REPARTINDO O CORAÇÃO (Oswaldo Jacob)

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Fomos chamados como homens comuns para um trabalho extraordinário. Devemos sempre ter a consciência de que somos servos, apenas servos do Senhor Jesus que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28). Como líderes servidores, estamos comprometidos com a morte e a ressurreição de Jesus – de que morremos com Ele para ressuscitarmos com Ele para vivermos a Sua vida neste mundo mau e tenebroso. Paulo reproduziu muito bem a vida de Jesus quando afirmou: “Já estou crucificado com Cristo e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim…” (Gl 2.20). 
Somos chamados para dizermos não à zona de conforto. Émister que tenhamos a disposição de orar com intensidade, trabalhar duro, criar, inovar e perseverar nos projetos do Pai a partir do nosso  compromisso com os valores do Seu Reino. Jesus é o nosso exemplo de obediência. Ele deixou claro que veio fazer toda a vontade do Pai. Uma leitura madura da vida de Jesus levar-nos-á a uma busca das profundezas de Sua vida e obraproduzindo um compromisso cada vez mais profundo com Ele e com o Seu povo. Como homens de Deus estamos em constante reforma e reformando a partir de Jesus, o Autor e o Consumador da nossa fé (Hb 12.1,2). Jesus é o nosso Líder-Sofredor e Servidor que, como o grão de trigo, morreu dando muitos frutos (João 12.24). Nós somos parte destes frutos. É impressionante a performance do Senhor Jesus. Ele é o nosso modelo de Pastor bem-sucedido. Como necessitamos ler os evangelhos e redescobrir a profundidade da vida e obra do Mestre!
O nosso viver como homens de Deus deve ser sempre Cristo. Este foi o poderoso testemunho paulino: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fil 1.21). O Senhor Jesus exerceu o Seu profícuo ministério entre dois poderes: secular (Império Romano) e o religioso (seitas judaicas). Denunciou os pecados das aristocracias secular e religiosa. Desafiado a descer da cruz, Ele não o fez, pois a Sua obra precisava ser consumada.Ele não desceu da cruz para fazer a vontade do homem, mas permaneceu lá porque esta era a vontade do Pai. Morreu de coerência. Não podemos descer da nossa posição de identificação plena e absoluta com o Senhor. Somos Seus discípulos, devemos ser fiéis custe o que custar. Fomos chamados para ser profetas e não mascotes, comprometidos com o evangelho de Cristo e não com o “outro” evangelho. Homens cheios do amor do Pai, da graça do Filho e do poder do Espírito Santo, tendo o Sermão do Monte (Mt 5 a 7) e as cartas pastorais como manuais ética pastoral neste mundo (inclusive em movimentos eclesiásticos) tão sem ética. 
Gostaria de deixar alguns lampejos de A.W. Tozer quando ele discorre o tema: “Precisamos novamente de homens de Deus”: “A Igreja necessita neste momento de homens, a espécie certa de homens, homens destemidos… Desfalecemos por homens que achem que podem consumir-se nos conflitos da alma, que não podem ser intimidados por ameaças de morte, porque já morreram para as seduções deste mundo. Tais homens ficarão livres das compulsões que dominam homens mais fracos. Não serão forçados a fazer coisas pelas pressões das circunstâncias; sua única compulsão virá de dentro e de cima… A igreja verdadeira nunca sondou a opinião publica antes de lançar suas cruzadas. Os seus lideres ouviam a Deus e iam para diante completamente independentes de apoio ou falta de apoio popular. Conheciam a vontade do Senhor e a cumpriam, e o seu povo os seguia – às vezes para o triunfo; mais frequentemente para insultos e perseguição publica – e a sua recompensa suficiente era a satisfação de estarem certos num mundo errado” (Tozer, A. W. – De Deus e o Homem – Mundo Cristão, 1981). 
Meus dignos companheiros de jornada do Reino, que trabalham para o Senhor como vocacionados. Tenho consciência de quão difícil e desafiador é a missão de proclamar o Cristo crucificado e ressurreto. Tenho a certeza de que à medida que nós semeamos com oração, amor, lágrimas, trabalho exaustivo e perseverança, Deus há de ser glorificado nos resultados. Não nos esqueçamos de que plantamos, regamos, mas Deus é quem dá o crescimento. Quando somos fiéis – oramos, examinamos a Palavra e trabalhamos –, Deus traz as pessoas. Gosto muito do moto de Hudson Taylor: “A obra de Deus, feita à maneira de Deus, tem o sustento de Deus”. Oremos uns pelos outros, pois Deus fará muito além do que pedimos ou pensamos pelo poder que em nós opera (Ef 3.19,20). Que Deus seja glorificado sempre em nossas vidas,famílias e igrejas. Avante, dignos pastores! Não desanimemos. O Senhor está conosco todos os dias até à consumação dos séculos (Mt 28.18-20). Sou muito grato ao Senhor pelo privilégio de repartir o coração com os irmãos nesta empreitada de proclamar Cristo até que Ele volte.