Meus amigos mutantes

Duas cenas de amigos.
Um amigo, que conheci agora, teve muitas dificuldades na vida, umas vindas da bebida, outras decorridas do vício dela. Foi internado várias vezes e seu desejo, nas clinicas, era sair para voltar a beber. Um dia, durante uma mensagem bíblica, ouviu que toda pessoa tem o direito de decidir o que fazer da sua vida. Decidiu jamais beber e jamais bebeu.
Outro (de longa data) amigo almoçou e lanchou comigo recentemente. O almoço, lá em casa, teve que ser especial, sem fritura. Antes, em nossos encontros, eu insistia com ele para comer salada; ele apenas ria e não comia. Agora, começou basicamente salada, sem azeite e sem vinagre, e uma pequena porção de frango ensopado. Meu amigo estava irreconhecível. De tardezinha, fomos comprar algo para o lanche. Ele comprou duas pêras. Uma para cada um de nós. Ele começou a pêra e tomou um iogurte. Meu amigo está irreconhecível, com mais de 20 quilos a menos. Advinhe sobre o que foi nossa conversa: sobre as calorias dos alimentos. Sua frase central era: “O importante é a gente saber quantas calorias tem o que a gente come”. Antes desse momento feliz, passou por tantas dificuldades de saúde, que teve que ser internado numa clinica para emagrecer, verbo que deseja continuar conjugando.
Outro (agora também) amigo fumava tanto, que, quando o conheci, tinha as mãos trêmulas e as unhas enegrecidas pela nicotina, dentro e fora do seu corpo. Fedia. Encontrou apoio e nunca mais fumou.
Estes milagres, eu os reconto, para dizer que somos responsáveis pelas vidas que levamos. Também os reconto porque creio que o vício, seja de comer, beber, fumar ou outro qualquer, não é invencível.
Todos estes meus amigos encontraram na fé o apoio que precisavam para tomar a decisão de mudar. As orações de todos eram que Deus lhes desse a força que precisavam para as duras batalhas das suas vidas pela vida. Com Ele, eles as venceram.
Olho meus amigos, rememoro suas trajetórias e me alegro com suas conquistas.
Tenho outros amigos, para os quais desejo as mesmas vitórias.
Eles as querem?

Israel Belo de Azevedo