A VERDADEIRA CELEBRAÇÃO DO CRISTÃO (Sylvio Macri)

Dezembro é um tempo de celebração, o mês das festas, principalmente das comemorações natalinas. Como qualquer pessoa, o cristão também participa dessas celebrações, que, infelizmente, na sua maioria, são realizadas sob uma ótica paganizada. Até mesmo no interior das comunidades e famílias cristãs a maneira de comemorar é, muitas vezes, caracteristicamente mundana, marcada por consumismo, comilança, bebedeira e sensualidade, e, em alguns casos, eivada de superstições. Infelizmente, o cristão é freqüentemente obrigado a, no mínimo, “estar presente” nesse tipo de festa, em razão de relações de trabalho, de relações familiares e outras.
 
O apóstolo Paulo diz que se quiséssemos evitar o relacionamento social com pessoas de mentalidade pagã, teríamos que sair do mundo (I Coríntios 5.10). Isso não implica, entretanto, que precisemos “contaminar nossas vestes”, como os cristãos de Sardes (Apocalipse 3.4). É perfeitamente possível ao cristão manter-se incólume em meio a tamanha contradição com sua natureza regenerada, pois a verdadeira celebração do cristão é comemorar não somente algo tão distante no tempo e na experiência como a vinda de Jesus ao mundo naquela estrebaria da pequena cidade da Palestina, mas a vinda de Jesus ao seu próprio coração, tornando-o uma nova criatura (II Coríntios 5.17).
 
Jesus afirmou: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em plenitude.” (João 10.10). Portanto, seu nascimento, ou melhor, sua encarnação naquele bebê cujo primeiro berço foi uma manjedoura, teve como objetivo livrar-nos da condenação do pecado, cuja pena é a morte, e dar-nos não somente vida, mas vida em abundância. É quando uma pessoa recebe a Jesus em seu coração que passa a viver de fato, pois só então se sente liberta, segura, feliz e satisfeita em sua alma. 
 
A vinda de Jesus ao coração do crente trouxe-lhe santificação. Jesus veio para transformar os que crêem em “santos e amados” eleitos de Deus (Cl.3.12). Cristo veio edificar os crentes como um povo separado, especial, geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (I Pedro 2.9). Um povo blindado, que já recebeu a unção de Deus (I João 2.27) e no qual o Maligno não toca (I João 5.18).
 
Jesus veio santificar o crente também por libertá-lo do domínio do pecado (Romanos 6.14), dar-lhe vitória sobre as obras da carne e fazê-lo produzir o fruto do Espírito (Gálatas 5.16-26). Esse é o Espírito de adoção de filhos, pelo qual o cristão clama Aba, Pai; o Espírito da vida, que o livra da lei do pecado e da morte, e lhe dá poder para viver em santidade no agir e falar (Romanos 8.15,2), o Espírito que nele implanta a mente de Cristo (I Coríntios 2.12-16).
 
Celebremos a Cristo e nossa relação com ele! Que em meio às festas deste mês nunca nos esqueçamos de que nossa grande razão para celebrar é a sua graça e a sua obra em nós, sua presença maravilhosa em nossa vida, em todo tempo e em todo lugar.