Falar sobre aprovação é pressupor a graça.
Recentemente um amigo que tenho no exterior compartilhou comigo sobre umas críticas que andou recebendo, de alguns líderes religiosos, de correntes eclesiológicas alguns, teológicas outros, por causa de sua metodologia de pregação e também pela forma como desenhou a estrutura e o funcionamento de sua igreja. Ao ser indagado sobre como responderia ou que reação teria diante das críticas, deu uma resposta que, a meu ver, retratou maturidade. Disse: “Eu não pretendo dar resposta alguma, tampouco esboçar qualquer reação, pois já decidi a quem desejo agradar.”
Trata-se de uma decisão importantíssima. Na verdade, dela depende quase tudo o que é, de fato, relevante na vida. Há quem viva para agradar a si mesmo. Também quem viva para agradar alguma pessoa: Pai, mãe, cônjuge, patrão, filho etc. Ainda há os que tudo fazem na vida para agradar uma instituição, quer seja empresarial, religiosa, filantrópica ou social. Esses, lamentavelmente, estão condenados à infelicidade perene, pois é impossível agradar a outros sempre.
Quando se adota o propósito de viver para agradar a Deus, tudo é diferente. Principalmente porque Deus não é um ser insaciável, do tipo impossível de se satisfazer. Ao contrário, em função do seu amor e da sua graça, Ele não tem em relação a quem o quer agradar, expectativa de perfeição. E ainda, pelo que aprendemos na Bíblia, Deus já se alegra ao ver o esforço, a caminhada, a intenção do coração, o desejo sincero da alma e o progresso, mesmo que diminuto.
Assim, embora pareça inadmissível à nossa mentalidade cartesiana, podemos agradar a Deus ainda que não consigamos atingir nossas metas de santidade; mesmo que nos mantenhamos na luta contra tentações e fraquezas; ainda que sejamos vulneráveis e, vez por outra, vitimados por nossos pontos fracos. Pois a graça de Deus se constitui, em síntese, em Ele nos amar, aceitar e perdoar, sem que mereçamos.
Cada vez que nos sentimos alcançados por sua graça, portanto poupados, protegidos ou preservados, cresce o nosso desejo de agradar a Deus e de servi-lo de todo o nosso coração. Cresce também a nossa confiança no seu cuidado, na sua provisão e na sua companhia.
E viver pela fé, para servir e agradar a Deus, é a única forma para um cristão viver de verdade.
BOA NOITE!
Lécio Dornas