2 Crônicas 15 e 16 — O QUE FAZEMOS COM A PALAVRA QUE DEUS NOS DIZ?

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O que Deus fala pode ser agradável e desagradável. Pode nos confortar e pode nos corrigir. O critério não é o nosso conforte, mas a procedência da palavra.

O QUE FAZEMOS COM A PALAVRA QUE DEUS NOS DIZ?

(2 Crônicas 15 e 16)
 
Os capítulos 15 e 16 de 2Crônicas nos contam a história do rei Asa, de Judá (reino do Sul de Israel). Os dois capítulos são bem didáticos, razão por que. em certo sentido, dispensam aplicações.
Ambos começam com o surgimento de um profeta exortando o rei. Ao primeiro, Asa ouve. Ao segundo, Asa manda prender.
Ouvindo o primeiro, Asa toma coragem e faz uma reforma religiosa entre o seu povo. Na linguagem do Novo Testamento, podemos dizer que Asa ficou cheio do Espírito Santo. Grandes foram os seus feitos. 
Ignorando o segundo, encheu-se de si mesmo. O preço pago foi alto, como sempre. Sem o Espírito Santo, Asa nada realizou de bom. Foi cometendo erro após erro.
Nestes  capítulos, aprendemos sobre Asa e aprendemos sobre Deus. Aprendemos que, agindo como Asa, recebemos os frutos. Aprendemos sobre como Deus é e age.
O texto nos convida a uma decisão: que fazemos diante da Palavra de Deus? 
 
1. DEUS FALA
O que aprendemos sobre Deus, a partir das experiências de Asa?
Entre as verdades que aprendemos, uma é que, nos momentos necessários, Deus manda seus profetas para falar aos reis, que eram os líderes do povo de Israel. Deus sempre esteve atentou e se comunicou com o seu povo.
Deus nos fala ainda hoje. Como na Bíblia, Deus nos fala diretamente (por diversos meios). Evidentemente, devemos tomar cuidado com as falas diretas, mesmo através de pessoas, já que nossos corações são enganosos. O critério é que toda palavra de Deus (seja a fala de um cristão, seja um sonho, seja um sussurro divino ao coração) deve ser julgada pela Palavra de Deus.
Deus fala através da Bíblia. Deus fala sobretudo através da Bíblia. (Um dia destes falei longamente sobre um determinado tema. Uma pessoa presente enviou-me depois um comentário. O que tocou o seu coração não foi nada do que eu disse, mas um versículo de duas linhas usado na reflexão.)
Deus fala através da palavra pregada na igreja. A palavra pregada é uma extensão da Palavra inspirada. A palavra pregada será uma extensão da Palavra inspirada se for baseada na Palavra inspirada e se for ouvida pelos que a escutam, com a intenção de colocar cada conceito em prática.
O que Deus fala pode ser agradável e desagradável. Pode nos confortar e pode nos corrigir. O critério não é o nosso conforte, mas a procedência da palavra.
 
2. NOSSOS ATOS SÃO RESPOSTAS À PALAVRA DE DEUS
O que fazemos diante da palavra de Deus?
Asa nos dá um exemplo de como devemos responder. Em Asa não uma há religião ideal, mas uma resposta real, boa num caso, péssima no outro.
 
Prestemos atenção no que fez o primeiro Asa (2Crônicas 15), para ver como temos agido hoje:
 
1. Tendo ouvido o profeta, encheu-se de coragem para acabar com a idolatria. 
Precisamos de coragem para mudar o que deve ser mudado, em todas as áreas da vida. Quanto maior a mudança, mais coragem é necessária.
 
2. Cultuou ao único Deus verdadeiro, o Deus que se deixa encontrar (2Crônicas 15.15).
Provavelmente não temos o mesmo problema de idolatria do povo de Israel, mas temos outras dificuldades para cultuar o Deus verdadeiro. Cada um de nós tem a sua dificuldade.
 
3. Comprometeu-se de todo o coração (sem reservas) com o Senhor, ao ponto de ir contra sua própria avó, idólatra.
Devemos nos comprometer sem reservas, dispondo-nos a pagar o preço. Não há como fruir a inteireza da graça, sem que paguemos um preço por ela: levar Deus a sério, abandonar o que deve ser abandonado. A palavra-chave do relacionamento com Deus é esta “sem reservas”. Ou estamos com Deus ou não estamos.
 
Agora, notemos como agiu o segundo Asa (2Crônicas 16), para ver os riscos que podemos correr:
 
1. Tendo ouvido o profeta, irritou-se, puniu-o e oprimiu o povo.
Também podemos desprezar a palavra do Senhor. Podemos até nos indignar com aqueles que falam coisas que nos desagradam, mas vêm de Deus.
 
2. Numa dificuldade de ordem política, Asa pediu ajuda aos poderosos, não a Deus.
Quando estamos em dificuldade, podemos nos voltar para Deus ou nos voltar para nós mesmos. Podemos até fazer pactos ilegítimos, em busca de algo que imaginamos seja precioso, mas é arruinador.
 
3. Numa enfermidade, pediu ajuda apenas aos médicos, não a Deus.
Doentes, sempre precisamos buscar a Deus, sem dispensar os profissionais da saúde. Doentes, não podemos nos apegar aos profissionais da saúde e dispensar Deus. Os recursos espirituais e profissionais são faces da moeda da saúde.
 
3. HOMENS E MULHERES DE ALTOS E BAIXOS
Como Asa, somos capazes de altos e baixos. Não podemos desprezar nossa capacidade de cair e levantar, espiritualmente e moralmente.
Se o nosso coração estiver em Deus, Deus estará em nosso coração.
Se nós O buscarmos, ele deixará que o encontremos, mas, se O abandonarmos, ele nos abandonará (15.2), não como os homens abandonam, mas com desejo de que O queiramos de novo. 
 
Que Asa somos nós? — Eis a pergunta.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO