ESTE ESTRANHO AMOR (Ana C. P. Natividade)

 

Deus saindo de sua morada e vindo me buscar 
para devolver o Amor que eu havia jogado fora.
Como entender?
O invisível se fez visível, palpável.
O verbo se tornou concreto, substantivo.
Por amor abaixou-se, 
veio ao raso.
Fez-se menino e tomou sobre si toda a minha humanidade 
sem nunca deixar de ser Deus.
Estranho amor.
Acolheu meus limites, minhas necessidades e minhas fraquezas.
Por amor.
Como o compasso de uma dança, num mesmo movimento:
deu-se inteiramente e acolheu-me inteiramente.
Doar, esvaziar…
Receber, acolher…
Doar, esvaziar…
Receber, acolher…
Obedecer sem nunca se queixar.
Só Ele foi capaz de fazer.
Jeito estranho de amar.
É maravilhoso demais!
Não, é doloroso demais…
Amar o não amável. 
Aquele que me ameaça, 
aquele que me magoa, 
aquele que não é como eu queria que fosse.
Amar o diferente,
aquele que não é como eu.
Sim, é doloroso demais.
Mas foi assim que Ele amou.
É assim que Ele me ama.
E é só isso que Ele me pede.
Ajuda-me, Senhor, a viver tamanho mistério tão simples.
Impossível de entender sem a Fé,
impossível de viver sem a Sua companhia.
 
Com a Tua Graça, 
conduza-me no compasso da dança
deste Estranho Amor.
 
ANA CRISTINA PEIXOTO NATIVIDADE