Lucas 5.1-11: JESUS NOS DÁ UM PROJETO PARA A VIDA

Lucas 5.1-11: Ele nos dá um projeto para a vida

(Da série: Retratos de Jesus pelo que Ele fez, 1)

(Pregada na Igreja Batista Itacuruçá, em 26.11.2006, manhã)

UM RETRATO DE JESUS
1. Jesus nunca está ocupado para prestar atenção em nós (versos 1 e 4-5), para se ocupar das coisas que nos ocupam, para se preocupar com o que nos preocupa. Jesus está preocupado com o nosso trabalho, com os nossos relacionamentos, com a nossa saúde, com as nossas escolhas. Esta característica está presente nesta história e nos Evangelhos.
2. Jesus nunca nos deixa de nos ensinar (verso 3). Os quatro Evangelhos apresentam Jesus 68 vezes ensinando. Jesus é o Mestre, não o mestre que fala o que os outros devem viver, mas é o Mestre que ensina a partir da Sua vida; é desta coerência que vinha a sua autoridade.
3. Jesus nos lega um projeto de vida para toda a vida (verso 9). Não importa a nossa instrução, Jesus tem um projeto de vida para nós. Não importa as oportunidades que a vida nos tenha dado, Jesus tem um projeto para a nossa vida. Não importa o quão animados estejamos ou quão desanimados nos encontremos, Jesus tem um projeto de vida para nós.
Uma vida sem projeto não vale a pena. Uma vida com projeto pode não ser fácil, mas valerá a pena. O projeto de vida é o um instrumento de Deus para, por exemplo, dar ânimo a quem está doente, confiança na falta de dinheiro e esperança na hora da dificuldade.

NOSSA RESPOSTAS A JESUS
1. Tendo ouvido a voz de Jesus, devemos segui-la (verso 5b).
Esta semana encontrei uma pessoa que me disse o seguinte: “Eu estou meio confuso. Eu queria que Deus me viesse, em sonho ou em palavra direta, e me disse qual é a religião certa”. Eu lhe disse: “Deus já falou. Se o senhor quer saber, leia a Bíblia. Jesus não disse que é o caminho, a verdade e a vida”? Ele concordou.
Esta história mostra como muitas de nossas orações  já foram respondidas. “Senhor, revele-se a mim!”. Ele já se revelou. A Bíblia é a história desta revelação. Nosso problema não é que Deus não nos fale; é que nós não ouvimos. Queremos escolher o meio de comunicação de Deus, que Ele já escolheu. Ele está falando. Basta que assestemos nossos ouvidos.

2. Nunca devemos estar tão ocupados que não possamos prestar atenção aos outros.
Devemos ser generosos enquanto lutamos pela nossa própria sobrevivência, não quando todas as nossas contas estão pagas, nossas necessidades estão supridas. Os que têm não são necessariamente os mais generosos.
Generosidade tem a ver com prestar atenção. Pessoas choram ao nosso lado e não percebemos. Pessoas olham para nós em busca de socorro e não notamos.
Na apoteose final da história, Jesus dirá a alguns que esteve nu mas eles não foram visitá-lo, que esteve com fome e estes não o alimentaram, entre outras situações. Estes, então, para se defender, dirão. “Senhor, nunca o vimos assim”. Dirão e não mentirão. Não viram porque não prestaram atenção. A indiferença para com o outro dói muito no outro.
Não sejamos indiferentes. Prestemos atenção.

3. Devemos repartir o que aprendemos, buscando ter a autoridade de Jesus, que é a autoridade da vida.
Como Simão Pedro, precisamos de uma atitude essencial: assombrarmo-nos diante de Deus (verso 8). Assombrados, sim; temerosos, não. Assombrados, sim; surpresos, não: nunca devemos nos surpreender com o que Jesus faz por nós.
Quando vemos o resto da história de Pedro, vemos um homem que repartiu. Ele se tornou um pregador, enfrentando platéias hostis, animando pessoas individualmente. Não achou que deveria reter o que aprendeu, mas distribuiu, no caso, distribuiu graça, comunicou graça, em forma de palavras e gestos.

4. Devemos aceitar o convite de Jesus para uma vida com um projeto.
Pedro, apesar de suas limitações, aceitou o projeto proposto por Jesus para a sua vida. Seu projeto de vida, dado por sua família e pelas condições possíveis, era ser pescador. No entanto, Jesus tinha mais para ele.
Quem nos dá nosso projeto? A profissão do momento?
Esta é a pergunta que cada um de nós deve responder.
Há uma velha canção que me fascina: “Ah, se eu tivesse mil vozes, para o Brasil encher/ com os louvores de Cristo; que singular prazer!”
Aqueles pescadores de peixes (sim, aqueles pescadores, porque estes que estavam ali receberam depois também o chamado para serem os primeiros apóstolos) foram transformados em pescadores de vidas; eles pescavam peixes para morrer nas cozinhas, mas foram transformados em pescadores de pessoas alcançadas pela graça para a vida.
Conhecemos estes homens porque aceitaram o projeto de Jesus. Do contrário, seriam mesmo pescadores de peixe numa região empobrecida. Porque aceitaram o convite do Mestre, sabemos seus nomes:
André
Bartolomeu
Felipe
João
Judas, filho de Tiago
Judas Iscariotes
Mateus (ou Levi)
Natanael
Pedro
Simão Zelote
Tiago, filho de Zebedeu
Tomé

5. Precisamos arrastar nossos barcos para a praia (verso 11).
Já vi, no Ceará, pescadores arrastando seus barcos. Imagino que não deve ser muito diferente do que ocorria no mar ao tempo de Jesus. Os pescadores arrastam os barcos quando terminam a pesca.
Arrastar nossos barcos para a praia é colocar nossas vidas ao dispor de Jesus. Com Ele conosco, não precisamos mais de barcos. Podemos deixá-los na praia e seguir o Salvador.
Arrastar nossos barcos para a praia é cumprir os nossos compromissos, levando as nossas tarefas até o fim. Começou? Termine.
Arrastar nossos barcos para a praia  é levar nossas vidas para a área do descanso. Jesus está nesta área, dizendo-nos: “Venham a mim todos os que estão cansados”. Ele promete que nos dá descanso quando descansamos nEle.
Arrastar nossos barcos para a praia é transportar nossos barcos para o estaleiro. Se nossas vidas precisam de reparo, ponhamo-las no estaleiro do mestre Jesus, para a reforma.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO

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