RESGATE (Richard José Vasques)

Tragédias sempre chamam a nossa atenção. Apesar de muitas pessoas perderem suas vidas, muitas têm suas vidas preservadas. Como no atentado de 11/09/01, muitos foram preservados por não estarem no local da tragédia quando ela ocorreu. Ouvimos várias histórias sobre isso: pessoas que voltaram em casa porque esqueceram alguma coisa, outras que ficaram presas no trânsito, outras porque tiveram de levar um parente ou amigo ao hospital, e por aí vai. No acidente com os mineiros no Chile, no final do ano passado, provavelmente algo semelhante aconteceu. Pode ser que algum mineiro não tenha ido trabalhar naquele dia, ou tenha chegado atrasado no trabalho.

No primeiro momento, vemos isso como uma situação negativa, mas após a tragédia dizemos que foi pura sorte, e aí temos a tendência de agradecer. Há também aqueles cujas vidas foram preservadas a partir do resgate dos mesmos. Os 33 mineiros do Chile estão nessa condição; passaram a viver novamente. Em muitas outras minas, onde acidendes ocorrem diariamente, os trabalhadores não têm a mesma sorte. Muitos morrem quase que diariamente nesse tipo de acidente, mas os 33 foram preservados porque foram resgatados. E a tecnologia utilizada nesse caso foi muito interessante. Creio que vocês leram sobre isso ou até mesmo assistiram pela televisão.

No caso das cidades atingidas pelas chuvas na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, também tivemos isso. Muitas mortes e muitas vidas preservadas. Muitas vidas também resgatadas. Vimos alguns milagres de sobrevivência pela televisão: um pai alimentando o filho com a sua saliva, outro jovem resgatado a partir da insistência de seu amigo que não saiu do local onde considerou que o seu amigo se encontrava. No domingo, dia 16/01/11, o Pr. Israel Belo de Azevedo (Igreja Batista Itacuruçá, Tijuca, Rio de Janeiro) trouxe à tona a ação de Deus e o que representava o sacrifício de Jesus por todos nós. Imediatamente na minha mente veio a palavra "resgate". Alguns irmãos também assim disseram e uma irmã enfatizou o fato de nossa dívida ter sido paga sem merecermos.

Resgate. O coral cantou “Sou de Cristo”. Pertencemos a quem nos resgatou. Não era assim com os escravos, ou ainda não é assim onde algo semelhante é praticado: pertence-se a quem o resgata. Realmente consideramos assim? Nos consideramos propriedades de Cristo? Você com certeza já viu nas ruas de nossas cidades, veículos com essa inscrição: “Propriedade de Jesus”. A pessoa que possui o veículo diz que o seu veículo é de Jesus. É realmente? Os atos dessa pessoa estão alinhados com essa afirmativa? E a vida dele? Pode ser que algum comportamento venha a comprometer essa afirmativa.

E nós? Somos realmente de Jesus? Nosso testemunho mostra Cristo em nós? Estou lendo um livro de um colega que também é docente internacional do Instituto Haggai, Dr. George Samuel. Ele é indiano, vive na Índia e é cientista na área nuclear. O seu livro é intitulado “40 Lições de Fé em Tempos Difíceis(40 Lessons of Faith in Hard Times). Realmente ele passou por muitas dificuldades, muitos momentos realmente difíceis, mas em um dos capítulos do livro ele conta que ao assumir a chefia de um departamento em uma determinada organização, passou a ter sérios problemas com sua secretária, a ponto de solicitar a transferência dela para outro departamento.

Ele, a princípio, considerava que a sua secretária era quem agia de forma errada, mas num de seus momentos de oração, Deus mostrou-lhe que era ele quem estava errado: não era cordial, não falava com as pessoas, era rude, grosso, impositivo. Quando ele percebeu isso, foi até a sua ex-secretária e pediu perdão, dizendo a ela que ele reconhecia tudo o que tinha feito erroneamente. Ele passou a fazer a seguinte pergunta a ele mesmo: “Que Cristo as pessoas estão vendo em mim? Se não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim (Gálatas 2.20), que Cristo as pessoas estão vendo em mim?”

Se fui resgatado e sou de Jesus, que Cristo as pessoas estão vendo em mim? Como estão minhas ações e atitudes? E você? Que Cristo as pessoas estão vendo em você? Para refletir. .

Richard José Vasques

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