Peteca é um brinquedo inofensivo e interessante, que encontra seu melhor uso num jogo coletivo. A peteca exige do jogador uma boa coordenação entre pernas, tronco e braços, além de boa visão para que, ao ser atirada para o alto encontre, na volta, uma mão que lhe impulsione para cima novamente.
A vida não é um jogo amistoso e sem conseqüências como o de peteca. A vida é como um final de campeonato à cada dia, que exige equilíbrio, bom relacionamento entre os demais viventes, regras aprendidas e praticadas. A vida não conhece quedas indolores e silenciosas como a da peteca. E para ficar sempre no alto, a vida não dá moleza, mas exige que nos superemos, que vençamos nossos temores e limitações e nos lancemos sem trégua na vigilância dos pontos onde a “peteca” poderia cair.
Às vezes a peteca cai. É mesmo inevitável que num jogo ela caia ao chão. Mas a graça e o prazer da atividade, está no esforço de mantê-la no alto, no prazer de vê-la balançando ao sabor do impulso dado por aqueles que gostam dela.
Por isso, tanto no jogo da peteca quanto na vida, vale a pena seguir o conselho: “Não deixe a peteca cair”. Descubra a direção do vento, até mesmo dos “ventos contrários”; Descubra os terrenos irregulares; Faça exercícios constantes. Busque parceiros que não contribuam para a sua queda. E, o mais importante, entregue a sua vida Àquele que pode segura-la sempre no alto.
Se a peteca já caiu ou está a caminho, lembre-se que ela foi construída para deixar a poeira para trás, entregar-se incondicionalmente nas mãos de quem sabe e, do alto novamente, acima do olhar atento de todos, ouvir a determinação de quem diz: “Não vou deixar a peteca cair”.
Nilson Godoy