Ensinarás a teus filhos (Sylvio Macri)

E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás, sentado em casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.(Dt.6.6,7)
 
Preparar pessoas para viver uma vida de santidade no meio desta geração perversa é coisa muito séria. Por isso é preciso considerar bem essa expressão do texto acima: ”Ensinarás a teus filhos”. Nela estão subentendidos três grandes princípios para a educação dos filhos.
 
Em primeiro lugar, essa expressão diz respeito às atribuições de quem ensina e de quem é ensinado. É preciso delinear bem os papéis dos filhos e dos pais. Estes ensinam e aqueles aprendem. Mais do que nunca os pais precisam assumir o dever de ensinar e a autoridade para tanto. Infelizmente eles têm renunciado a essas funções e as têm atribuído à escola, à igreja, aos demais familiares, etc. A expressão se refere também a quem estabelece limites e a quem deve respeitá-los. Uma das grandes tragédias de nosso tempo é a falta de imposição de limites aos filhos.
 
Em segundo lugar, essa expressão diz respeito ao conteúdo do que se ensina aos filhos. Boas escolas, cursos de inglês, informática, balé, treinamento em artes marciais e outras tantas atividades, mesmo as da igreja, não são substitutos para a Palavra de Deus. E o ensino dessa última não deve ser através de um mero discurso, mas através do exemplo pessoal dos pais. Estes devem ter a Palavra de Deus no coração antes de ensiná-la aos filhos. O ditado popular “Tal pai, tal filho” é a constatação de que os filhos acabam sendo os que os pais de fato são.
 
Em terceiro lugar, essa expressão diz respeito ao envolvimento dos pais com os filhos. Os tempos modernos são de um profundo individualismo, e isto tem ajudado a destruir a vida familiar. Criar filhos implica em uma atitude de permanente compromisso com eles, por toda a sua vida, sem invadir sua individualidade. O texto acima diz que o ensino se dá em todo o tempo, situações, lugares e ambientes. É comum ouvirmos crianças reclamarem da “ausência” dos pais. Alimentos, roupas, calçados, celulares, computadores, games, brinquedos e outras coisas não substituem pessoas. E as pessoas mais presentes devem ser os pais.
 
Portanto, ensina a teus filhos.