RELACIONAMENTOS (Richard José Vasques)

Um vídeo institucional da Caterpillar Brasil, empresa multinacional americana que venceu o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) em 1999, enfatiza que a vida é feita de relacionamentos. O PNQ utiliza critérios de excelência para gestão de organizações, os quais são os seguintes: liderança, estratégias e planos, clientes, sociedade, informações e conhecimento, pessoas, processos e resultados. Todos eles têm de trabalhar de forma integrada, o que realmente enfatiza o relacionamento entre pessoas, processos, clientes, acionistas, fornecedores, comunidade e sociedade. 

Pensando em relacionamentos e em integração, veio-me à mente a unidade da igreja; que todos somos parte de um mesmo corpo (1 Coríntios 12.12-21), do corpo de Cristo. Jesus disse: “Eu e o pai somos um”. (João 10:30) e orou da seguinte maneira: “Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um”. (João 17.11b). Somos realmente um? Temos sido um? Temos procurado ser uma unidade ou ainda estamos no cada um por si? Esse é mais um exercício que precisamos fazer para nos tornarmos parte efetiva no Reino. Sei que não é fácil, mas temos de praticar. 

Por exemplo: você está confortavelmente sentado para participar de um culto e há uma bolsa também confortavelmente “sentada” ao seu lado. Chega uma pessoa procurando um lugar e não há lugar para a pessoa, pois o lugar é da bolsa ou de alguém que a bolsa está esperando. Muitas vezes esse alguém não vem e a bolsa fica lá tomando o lugar de outra pessoa, que pode até voltar para casa por causa disso. Muitas vezes até pensamos que se a pessoa tivesse chegado mais cedo ela não teria de passar por essa situação. E quando essa pessoa ainda não tomou uma decisão por Cristo? E se essa foi a primeira visita dela? Temos de exercitar a empatia, que é a prática de nos colocarmos no lugar dos outros. Difícil, mas precisa ser praticado. 

Outro exemplo: na classe onde ficam as crianças trabalham pessoas voluntárias. Elas procuram se revezar nos horários dos cultos (no caso de nossa igreja, pela manhã, temos cultos às 9 e 11 horas), de forma que possam participar de um deles. Quem participa do primeiro culto e deixa seus filhos nessas classes, precisa pegá-los imediatamente após o término do mesmo, para que os voluntários possam se dirigir ao salão de culto e encontrar lugar. Quando isso não acontece, o voluntário fica impedido de deixar a classe por causa da criança que os pais não foram buscar, não podendo então participar do culto. Pensar nos outros é uma prática desafiadora para nós, geralmente pensamos somente em nós mesmos. Creio que esses exemplos nos ajudarão a pensar em como melhorar os nossos relacionamentos com as pessoas. 

Porém, quero enfatizar dois fatos que chamaram a minha atenção no último domingo em nossa igreja (dia 6/2/11), um pela manhã e outro à noite, evidenciando a prática do amor cristão e do relacionamento através do toque. Nós sul-americanos, gostamos do toque. Sempre tocamos as pessoas quando falamos com elas, quando nos relacionamos com elas. Pela manhã o irmão Almir ao ser convidado para orar pelos aniversariantes, fez questão de tocar cada um deles, como se dissesse: “estou contigo, estamos juntos, fazemos parte do mesmo time, da mesma equipe, do mesmo corpo”. Ele não falou isso com palavras, mas falou com esse simples e importante gesto do toque. Foi emocionante.
 

À noite, o toque carinhoso foi dado pelo Pr. Israel no Pr. Alcenir, colocando-o nas mãos de Deus para o pronunciamento da mensagem. Amor ao vivo. Também emocionante. Para terminar gostaria de deixar as seguintes perguntas para nossa reflexão: Dá para fazer isso nos nossos relacionamentos diários? Dá para mostrar o amor de Cristo com nossos “toques”? Muitas vezes um toque cura a pessoa, leva-a a refletir sobre o que ela precisa refletir. Capriche nos seus “toques”. Deus o abençoe e abençoe também as pessoas “tocadas” por você. Lembram-se do hino “somos um pelos laços do amor” e da canção “a começar em mim”? Grande abraço, boa semana.