Palavra de Esperança: JOSÉ DE ARIMATEIA, UM MONÓLOGO IMAGINÁRIO

Isaías 53

"Li na profecia de Isaías que o Messias seria sepultado entre os ricos, mas não havia rico entre os seus familiares. Ele não deixou propriedade alguma. Seus familiares não tinham nada, exceto a casa onde moravam, que José, o carpinteiro de Nazaré, lhes deixara. Seus discípulos não tinham nada, pescadores que sobreviviam do que o mar lhes dava a cada dia. Como estaria entre os ricos quando morresse?
Eu gostava dele, mas não era propriamente um discípulo. Eu sabia que ele o Messias, mas ninguém do meu grupo achava e eu fui deixando para depois uma decisão. Enquanto ele pregava, curava e ensinava, quase sempre aos pobres, eu cuidava dos meus negócios e me divertia com os meus iguais.
Um empregado me disse que estava em Jerusalém, tendo chegando um dia depois do sábado. Procurei saber. Quando o vi, já estava sendo julgado. Uns estúpidos esses meus contemporâneos. Tentei alertar os sacerdotes de que estavam julgando um homem inocente. Nem disse que ele era o Messias, se não me confundiram com um dos seus discípulos, o que não era verdade, mas também não era mentira.
Tentei alguma coisa, mas foi condenado.
Seu corpo ficou muito ferido. Seu rosto ficou desfigurado.
Vi as lagrimas da sua mãe. Vi a desolação dos seus discípulos.
Seu sofrimento foi absurdo, como Isaías escreveu.
Tomei um decisão. Eu não permitiria que seu corpo ficasse ao relento ali em cima do monte Calvário até ser sugado pelas aves de rapina.
Resolvi me arriscar e ofereci o túmulo que preparei para a minha hora".