“A ira de Jonas e a resposta do Senhor” – Jonas 4.1-11.
Introdução: 1. Este último capítulo do livro de Jonas revela mais claramente a nossa natureza humana e religiosa e, ao mesmo tempo, o amor e a misericórdia de Deus em Cristo Jesus para com os perdidos. 2. Mostra de maneira muito clara o nosso preconceito com os maus, os imorais, mendigos, os alijados da sociedade. 3. Temos a tendência de amarmos mais as coisas do que as pessoas… Vejamos as profundas lições deste precioso texto profético.
1. A REAÇÃO DO PROFETA JONAS, vv.1-5.
1.1. É incrível a nossa natureza humana (v.1).
1.2. O próprio profeta foi um obstáculo a manifestação do amor de Deus ao povo de Nínive. Verkuyl disse: “O maior obstáculo a ser transposto no cumprimento do mandato missionário não foram os marinheiros, nem o peixe, nem o rei e os cidadãos de Nínive, mas o próprio Jonas”.
1.3. Não podemos ser obstáculo no cumprimento da Grande Comissão (Mt 28.18-20). Pedro queria impedir Jesus de ir para Jerusalém (Mt 16.21-24).
1.4. Os 40 dias haviam passado para o arrependimento de Nínive, mas Deus mudou de idéia a respeito de destruí-la, a cidade continua a ser alimentada pela graça e a misericórdia de Yahweh. Deus foi além das expectativas do profeta.
1.5. “O profeta queria que Deus se esquadrasse dentro de sua própria idéia sobre Deus: um deus da natureza frio, duro e cruel, com uma atitude inflexível contra os pagãos. Ele não suporta pensar nos gentios como parte da história da salvação” (Verkuyl).
1.6. Por que Jonas ficou irado? Porque Deus estava tratando todos – os de dentro e os de fora da Sua aliança – de forma igual.
1.7. O Senhor pergunta a Jonas: É razoável essa tua ira? (v.4).
1.8. O v.5 é interessante porque Jonas saiu da cidade, armou a sua tenda e ficou ali. A atitude do profeta foi de uma acomodação religiosa e etnocentrista (para o profeta, Israel era o centro das nações e único alvo do amor de Deus). Jesus foi morto fora da cidade de Jerusalém por causa dos nossos pecados.
2. A RESPOSTA DE YAHWEH, vv.6-11.
2.1. Deus, na Sua maravilhosa graça, fez crescer uma planta para dar sombra ao profeta (v.6). Interessante que Jonas havia ficado triste, irado com a graça de Deus sobre os Ninivitas e agora está alegre por causa de uma planta…
2.2. Deus agora mata a planta e Jonas pede para morrer (v.7).
2.3. O Senhor é muito sábio e indaga o profeta: É razoável essa tua ira por causa da planta? O profeta respondeu (vv.8b, 9).
2.4. Agora nos versos 10 e 11, o Senhor exorta e questiona duramente o profeta. “Jacques Ellul termina seu livro “O Julgamento de Jonas” com as seguintes palavras:’ O livro de Jonas não tem conclusão alguma, e a pergunta última do livro não tem qualquer resposta, exceto por parte daquele que percebe a grandeza da misericórdia de Deus e que, de modo factual e não apenas mítico, trabalha pela salvação do mundo”.
2.5. “A Igreja do NT deve dedicar cuidadosa atenção à mensagem do livro de Jonas. Jesus Cristo é Aquele que “é maior do que Jonas” (Mt 12.39-41; Lc 11.29-32). Sua morte na cruz com aquele horrível grito de ter sido abandonado por Deus e Sua ressurreição com a jubilosa exclamação de vitória são sinais de Jonas para nós, apontando o profundo significado de toda a Sua vida e claramente confirmando que Deus amou o mundo de tal maneira”.
3. A NOSSA RESPOSTA AO AMOR DE DEUS PELOS PERDIDOS.
3.1. Orar intensamente pelos perdidos, sem Jesus. Pelos obreiros que estão anunciando o genuíno evangelho de Cristo, que é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Rm 1.16)..
3.2. Testemunhar a nossa fé em Cristo a todos quantos pudermos, usando muito bem cada oportunidade porquanto os dias são maus (Ef 5.15,16).
3.3. Investir tempo, criatividade e recursos financeiros, tecnológicos e humanos na obra de expansão do Reino de Deus dentro e fora do Brasil.
3.4. Glorificar ao Senhor todos os dias por aqueles que estão nos campos proclamando Cristo como o único Salvador e Senhor.
Conclusão: 1. Que respondamos ao amor e à misericórdia de Deus em Cristo como Ele determina na Sua Palavra. 2. Que nos alegremos sobremaneira com a salvação dos povos. 3. Que amemos muito mais as pessoas do que as plantas, os carros, o entretenimento e nossa ‘zona de conforto’. 4. Thomas Carlyle termina seu poema “Tu, Jonas” com os seguintes versos: “E Jonas se aproximou silenciosamente de seu banco ensombreado e esperou de Deus passar a ter seu jeito de pensar. E Deus ainda espera dos incontáveis Jonas em suas casas confortáveis passarem a ter Seu jeito de amar”. Imitemos Aquele que é maior que Jonas – o Senhor Jesus Cristo, o Autor e o Consumador de nossa fé, nosso único Salvador.