver, porque o filho escolheu outro caminho. O pai deve lutar, com unhas e dentes, pelo filho, orar insistente e permanentemente pelo filho, mas não pode deixar de viver porque tomou decisões erradas.
Um filho não é responsável pela irresponsabilidade do seu pai. O filho deve orar, insistente e permanentemente pelo pai (ou mãe) e, em muitos casos, não poderá fazer mais que isto. O filho deve lugar pelo pai, corajosamente, mas não deverá carregar uma culpa que não pode.
Um cônjuge deve fazer tudo para que o amor conjugal se fortaleça. Um cônjuge não deve entregar seu amado (ou sua amada) nos braços de outro (ou de outra) com sua ranzinzice, com sua falta de companheirismo, com suas exigências sempre crescentes, com sua ansiedade extrema ou com sua recusa à vida afetiva e sexual. Surgindo problemas, o cônjuge deve lutar pelo seu querido (sua querida) com todas as forças do seu coração, mas jamais poderá ser responsável por aquilo pelo qual não é responsável. Tenho ouvido um lugar comum: ele/ela traiu porque o casamento não ia bem. Digo: não necessariamente; nem sempre o pecado tem causa assim tão clara. Nem todos os adúlteros se afundam na mentira e na lascívia por causa do seu cônjuge, muitos o fazem por escolhas próprias. Digo: não é justo inverter as coisas e transformar o traído em culpado, mesmo porque nem mesmo um casamento ruim justifica o adultério.
Pergunte a Deus o que é melhor para sua família. Aprenda a orar, agir e descansar. Seu filho precisa de oração; você tem orado por ele. Seu cônjuge precisa de oração; você tem orado por ele. Seu pai precisa de oração; você tem orado por ele. A oração tem sido neglenciada na família, que gasta muito tempo com práticas que não a sustentam; antes a desintegram.
3.4. Confiar é crer no pão do céu
Numa de suas admirações auto-apresentações, Jesus se oferece como pão do céu. Ele lembrou então aos seus ouvintes do século 1: o pão que receberam no deserto não lhes foi dado por Moisés, mas por Deus, por meio de Moisés (João 6.32).
Jesus deve ser o pão de nossas famílias. Ele é o pão de Deus.
Jesus deve ser o pão de nossas vidas. Jesus é o pão da vida (“Eu sou o pão da vida” — disse ele).
[CONVITE]
Você sabe que é um amado de Deus?
(mensagem 1)
Estamos todos de acordo que precisamos pôr em pratica os ensinos bíblicos para a família, se queremos que Deus a edifique.
Como fazê-lo. Eis algumas sugestões:
1. Ore individualmente por sua família.
Isaque orou para que sua esposa ficasse grávida e Deus o ouviu muitos anos depois (Gênesis 25.21). Ana orou para ter um filho e foi atendida prontamente (1Samuel 1.10). Davi orou pelo seu filho recém-nascido, não foi atendido, mas depois foi abençoado com um filho que foi maior que ele (2Samuel 12.15-25). Jó orava por seus filhos quando eles estavam nas festas e Deus o ouvia (Jó 1.5). O pai do jovem epilético intercedeu por ele a Jesus e o rapaz foi transformado imediatamente (Mateus 17.15). A esposa de Zebedeu pediu a Jesus por seus filhos e não foi atendida porque pediu o que não devia: glória pessoal (Mateus 20.21). O oficial palaciano da Palestina rogou a Jesus que curasse seu menino e foi atendido no mesmo instante (João 4.46-53).
Ore pela sua família e por alguém da sua família, mesmo que, às vezes, tenha que fazê-lo secretamente, para não irritar o alvo das orações, especialmente se a família é mista (isto é, se um dos seus membros não é cristão confesso). Não faça da oração uma fonte de irritação.
Coloque seus queridos no altar de Deus, para que sejam moldados (se for o caso), protegidos (quando for o caso) e abençoados (segundo as suas necessidades, seja saúde, seja emprego, seja paz interior).
Coloque-se no altar de Deus, porque você precisa de cuidado, mas talvez você precise ser mudado, não os outros.
2. Cultive algum tipo de vida devocional coletiva.
Esta é uma questão pedagógica. Se seus pais oravam com você, você provavelmente orará com os seus filhos. Se seus pais não oravam com você, mude esta história, também para que seus netos vivam num ambiente de vida devocional. Meus pais nunca me contaram histórias, mas eu sempre as contei.
Se conseguir realizar um culto regular em casa, faça-o. Se não conseguir, converse com seus filhos sobre o que ouviram na igreja.
Leia a Bíblia em casa, que seus filhos o verão lendo a Bíblia. Até hoje me recordo do meu pai, assentado, lendo a Bíblia por horas a fio.
Decore versículos com eles. Faça os exercícios da escola bíblica com eles. Envie-o a um acampamento cristão.
Pregue versículos bíblicos pela casa, de modo conveniente e estratégico (seja sobre um móvel, como ímã de geladeira, por exemplo). Eles ficarão guardados.
Ore em casa. Meu pai fechava a porta, mas eu sabia que ele estava orando; descobri pelas vezes que entrei no quarto intempestivamente.
Ore em casa. Meu pai fechava a porta, mas eu sabia que ele estava orando; descobri pelas vezes que entrei no quarto intempestivamente. Quando houver algo importante para acontecer, chame seu filho ou seu cônjuge para orar. Mesmo que não acreditem como você acredita, eles lhe agradecerão. Antes de fazerem uma prova, orem por eles. Quando ficarem doentes, antes de irem ao médico, ore com eles. Passei por três cirurgias no ouvido. Em todas meu pai orou por mim. Na segunda, que teve o pós-operatório pior, meu pai (que viajou mil quilômetros para ficar comigo) orava todo dia comigo para que a dor passasse… e eu dormia sem dor… e ainda me enterneço em lembrar. Comece esta prática de orar por e com eles cedo, para não parecer estranha mais tarde.
Faça do seu lar um lugar onde se busca sempre a orientação de Deus.
Deseje receber as bênçãos de Deus, sendo as melhores a orientação para uma vida familiar saudável. O resto vem como boa conseqüência. (“Portanto, não permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, fazendo que vocês obedeçam aos seus desejos — Romanos 6.12. Revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne — Romanos 13.14)
Deseje ser alimentado pelos valores de Deus, que são elevados, mas que nos acrescentam qualidade à vida. (“Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” — Mateus 6.33)