Essa foi a pergunta que me levou a essa reflexão. Na mensagem pregada pelo Pr. Roberto Abreu no culto vespertino da Igreja Batista Itacuruçá de 20/02/11, ele lembrou seu tempo de infância, na casa de sua bisavó, quando ele e seus primos se divertiam simplesmente por ficar embaixo de uma árvore de carambolas esperando os frutos caírem. Nesse momento vi que já vivemos momentos onde as coisas eram mais simples, não havia tanta pressão, tanta cobrança, tanta necessidade de se ter coisas, coisas estas que ficarão por aqui. O Rei Salomão escreveu assim em Eclesiastes 5.15: “O homem sai nu do ventre de sua mãe, e como vem, assim vai. De todo o trabalho em que se esforçou nada levará consigo.”
Quando lemos a 1ª Carta do Apóstolo Paulo à Timóteo, vemos o seguinte: “pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição.” (1Tm 6.7-9)
Comer e Vestir. Incluo por minha conta Morar (ter um local para morar). Então tendo onde morar e o que comer e o que vestir devemos nos dar por satisfeitos. Interessante é que o texto fala em vestir, mas não diz que você tem de vestir roupas de marca, roupas caras. É claro que se você tem condição financeira para comprar uma roupa de melhor qualidade, de marca respeitável, que tem maior durabilidade, ótimo. Porém se você tiver o que vestir, independente da marca, se dê por satisfeito. O mesmo raciocínio vale para o comer. O texto não diz que você tem de comer comidas caras, ou em restaurantes caros. O importante é o fator nutricional. Com relação ao morar, também não é dito que temos de morar em palacetes.
O importante é dar graças a Deus por termos nosso cantinho, com o que nos vestir dignamente e o que comer. Parece que isso não é muito, que dá para todos alcançarem, mas infelizmente não tem sido assim. O problema é que nós sempre queremos mais. O mercado nos força a sermos consumistas, a querermos ter mais coisas a cada momento, mesmo que nunca as usemos. A força do marketing das empresas nos leva a isso. Precisamos estar atentos. Veja algumas perguntas que podemos fazer: preciso realmente ir a esse local? Preciso comprar isso? É necessário? Tem alguma utilidade para mim? Se não comprar vai fazer falta? Focar no que é mais importante, no que é realmente necessário, no que vai agregar valor para nós.
Comprar por comprar e nunca usar é um erro. Procure investir seus recursos onde realmente for necessário. O falecido Comandante Rolim Amaro (fundador e presidente da TAM) disse certa vez a seguinte frase: “Rico não é aquele que mais tem, rico é o que menos precisa.” Do que realmente nós precisamos? Do que realmente você precisa? Buscar o desnecessário irá penalizá-lo muito, pois você terá de buscar recursos extras e externos para cumprir com o pagamento do seu compromisso e estará se preocupando com isso. Foque no necessário. Quem assistiu o desenho animado “Mogli”, ouviu o urso Balu cantar assim: “necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais”. Vamos focar no necessário. Evite as tensões negativas desnecessárias e o aumento do seu nível de stress. Conserve a sua saúde.
“Eu queria saber o que vale a pena, debaixo do céu, nos poucos dias da vida humana. Lancei-me a grandes projetos: construí casas e plantei vinhas para mim. Fiz jardins e pomares e neles plantei todo tipo de árvore frutífera. Construí também reservatórios para irrigar os meus bosques verdejantes. Comprei escravos e escravas e tive escravos que nasceram em minha casa. Além disso, tive também mais bois e ovelhas do que todos os que viveram antes de mim em Jerusalém. Ajuntei para mim prata e ouro, tesouros de reis e de províncias. Servi-me de cantores e cantoras, e também de um harém, as delícias dos homens. Tornei-me mais famoso e poderoso do que todos os que viveram em Jerusalém antes de mim, conservando comigo a sabedoria. Não me neguei nada que os meus olhos desejaram; não me recusei a dar prazer algum ao meu coração. Na verdade, eu me alegrei em todo o meu trabalho; essa foi a recompensa de todo o meu esforço. Contudo, quando avaliei tudo o que as minhas mãos haviam feito e o trabalho que eu tanto me esforçara para realizar, percebi que tudo foi inútil, foi correr atrás do vento; não há nenhum proveito no que se faz debaixo do sol.” (Eclesiastes 2.3-11). Esse texto foi escrito pelo Rei Salomão. Realmente o que fazemos, quando não se tem um propósito definido não traz proveito algum. O Rei Davi, pai de Salomão disse assim: “Dispus o meu coração para cumprir os teus decretos até o fim.” (Salmo 119.112)
O que estamos fazendo? Quais têm sido as nossas prioridades? Isso está complicando ou simplificando as nossas vidas? Reflita nisso, procure tornar a sua vida mais simples. Elimine os “galhos secos da sua árvore” como disse o Pr. Roberto, e melhore o seu desempenho, mesmo que você passe a ter menos coisas. Conjugue mais o verbo SER no lugar do TER. Descomplique sua vida e viva melhor. A vida pode ser mais simples. Deus o abençoe.