Não à fama de quem trai,
mesmo que por bom preço,
como Judas que ao encontro vai
e entrega a Jesus com um beijo.
Melhor é ser como a mulher
que busca apenas servir
em troca de nada, senão o prazer
de o seu Cristo querido ungir.
Ele começou lembrado
e continuou recordado,
mas seria melhor ter esquecido
seu gesto em si centrado.
Ela começou esquecida,
sem nome sequer anotado,
mas sua ação é sempre repetida
pelo coração que ao Mestre tem amado.
Seu nome o historiador não esqueceu
de grafar no seu preciso Evangelho,
apenas o calou porque o gesto dela
pode ser o nosso, se começar por ser o meu.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO