Numa época marcada por relações superficiais, descartáveis e, não raramente, utilitarista, a carência por algo mais significativo e duradouro aumenta no coração de cada pessoa.
As redes sociais exemplificam essa realidade de forma bem nítida. O Twiter, por exemplo, marcado por uma comunicação sintetizada, onde um pequeno parágrafo precisa bastar para exprimir qualquer e toda idéia; a cultura do torpedo, onde a pequena tela de um aparelho de telefone celular, que comporta poucas palavras, exige das pessoas a capacidade de construírem frases curtas onde algumas palavras são abreviadas e outras suprimidas, sem prejuízo da preservação do sentido essencial da comunicação. Orkut, MSN, facebook, trafegam na mesma avenida do cultivo das relações sociais superficiais e, por isso, frágeis.
A migração da cultura relacional virtual, com crescente valorização das redes sociais, para as relações interpessoais reais, é uma realidade incontestável. O impacto disso na construção de relacionamentos saudáveis e duradouros é devastador.
Relacionamentos necessitam tempo e concentração para serem edificados e fortalecidos. Andar, comer, conversar, brincar, trocar experiências, enfim, conviver. É disso que um relacionamento necessita para se sustentar e ser fortalecido.
As pessoas precisam ser ouvidas, necessitam encontrar quem se interesse por sua história de vida, que consigam focar naquilo que têm para compartilhar. Viver é relacionar-se e para isso é preciso tempo juntos, disposição para romper com a correnteza da superficialidade e até da artificialidade, remar contra a maré e cada um parar e deixar que o outro lhe conte sua história. Então, passar a experimentar a alegria e a bênção que é relacionar-se com alguém de verdade, cujo coração e até a alma não sejam estranhos pelo contrário, transpareçam através do convívio e gerem solidariedade, iteratividade e crescimento pessoal.
Qual é a história das pessoas que fazem parte da sua vida?
Qual é a sua história de vida?
Qual é a sua?
BOA NOITE!
Lécio Dornas