SÃO CONDICIONAIS AS PROMESSAS DE DEUS?
Josué 23
Pregado na Igreja Batista Itacuruçá, em 8.8.1999 (noite)
1. O PROBLEMA
Deus prometeu a Abraão dar à sua descendência toda a terra de Canaã (Gn 13.14-17; Gn 17.8). Seus bisnetos, no entanto, acabaram escravos no Egito. Quatro séculos depois da promessa, seus descendentes, agora formando o povo de Israel, foram miraculosamente resgatados e levados em direção à prometida terra (Ex 23.22-24; Ex. 24.8). Eles caminharam 40 anos pelo deserto e chegaram à Canaã, agora liderados por Josué, já que Moisés morrera no meio da peregrinação.
Toda a terra foi conquistada. Quando Josué morreu, havia alguns poucos focos isolados de resistência. Faltava apenas fixar os limites entre as tribos. (Js 23)
Em certo sentido, portanto, a promessa de Deus foi completamente cumprida. No entanto, Israel nunca teve paz com seus vizinhos, que viviam incutindo nele o sentimento da idolatria. O resultado final é que Israel acabou sucumbindo e traindo o pacto com Deus. Neste sentido, então, pode-se dizer que a promessa não foi completa.
Decorrem dessa promessa várias indagações:
. Por que Deus amou preferencialmente a Israel?
. Deus ama ainda Israel de modo preferencial? (Domingo próximo pela manhã ouviremos uma mensagem a este respeito…)
. Deus irá restaurar o povo de Israel, dando-lhe um lugar especial no destino da humanidade?
2. PARA RESOLVER O DILEMA
2.1. A aliança de Deus com Abraão e o povo de Israel tinha a ver com o monoteísmo, um projeto de Deus para a salvação da humanidade. A aliança, portanto, fazia parte da economia divina para a salvação dos indivíduos ao longo dos tempos e dos lugares.
2.2. O povo de Israel fracassou, ao não cumprir os requisitos (postos na Lei mosaica). Israel anulou a aliança (Jr 31.32), ao preferirem as práticas cananéias.
A propósito, por que a cultura cananéia era tão sedutora?
Os povos da época acreditavam que os deuses cananeus tinham poder sobre a fertilidade da terra (colheita) e do ventre (daí a prostituição cultual). Além disso, esses deuses eram visíveis, carregáveis, controláveis, enquanto Deus é(era) invisível, inlevável (incarregável) e incontrolável.
2.3. O pacto tinha um caráter unilateral (porque foi uma iniciativa de Deus) e bilateral (porque exigia algum grau de reciprocidade). A história é uma parceria entre Deus e o homem para um projeto de salvação. Deus providenciou outro meio para abençoar a humanidade. Para se abençoar a si mesmo, Israel precisa ser fiel. Deus ainda espera por este povo. Se ele o ouvir, e só se ouvir, será abençoado.
3. APRENDENDO COM O PACTO
3.1. Há uma diferença entre o velho Pacto e o novo Pacto. Aquele exigia um compromisso coletivo (tribal, nacional); este exige um compromisso individual. O novo pacto é unilateral (oferecimento) e demanda reciprocidade (aceitação).
3.2. O novo Pacto está disponível para quem aceitar a Jesus Cristo, cujo sangue derramado por nós estabelece uma nova aliança. Não devemos mais obediência à Lei, que falhou, mas ao jugo de Cristo, como o próprio Jeremias ensinou (Jr. 31.31-34), que é suave e leve (Mt 11.29).
Aliás, ao tempo do Novo Testamento, as leis do Império Romano proibiam qualquer tipo de pacto (aliança), que era próprio das sociedades secretas, clandestinas então.
3.3. Somos convidados a participar de uma nova aliança, como ministros dela (2Co 3.6).
3.4. As promessas de Deus para conosco também demandam reciprocidade, no sentido que:
. Deus não nos faz o que não queremos
. não podemos fruir seu conteúdo
3.5. As promessas de Deus para conosco não dependem de nossa fidelidade, mas é bom lhe sermos fiéis.
4. CONCLUSÃO