Num dos momentos de sua luta, nos meses finais de sua vida, o pastor Manoel XAVIER dos Santos Filho (1955-2008), da Igreja Batista Memorial da Tijuca, esteve diante da oportunidade de se submeter a uma cirurgia caríssima (cerca de R$ 400.000,00) nos Estados Unidos. O valor seria muito caro e muitas pessoas e igrejas se dispuseram a colaborar, mas o procedimento não foi adiante por razões médicas.
Naquela ocasião ele escreveu um artiguete (sob o título: “Quanto vale uma vida”?) para sua igreja, do qual transcremos partes, no contexto de nosso esforço por Missões Mundiais.
“Passou pela minha cabeça o fato de que quando amamos alguém nós estamos dispostos a fazer qualquer sacrifício.
Fiquei pensando em como nos mobilizamos quando alguém que amamos está em necessidade.
Fiquei me perguntando se faríamos a mesma coisa por vidas que nem conhecemos, mas que ainda precisam de salvação. Será que o melhor investimento seria para alguém que já tem uma reserva garantida na habitação dos céus?
É claro que essa pergunta nunca vem aos nossos corações. Não questionamos sobre isso. Nossa cultura está marcada pela valorização dos amigos e família. Que pena que não temos a mesma cultura de darmos tudo por uma vida nos céus, de fazermos qualquer sacrifício para investirmos no que é eterno.
Naquele momento me questionei sobre o meu real amor pelas pessoas que perecem sem Cristo. Afinal, amor é mais do que uma declaração; é um compromisso de doação, como Deus fez por mim e por todos nós. Senti-me insignificante ao lembrar-me do versículo tão conhecido de João 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Deus deu o seu Filho Unigênito. Só o amor nos mobiliza a dar desta forma.
Lembrei-me da parábola da ovelha perdida onde o pastor deixou as 99 e foi em busca da única ovelha que estava perdida. Eu me vejo no meio das 99, mas ainda existe uma, muitas “umas”, que necessitam que nós doemos para que ela seja encontrada, seja salva”.
Xavier termina incentivando seus leitores a se participar das campanhas missionárias. “Uma vida vale muito para o nosso Deus e deve valer muito para cada um de nós. Esta é a tarefa maior de nossas igrejas: buscar e salvar o que se havia perdido”.
Estamos de acordo?
ISRAEL BELO DE AZEVEDO