Em sua visita ao Brasil, o presidente Barack Obama afirmou que o futuro do Brasil é agora. Fazendo um breve retrospecto historico, ele lembrou o modelo de democracia que se alastrou pelo país afora ao longo desses 20 anos, das conquistas sociais, da ascensão do Brasil da faixa dos que recebiam ajuda internacional para a ala dos que já podem agora ajudar. Para o primeiro presidente negro eleito nos Estados Unidos, no seu terceiro ano de governo, o Brasil conseguiu retirar milhões de pessoas da pobreza e transportá-las para a classe média como um modelo que serviu de inspiração para o mundo. O líder também lembrou que o Brasil foi libertado do medo. Parece que o “sem medo de ser feliz” sai agora do sonho para a realidade, nas palavras do líder da maior potência mundial.
As palavras do presidente dos Estados Unidos em Brasilia e no Rio de Janeiro trouxeram muitos alívios e soam como objetivo de diminuir a tensão antiga anti-americana de corações magoados. Ao fazer essas enxurradas de elogios ao povo brasileiro e reconhecer a posição do Brasil no ranking mundial, os ranços de relacionamentos que existem entre esses dois países ganham agora nova perspectiva. A oferta de um novo diálogo foi lançada. O pedido de uma nova forma de compreensão mútua foi revelado. Não dá mais pra combinar modernismo com posições e opiniões antiquadas que só tendem a deteriorar e enfraquecer relacionamentos. O mundo mudou. O Brasil mudou. Os Estados Unidos também. A prova disso pode ser vista na revelação de Barack Obama ao afirmar que o Brasil e os Estados Unidos são parecidos. Nenhum outro presidente americano teve a audácia de se igualar a um país da América Latina. Comparar o Brasil com os Estados Unidos e afirmar que eles são parecidos combina atrevimento e humildade, principalmente quando esta comparação sai da boca de Barack Obama.
Para o líder americano, a democracia é o único caminho para o sucesso da humanidade e que tem que ser fortalecida , mesmo com as diferenças e formas com que diferentes povos escolhem para chegar lá. Lembrou dos árabes, que lutam contra o imperialismo numa corrida louca para garantir a sobrevivência das nações; não deixou de fora os jovens, a geração nova com direitos e ideias próprias a ser ouvidas. A democracia sabe ouvir e respeitar opiniões diversas.
A visita de Barack Obama ao Brasil foi boa. Abre um novo capítulo nas negociações e na relação Brasil-Estados Unidos que vai beneficiar ambos. Intenção de parceria, integração e troca de conhecimento e experiências, seja atraves de cooperação técnica ou treinamento profissional sugeridos pelo líder, podem virar realidade já. O retorno será recompensador para todos nós. Teremos um Brasil melhor, uma América melhor e um mundo muito melhor. Se juntarmos o espírito humanitário dos americanos, aliado ao coração aberto e compassivo e bom humor do povo brasileiro, poderemos mudar o mundo.
Os Estados Unidos precisam de nós, do nosso petróleo, da nossa biodiversidade e até do nosso jeito brasileiro de diblar a economia e conseguir sair da miséria. O Brasil precisa dos Estados Unidos – da sua tecnologia, da sua capacidade de se tornar potência mundial em tão pouco tempo. Podemos aprender da sua organização, do seu profissionalismo e da sua seriedade em conduzir negócios.
Numa perspectiva cristã, somamos a nossa fé, aliada à esperança de dias melhores na terra, de uma sociedade justa, onde a igreja de Deus pode ser contada nao como parceira, mas como consultora dos mistérios de Deus para a humanidade. Intercedemos em favor do Brasil – – dos menos favorecidos, para aqueles em que o sol ainda não raiou. Lembramos também dos Estados Unidos – – para aqueles do qual o sonho americano ainda não se tornou realidade. Nosso desejo éde que Deus tenha o lugar de honra e destaque na vida do povo brasileiro e americano e que o Salmo 33.12 (“Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor”) se torne afirmação legitima de um povo que confia e teme ao Senhor.
DINAURA BARCELOS
(Jornalista brasileira, residente nos Estados Unidos)