AMARÁS O TEU PRÓXIMO E ODIARÁS O TEU INIMIGO. EU, PORÉM VOS DIGO… (Sylvio Macri)

Mateus 5.43-48

Ao codificar o Judaísmo, os escribas judeus acrescentaram ao mandamento da Lei um complemento, que não só expressava a estreiteza de sua mente como também o seu etnocentrismo. Entretanto, apesar de não constar da lei mosaica, a expressão “odiarás o teu inimigo” está de acordo com parte de seu ensino. Veja, por exemplo, Levítico 19.18 e Deuteronômio 23.3-6, onde se encontra a idéia de que “próximo” era apenas o irmão de raça e de que ao inimigo deveria ser votado um ódio incondicional.

Jesus afirma que, ao fazer assim, os judeus em nada eram diferentes daqueles a quem odiavam e desprezavam, pois “os publicanos fazem também o mesmo”. Para pessoas que se orgulhavam do título de “filhos de Deus”, isso era muito pouco. Na verdade eram falsos filhos de Deus, pois aqueles que verdadeiramente o são, herdam as características de seu Pai, que “faz com que o seu sol e a sua chuva caiam sobre os maus e os bons”, e cujo amor é perfeito.

A pergunta “Que fazeis demais?” implica no segredo da ética cristã. Isto é, o amor sempre faz mais do que a sua mera obrigação, pois o evangelho derrubou todas as barreiras, quebrando os limites da aplicação do mandamento de Moisés e estendendo-os até ao extremo da exigência de amar os próprios inimigos. O sentimento aqui prescrito é o amor inteligente, que compreende o problema e a situação, e se esforça para libertar o inimigo do seu ódio. Tal amor é semelhante à atitude amorosa de Deus para com os seres rebeldes humanos rebeldes e, portanto, é uma prova de que aqueles que assim amam são verdadeiros “filhos de Deus.”

Como diz I João 4.8: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.”

Pr. Sylvio Macri

Igreja Batista Central de Oswaldo Cruz