CORAGEM E OUSADIA
Salmo 26
Salmo 26
Uma das faces do orgulho humano é olhar para si mesmo e ver a intensidade da sua própria dignidade. Sim, há pessoas que vivem de modo digno do Evangelho, bem na linha do divino desejo: sejam santos como eu sou santo (convite que o livro de Levítico repete).
O contrário, por vezes, é um autorretrato em que não há virtude alguma. Em certo sentido, e com razão, a mística cristã reforça a tese da nulidade humana.
O problema é quando esta nulidade autodeclarada se encaminha para um tipo de capitulação prévia, manifesta assim: em sei quem eu sou e sei que jamais corresponderei ao ideal de Deus.
Temos, portanto, duas possibilidades: a autoexaltação e a autonegação.
No salmo 26, o poeta parece trilhar por esta senda. No entanto, há um verso que nos mostra uma outra direção, quando ele diz: “Sonda-me, Senhor, e prova-me, examina o meu coração e a minha mente” (verso 2).
Saúdo o salmista, por sua coragem. Ele faz um exame de si mesmo e diz: pelo que eu vejo, estou limpo. Todos poderíamos ter a mesma coragem.
Saúdo o salmista, por sua ousadia. Ele faz um exame de si mesmo e ora: Senhor, venha conferir. Se houver alguma coisa errada, corrija-me.
Este é um bom roteiro.
